Jornal O Estado do Triângulo - Sacramento
Edição nº 1783- 18 de junho de 2021

Editorial II

A Veradeira Força do Povo

O resultado das eleições foi irrefutável: Lula reeleito presidente do Brasil com 21 milhões de votos a mais que seu adversário, numa das votações mais consagradoras da história do país. Lula reeleito presidente apesar do infatigável massacre da mídia de pensamento único, que resvalou na opinião publica e ecoou naqueles que historicamente se deixam influenciar pelos meios de comunicação... Lula reeleito, superando toda uma onda de intolerância criada pela direita raivosa, propagada pela grande imprensa maniqueísta e absorvida, implacavelmente, por uma elite reacionária e (ou) alienada.

Lula escolhido pelo povo para mais um mandato, para decepção dos ilustres "sociólogos e cientistas políticos" - diplomados na redação do Globo e pós-graduados nas editorias da Revista Veja - que durante todo o período eleitoral representaram muito bem o velho papel de reprodutores de "verdades" tendenciosas; e mais uma vez, em pleno processo democrático, funcionaram como fiéis sustentadores de uma ideologia pronta, antiga e de dominação social. Lula escolhido pelo povo, contrariando aqueles que se julgam intelectualmente superiores, que se acham privilegiados do ponto de vista da informação mas que no fundo não passam de vorazes consumidores de escândalos, sem a menor capacidade analítica.

Lula escolhido pelo povo para mais um mandato, para decepção dos ilustres "sociólogos e cientistas políticos" - diplomados na redação do Globo e pós-graduados nas editorias da Revista Veja - que durante todo o período eleitoral representaram muito bem o velho papel de reprodutores de "verdades" tendenciosas; e mais uma vez, em pleno processo democrático, funcionaram como fiéis sustentadores de uma ideologia pronta, antiga e de dominação social. Lula escolhido pelo povo, contrariando aqueles que se julgam intelectualmente superiores, que se acham privilegiados do ponto de vista da informação mas que no fundo não passam de vorazes consumidores de escândalos, sem a menor capacidade analítica.

Lula de novo, a despeito desta elite considerada por muitos a mais mesquinha do mundo, que quando olha para o Brasil só enxerga seu próprio umbigo e que, além de cega, como dizia o velho marxista Leandro Konder, há muito sofre da atrofia da capacidade de duvidar (questionar) mas, por uma questão óbvia, não consegue se dar conta disso. Lula novamente, para alertar a essas pessoas sem autonomia de pensamento, que optaram por repousar sobre as críticas “irrebatíveis” de “gigantes” da mídia impressa nacional como: Diogo Mainardi, Merval Pereira, e do “grande articulista político” Arnaldo Jabor, que não é bem assim que essa banda toca...

Pois é amigos, por tudo isso e algo mais que me tenha escapado, a vitória de Lula foi emblemática para o Brasil, já que poucas vezes na história desse país (como ele mesmo gosta de falar) ficou tão explícito o maior pecado da elite brasileira : Chamar os mais simples de analfabeto, de ignorante, sem saber que o pior analfabeto é o analfabeto político, como apregoava Bertolt Brecht.

E esses “cidadãos iluminados” - que de forma arrogante, inventaram o axioma de que o povo mais humilde do país é analfabeto e não sabe votar – esses cidadãos, do alto de sua soberba e cochilando nos braços da mídia, juntos com esta, não foram capazes de identificar um fenômeno sociológico simples que trazia a parcela mais humilde da população de volta ao protagonismo político. Assim, inevitavelmente (talvez até por uma questão de sobrevivência) terão que rever seus conceitos, visto que foi justamente a resistência intelectual de todos os brasileiros (de todas as classes sociais é bom que se diga) , através de uma reflexão não-contaminada sobre os fatos que estavam acontecendo, que levou Lula a esta vitória esmagadora nas urnas!

Meus amigos, podem ter certeza, o tiro de arrogância e truculência saiu pela culatra. Eles não contavam com a capacidade das pessoas, principalmente as mais pobres, de fazerem uma equação simples e acima de tudo sincera sobre o que era positivo e negativo neste governo, não contavam com a capacidade do povo de duvidar de toda enxurrada de informações que era empurrada goela abaixo, de forma ininterrupta, violenta e autoritária pela mídia.

E assim foi, enquanto “a privilegiada massa crítica da nação” se acomodava em meio a turbulência política que o país atravessava, o povo – justamente o povo chamado de analfabeto e facilmente manipulável - na sua sabedoria simples, cotidiana, das praças e ruas desse Brasil afora, fez aquilo de mais elementar que se pode ser feito para tentar chegar a alguma forma de conhecimento: Duvidou. E a dúvida, segundo Aristóteles é o princípio da sabedoria.

O povo duvidou, duvidou do pensamento único imposto pela mídia, duvidou da virulência com que os fatos eram apresentados, duvidou das nobres intenções do senhor Bornahusen que disse que iria “se livrar desta raça por trinta anos”... Duvidou, quando o neto do ACM disse, em pleno plenário, que daria uma surra no seu presidente, duvidou todas as vezes que chamavam seu representante maior de malandro, safado e de bêbado, duvidou quando a Revista (panfleto) Veja cometeu o descalabro de publicar em sua capa que a figura de Lula emburrecia o país...e assim seguiu quietinho, mas duvidando sempre...até duvidar que aquele tal de Geraldo e sua turma formavam a última reserva ética deste país, que o presidente que ele elegeu com tanta esperança, não podia fazer ainda mais pra melhorar a sua vida, e por fim, já de saco cheio de tanto “papo brabo”, não teve dúvidas e pediu nas ruas desse Brasil afora: Deixa o homem trabalhar!!!

O povo duvidou, mas não trocou o certo pelo duvidoso, elegendo Lula presidente com quase 59 milhões de votos, a maior votação nominal da história do Brasil. Capacidade de analisar os fatos a sua maneira: podem estar certo, essa foi a verdadeira força do povo brasileiro. E por isso, exclusivamente por isso, por mais quatro anos, a decisão soberana já está tomada:
É Lula de novo com a força do povo!

Adilson Filho, sociólogo, Instituto Fatos - RJ PT/Sacramento