Jornal O Estado do Triângulo - Sacramento
Edição nº 1783- 18 de junho de 2021

Ricardo Barbosa presta contas de sua gestão na Santa Casa

O provedor Ricardo Barbosa Lima, o Bilinha, provedor da Santa Casa de Misericórdia de Sacramento, até o dia 8 de janeiro, ao entregar o cargo para o novo provedor, Gilson Balduino Borges, fez um balanço de sua gestão à frente da instituição. “Assumimos a Santa Casa em 7 de abril de 2005, firmando uma parceria com a prefeitura, através da qual obtivemos grandes vitórias para o hospital. Foram repassados na forma de subvenção R$ 395 mil, quantia substancialmente importante no giro mensal dos gastos: salários, custeio (medicamentos, material de limpeza, alimentação, oxigênio, energia, água, telefone, manutenção, médicos plantonistas, etc.), pois o que nos é repassado pelo SUS (junto com o IVP) não é suficiente.

2005 – um ano profícuo

O primeiro ano da gestão de Bilinha na Santa Casa foi bastante profícuo. Além da subvenção da prefeitura, a Santa Casa contou com verbas do Pró-Hosp e a verba herdada da administração anterior para aquisição de equipamentos, no valor de R$ 340 mil, oriunda do Ministério da Saúde, destinada à aquisição de equipamentos liberada em 2003. “Adquirimos 19 equipamentos de alta importância, com a verba herdada da gestão anterior, no valor de R$ 300.800,00. E, havendo uma sobra de quase R$ 109 mil entre saldo do principal mais juros, fizemos um novo projeto para aquisição, que foi aprovado pelo Ministério da Saúde em 2006. Assim, adquirimos um gerador de 81 kva e mais cinco equipamentos que chegarão no final de janeiro (mesa ortopédica cirúrgica, mesa de parto, cardioversor, carrinho de emergência, eletrocardiógrafo, foco cirúrgico duplo 7x7), que proporcionarão mais uma sala cirúrgica de ortopedia, totalizando três salas completas para cirurgia”.

O Pró-hosp

O Pró-hosp, programa do Governo do Estado, foi um dos ganhos da Santa Casa, na gestão de Bilinha. “Fomos agraciados com o Pró-hosp, programa mineiro de alavancamento dos hospitais que atendem pelo SUS. Recebemos R$ 124.600,00 em doze parcelas. Representando o primeiro ano do programa, teríamos de atingir, segundo um plano de metas a melhoria em todos os setores do hospital. Isso nos possibilitou fazer um planejamento de organização, definindo as áreas, os responsáveis por elas, fazendo uma adequação ao sistema organizacional bem definido, contratamos cursos e palestra para reciclagem dos funcionários. Fizemos muitas mudanças na farmácia, o que gerou maior economia, quase não havendo faltas. Hoje, gastamos menos que há dois anos e temos muito mais medicamentos. Está sendo elaborada a padronização de medicamentos que resultará em mais economia e maior eficiência”, disse.

Reformas internas

O Pró-hosp propiciou também reformas e aquisição de bens móveis. “Reformamos 80% da área interna do hospital com cores pesquisadas que ajudam no bom ambiente hospitalar. Adquirimos equipamentos, móveis tudo pelo Pró-hosp, em conquista do superintendente Reginaldo Afonso dos Santos. Nesse primeiro ano, pudemos trabalhar, renegociamos dívidas, recuperamos crédito junto aos fornecedores, enfim, restabelecemos a auto-estima dentro do hospital”.

Verba do Silas Brasileiro

“E há o projeto de reforma da cozinha, mais o corredor que dará acesso à mesma, a ser executado com as verbas de R$ 100 mil, intermediada pelo deputada Silas Brasileiro, já depositada na conta da Santa Casa e mais R$ 70 mil, intermediada pelo deputado Aracely de Paula, que, porém, ainda não foi depositada porque há pendências a serem resolvidas.

Relação de equipamentos

O provedor entregou ainda dois documentos com a relação de prestação de contas apresentada aos irmãos da Santa Casa, constando 19 itens adquiridos pelo processo administrativo 002/2004, do Convênio 2780/2003, no valor de R$ 300.819,98; 70 itens (equipamento e mobiliário) adquiridos com recursos do Pró-Hosp, no valor de R$ 57.277,84. E mais oito itens adquiridos com recursos próprios, no valor de R$ 5.789,01 e dois itens adquiridos por comodato e doação no valor de R$ 670,00. Não constam da lista os bens adquiridos com o restante da verba, bem como o gerador que encontra-se em fase de instalação.

Em 2006 PMS não repassa verba

O trabalho da diretoria da Santa Casa em 2006 sofreu as conseqüências da falta de repasse da subvenção da Prefeitura. “Trabalhamos a todo vapor e com muito entusiasmo no ano de 2005. Já no ano de 2006, a situação não foi tão favorável. A Santa Casa recebe mais ou menos 112 internações, limite que é sempre ultrapassado, chegando a exceder 80 internações/mês. O mesmo aconteceu em outros procedimentos, sem que houvesse cobertura financeira. Daí a necessidade de haver repasses em forma de subvenção”, explicou o provedor.

O repasse votado em lei pela Prefeitura que o prefeito Joaquim Rosa Pinheiro deveria pagar à Santa era de R$ 600 mil. “Foi combinado e planejamos em cima de R$ 600 mil e só recebemos R$ 302.815,12 (R$ 279.815,12, em 2006 e mais R$ 30 mil no início de janeiro de 2007). Deixamos de receber R$ 290.184,12, referente ao ano de 2006. Isso nos deixou sem condição, poderíamos ter trabalhado com mais justiça e produtividade. Deixamos de honrar compromissos com nossos fornecedores, pagamos duplicatas em cartório, gerando um descontrole muito grande e deixando-nos de pés e mãos atadas. Quero pedir desculpas a esses fornecedores e informar que foi dada a garantia pelo superintendente Reginaldo, em assembléia com os irmãos da Santa Casa, que serão repassados esses valores para honrar os pagamentos”, explicou.

Dívidas

A falta de repasse da Prefeitura gerou uma grande dívida que o provedor Bilinha passa à nova diretoria. “Estamos deixando uma dívida de R$ 156.577,73 vencidas, e a vencer R$ 57.759,00. Fazendo uma analogia curta e grossa, se tivéssemos recebido a totalidade da subvenção, sobraria, cerca de R$ 100 mil em caixa, portanto não teria dívidas”, justificou e acrescentou: “Eu entendo que a prefeitura nos ajudou pagando médicos, plantões, mas são coisas que não negociamos, ajudou, estamos sabendo, só que não somos nós os agentes negociadores dessa verba acessória”, disse.

Empréstimo ao CRES

O provedor informou ainda que a Santa Casa emprestou à secretaria de Saúde, por dois meses, para uso no CRES, do seu recém comprado aparelho de ultra-sonografia, prazo que vence no próximo dia 24.

Antiga entrada

E Bilinha falou de uma das frustrações da diretoria: voltar a entrada principal para o antigo local. “Nossa maior frustração foi não ter conseguido voltar a entrada principal para onde era antigamente, local, hoje ocupado pela Clínica de Luciano Siviere Varanda,. Nos esforçamos, mas não conseguimos concretizar essa meta”, disse. Na reunião de eleição da nova diretoria, Bilinha justificou a necessidade de mudar a entrada. “Pacientes que chegam e saem, precisam de uma rampa e aquele é local por onde deveriam entrar e sair quem vai entrar para internar e ter alta, em vez de subir as escadas da atual entrada”.

Agradecimento

Finalmente, Bilinha agradece a Deus, aos companheiros de trabalho e a todos que de alguma forma contribuíram para a melhoria do hospital. “Agradeço primeiro a Deus por ter me ajudado e continuar me ajudando, ao Reginaldo, pelo convite para faze parte da chapa e por ser eleito provedor pelos irmão da Santa Casa. Aprendi muito com isso. Quero agradecer a todos os meus companheiros de diretoria: à Nilda, que diariamente vai ao hospital olhar os pacientes e ajudar a resolver problemas; ao Carlinho (Carlos Sebastião André), parceiro atuante na tesouraria; a Ana Marta, vice-provedora, com sua vontade de ajudar; José Américo e Wilmondes, com grandes atuações nas reuniões, com palavras sensatas. Também aos funcionários do hospital, com quem aprendi e passei informações. Há pessoas de muito valor, merecedoras de muito respeito e atenção. E também ao corpo clínico atuante. Foi uma experiência nova, sou formado em Administração e quis dar ao hospital um modelo administrativo empresarial. Dediquei-me de corpo e alma para fazer o melhor que pude em benefício à Santa Casa”, finalizou.

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