Jornal O Estado do Triângulo - Sacramento
Edição nº 1783- 18 de junho de 2021

Padre Sérgio Márcio é o novo pároco da cidade

Edição nº 1347 - 01 Fevereiro 2013

O pároco da Paróquia de São Sebastião, em Tapira (MG), Pe. Sérgio Márcio de Oliveira, 46, foi transferido para assumir a Paróquia do Santíssimo Sacramento Apresentado pelo Patrocínio de Maria, em missa de posse presidida pelo arcebispo Dom Paulo Mendes Peixoto, dia 31. 

Simpático e cativante, Pe. Sérgio Márcio já participou de concelebrações em Sacramento, por ocasião das festas religiosas da comunidade. Mas ele tem mais que laços de amizade com a cidade, seus avós paternos, Balbino Matias de Oliveira e Fidelina Alves Franco, são sacramentanos e aqui foram sepultados. “Meu avô ficou viúvo e se casou de novo também em Sacramento, e aqui tenho meu tio, Ildo Matias de Oliveira, além de primos, que vou reencontrar agora. Aliás, quando criança, passava aqui minhas férias, nas fazendas dos parentes, então parte das minhas raízes são e estão aqui”, recorda. 

 

Formação Salesiana

 

Natural de Araxá, Pe. Sérgio iniciou os estudos com os salesianos e só mais tarde foi para diocese. “Minha formação todinha é salesiana. Na época, o ensino médio, chamado de aspirantado, na formação salesiana, era na cidade de Pará de Minas, e coincidiu que a diocese de Divinópolis estava sem padres para acompanhar os seminaristas. A convite do bispo, houve uma interação muito grande entre a congregação e a diocese. No final da experiência, muitos diocesanos  tornaram-se  salesianos e muitos salesianos tornaram-se diocesanos, como eu”, explica. 

Conta mais Pe. Sérgio que, ainda seminarista, foi convidado pelo recém sagrado bispo, Dom Paulo Sérgio Machado, para trabalhar com ele em sua primeira diocese, Ituiutaba e ali se ordenou. “Éramos muito amigos. O bispo de Patos de Minas me liberou e eu fui. Os estudos eram feitos em Ribeirão Preto, como são até hoje, onde cursei Teologia, o que foi um ganho muito grande para mim. Ordenado sacerdote, no dia 10 de dezembro de 1995, em Ituiutaba, lá permaneci, durante cinco anos e meio”, conta. Depois dos primeiros cinco anos em Ituiutaba, Pe. Sérgio veio para a Arquidiocese de Uberaba e assumiu a então recém criada  paróquia de São José, na cidade de Araxá e lá permaneceu por seis anos. Com a morte do Pe. Torga, então pároco de Tapira, o Sr. Arcebispo pediu que Pe. Sérgio atendesse também aquela paróquia, devido a proximidade. “Com a dificuldade de atender duas paróquias em cidades diferentes, sobretudo a São José em Araxá, que é uma paróquia grande, optei por ficar só com Tapira, onde estou há seis anos, até que no dia 25 de setembro, Dom Paulo me propôs vir pra Sacramento. E cá estou me preparando para a mudança”, justifica, mostrando-se muito acessível e confiante para assumir a nova paróquia. 

"Não haverá mudanças..."
Questionado sobre possíveis mudanças, dar à paróquia, vamos dizer, “a cara de Pe. Sérgio”, Pe. Sérgio foi enfático na resposta: “Conheço monsenhor Valmir, há muito tempo, tenho por ele um respeito muito grande e pretendo, simplesmente manter exatamente tudo o que ele deixou. Não tenho que mexer. Ele conseguiu agrupar as melhores lideranças e eu tenho que manter isto. É claro que cada um tem o seu jeito próprio de fazer as coisas, mas no geral, nas lideranças, nas pastorais, no organograma paroquial  não haverá mudanças. Não pretendo mexer em absolutamente nada, porque eu tenho certeza absoluta de que as lideranças que ele me deixou  vão me ajudar e muito”, garante.
Prosseguindo, afirma Pe. Sérgio que, se houver necessidades de mudanças, elas serão fruto de um trabalho conjunto com os paroquianos. “Mudanças assustam, mas quero deixar todos tranquilos de que não haverá mudanças, haverá sim a continuidade de um trabalho excelente. E peço a todos que permaneçam firmes comigo a partir do dia 31, e não é 'firmes comigo', mas 'com o reino de Deus'. Vamos caminhar juntos, nos conhecer e, se houver necessidade de mudanças elas serão feitas junto com a comunidade”, ressalta. 
De acordo com padre Sérgio, foi aprovado no mês de dezembro o Plano Pastoral da Arquidiocese de Uberaba (PAPIU) para os próximos quatro anos. “Como se trata de um planejamento geral, aprovado em assembleia a partir da participação e da escuta de todas as paróquias, é claro que todas as paróquias irão adotá-lo, evidentemente, adaptando-o à sua realidade e às suas necessidades. O plano dá diretrizes para nortear nosso trabalho”, explica, elogiando seu conteúdo. “O Plano ficou muito bom, muito bem elaborado e não haverá dificuldade nenhuma para as paróquias colocá-lo em prática”.

Substituindo Mons. Valmir
A primeira mensagem de Pe. Sérgio é de desejos de um ano muito cheio de Deus para todo sacramentano: “Sem Deus, a gente não caminha, então um ano cheio de Deus, significa um ano repleto de tudo aquilo que ele nos concede: vida, alegria, saúde, capacidade de modificar as coisas, capacidade de aceitar, de criar e de fazer as coisas acontecerem”, destaca.Para o novo pároco, que já tem 17 anos de experiência como sacerdote, não é fácil, mas também não é difícil substituir Mons. Valmir Ribeiro, um dos párocos mais queridos e mais dinâmicos que a cidade já teve. “Pode parecer estranho, mas é muito difícil e é muito fácil ao mesmo tempo, substituir Mons. Valmir” - afirma, justificando: “Difícil, porque conhecemos o seu dinamismo, a sua capacidade de liderança, a capacidade de organizar as coisas e de descobrir líderes. Ele é líder nato, ele tem algo que atrai, por isso é difícil tentar manter o padrão de presença de atendimento, de dinamicidade. Por outro lado, é fácil, porque ele é muito organizado e deu a esta paróquia um rumo diferente, deu uma reorganizada excelente,  direcionou, fez com que a comunidade se redescobrisse e soube descobrir lideranças e  aproveitá-las”.
Mais um desafio
Para Pe. Sérgio, cada paróquia é um desafio diferente, mas a de Sacramento tem um diferencial, uma particularidade que deve ser levada em conta. “Há uma particularidade toda especial em Sacramento: é uma paróquia grande, territorialmente falando, com muitas comunidades. Porém, é uma paróquia que tem uma conscientização muito grande em termos de liderança, o que é muito bom, e facilita nosso trabalho, porque o padre é apenas um líder. Quem faz a coisa acontecer é o leigo e esse problema não vamos ter aqui”, avalia.
O novo pároco diz que a passagem do padre na cidade é efêmera, mas a sua comunidade permanece. “O padre passa, não sei quanto tempo vou ficar aqui, mas a paróquia permanece, as lideranças ficam. Os leigos esperaram quase dois mil anos para terem voz e vez na igreja, portanto agora é a hora de o leigo assumir  e exercer o seu papel, com o amparo do pároco”, lembra, referindo-se ao Concílio Vaticando II, que deu ao leigo oportunidade de participação na igreja. 
Dom Roque costuma dizer que 'padre sem povo, é violão sem corda'. “E é a mais pura verdade, sem o trabalho do povo, a paróquia não caminha. Há problemas? Há, somos humanos, mas problemas foram feitos para serem resolvidos, contornados no diálogo, no respeito, no saber lidar com as diferenças e fazer a coisa acontecer”, pondera.
Finalizando, Pe. Sérgio Márcio, afirma que a paróquia  estará sempre abertas aos padres da Arquidiocese. “O bom filho, sempre à casa torna, por isso as portas estarão sempre abertas”, afirma e destaca: “Para os redentoristas também. Não tem como desvincular a presença redentorista da Igreja de Sacramento. Os missionários construíram as bases da Igreja que temos hoje aqui. Colhemos, hoje, os frutos das sementes que eles plantaram. Foram mais de 50 anos de presença e serviços, de sementes semeadas na paróquia, no seminário e na rádio. Por isso, eles terão sempre as portas abertas para celebrar, participar, estar presentes. Para mim, em qualquer evento de relevância maior na paróquia,  eles têm que ser convidados, têm que estar presentes”, ressalta, lembrando também a figura de Pe. Victor Coelho de Almeida:
“O missionário redentorista, Pe. Victor Coelho de Almeida é de Sacramento. Sua vida foi exemplo de santidade, tanto que, tramita no Vaticano o seu processo de beatificação e canonização. E é fruto nosso, por isso sua devoção deve ser melhor explorada. Sacramento poderá ser, futuramente,  a terra de um santo. Temos que começar a trabalhar essa devoção”. 
A posse
Padre Sérgio Márcio de Oliveira é o novo pároco da Paróquia do Santíssimo Sacramento Apresentada pelo Patrocínio de Maria, em substituição a Mons. Valmir Aparecido Ribeiro, transferido para Uberaba. A cerimônia presidida pelo arcebispo Dom Paulo Mendes Pacheco e concelebrada por 15 sacerdotes, aconteceu nessa quinta-feira, 31, dia de São João Bosco, padroeiro da juventude.
