Jornal O Estado do Triângulo - Sacramento
Edição nº 1783- 18 de junho de 2021

Irmãs deixam sacramento

Edição nº 1341 - 21 Dezembro 2012

O final de ano chega com uma tripla sensação de perda para a comunidade católica; primeiro a transferência do pároco, