Morre Monsenhor Juvenal Arduíne

Vítima de complicações generalizadas, conforme noticiou a imprensa regional, morreu em Uberaba,  dia14, no Hospital São Domingos, onde estava internado, Monsenhor Juvenal Arduíne, 94, um dos maiores intelectuais do clero diocesano brasileiro.

Em 2005, o teólogo teve uma isquemia cerebral, o que o deixou hospitalizado por vários meses. Recuperou-se, voltou a celebrar e até a dirigir, e ainda escreveu mais um livro denominado, “Ousar para reinventar a Humanidade”. Nos últimos dois meses, porém, encontrava-se quase sempre internado devido o agravamento do seu quadro de saúde, vindo a óbito vítima de complicações generalizadas, na madrugada do último domingo.

Parte do velório foi realizado na capela do hospital São Domingos onde ele morava e recebia os cuidados das irmãs dominicanas. Seu corpo foi velado por todo o clero diocesano e  centenas e centenas de pessoas, amigos, conhecidos. Às 11 horas foi celebrada a primeira missa de corpo presente, na própria capela, presidida por Pe. Selmo Mazetto e com participação das irmãs Dominicanas que acolheram e cuidaram de monsenhor Juvenal. Às 14 horas o corpo seguiu num cortejo  para a Catedral Metropolitana, onde, às 15 h, dom Paulo Mendes Peixoto presidiu a  missa com efetiva participação do clero arquidiocesano. Às 17h30, Mons. Juvenal foi sepultado no Cemitério São João Batista.

Monsenhor Juvenal nasceu em Conquista/ MG, em 28 de novembro 1919. Ingressou para o Seminário aos 13 anos e foi ordenado padre por Dom Alexandre Gonçalves do Amaral em 1942. Foram 70 anos de vida sacerdotal. Começou seu trabalho na área de saúde em Uberaba, em 1954, quando passou a prestar assistência religiosa na Santa Casa e em 1960 foi morar no Hospital São Domingos, onde permaneceu até o seu falecimento.

Juvenal Arduini foi professor universitário, entre 1949 a 1998 e professor co-fundador de várias faculdades em Uberaba, dentre elas e extinta Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras Santo Tomás de Aquino, fundada em 1949; Faculdade de Medicina do Triângulo Mineiro (1954);  Faculdade de Ciências Econômicas (1966) e da Faculdade de Zootecnia (1975).  Foi reitor do Seminário São José e por vários anos e coordenou a Pastoral Universitária na cidade. Monsenhor Juvenal  era membro da Academia de Letras do Triangulo Mineiro, tendo, além de inúmeros artigos publicados em jornais de todo o Brasil,  lançado sete livros, dentre eles "Horizonte de Esperança", "Destinação Antropológica", "O Marxismo" e "Antropologia: Ousar para Reinventar o Ser Humano". Foi membro efetivo das Sociedades Culturais:   Società Internazionale Tommaso d'Aquino (Roma),  International Society for Metaphysics (Washington /USA); World Phenomelogy Institute (Massachusetts / USA); Associacion Católica Interamericana de Filosofia (Argentina);  Associação Brasileira de Sociologia; Sindicato dos Escritores do Estado de Minas Gerais e Sociedade Brasileira de Filósofos Católicos.

De monsenhor Juvenal são célebres as frases: "O ser humano tem sede de verdade e de justiça."; “Caminhar é assumir a vida, e crescer historicamente. Enquanto o homem estiver caminhando, haverá  sempre esperança. Pois, a grandeza do homem não está em partir ou chegar, mas em manter-se na estrada.”; "Para dialogar com Deus é preciso ser pessoa."; "Comprometer-se é optar, envolver-se é responsabilizar-se."