A celebração teve a participação de autoridades como o prefeito Bruno Scalon Cordeiro e presidente da Câmara, José Maria Sobrinho, que recepcionaram o novo pároco, na procissão de entrada e o apresentaram ao bispo. Estavam ainda presentes os deputados Aelton  Freitas e João Bosco; o  promotor  José do Egito de Castro Souza; delegado da Polícia Civil, Rafael Jorge; vice-prefeito Geraldo Carvalho e vereadores,  dentre outros. Destaque para os seus pais, Francisco Matias de Oliveira e Maria Barcelos de Oliveira, as diversas pastorais da paróquia e um grande número de fieis de Sacramento e de Tapira, em cuja paróquia Pe. Sérgio trabalhou até poucos dias. 
Conforme a Provisão de Pároco, padre Sérgio deverá permanecer em Sacramento por no mínimo seis anos e outra  Provisão, nomeia-o Administrador Paroquial  da Paroquial de Nossa Senhora do Desterro do Desemboque. 
Na abertura da concelebração, padre Sérgio recebeu as mensagens de acolhida da Profa. Vânia Manzan, em nome de todos os paroquianos, e do prefeito Bruno, que, em nome da cidade, lhe entregou um cartão de prata. Ambos cantaram as belezas e religiosidade de Sacramento e colocaram-no sob o manto da padroeira, Nossa Senhora do Patrocínio do Santíssimo Sacramento. 
“Faça-se tudo para todos”
Dom Paulo Mendes Pacheco, na homilia, agradeceu a Deus por todos os que passaram pela paróquia e justificou a saída de Mons. Valmir antes de completar os seis anos  previstos em provisão, afirmando que tem outra missão para Monsenhor, por isso o levou para a sede da arquidiocese.
Refletiu sobre a revitalização das paróquias, exigência tirada na Conferências do Bispos,  em Aparecida, cujo alvo principal é a “missionariedade”, que visa sobretudo sair da mesmice, que faz com que a comunidade pare, isto é, perca a capacidade de novas iniciativas.
Dirigindo-se a Padre Paulo destacou a sua disponibilidade e a aceitação para mudar de paróquia, nas palavras chaves de São Paulo aos Filipenses: “A alegria é fundamental. Esta alegria tem que estar dentro do contexto daquilo que deve ser próprio de um pároco. Aquele que cria alegria na comunidade, consegue levantar o astral e trazer esperança. Mas São Paulo fala outras coisas ainda: ser uma pessoa verdadeira, uma pessoa justa, uma pessoa honesta, uma pessoa coerente. Isso é fundamental. O evangelho fala hoje da simplicidade e isso marca profundamente a vida de um pastor. A simplicidade de vida faz com que as pessoas se aproximem do pároco”, disse.
Acrescentou outras virtudes que o padre deve cultivar, que fazem parte das leis da Igreja. “Algumas coisas que são fundamentais na vida de um pároco. Primeira coisa, o padre deve ser o homem da palavra, por isso há o púlpito, isso quer dizer que a palavra deve estar em primeiro lugar, porque ela nos prepara para a mesa da unidade. Sendo homem da palavra deve ser responsável pela catequese, pela juventude, pela família, pela comunidade como um todo. 
O padre da paróquia tem a missão ligada aos Sacramentos. É aquele que não deixa a comunidade  ficar pagã. Ele dá espaço para a comunidade buscar o perdão, prepara para a Crisma, vai aos doentes, aos menos favorecidos e enlutados... O pároco deve ser aquele que vista as famílias, que está próximo, presente isso dá vivacidade à paróquia”. 
Dom Paulo falou ainda das parcerias e destacou o lado burocrático no respeito para com a história da paróquia fazendo os registros necessários no livro do Tombo da Paróquia e, também a transparência.   “Transparência é fundamental, sobretudo quando se refere a dinheiro, prestar contas. A comunidade precisa saber onde e como é gasto o dinheiro da paróquia”, frisou, finalizando: “Desejo, padre Sérgio, que sua presença aqui seja marcante. Que seja um trabalho fecundo para a vida dessa comunidade. Que Deus o abençoe nesse  trabalho, fazendo-se tudo para todos”, reportando à Provisão de Pároco”.   
À comunidade, Dom Paulo lembrou: “vocês têm um compromisso sério de dar assistência ao pároco, assistência de trabalho, de carinho, de acolhida”.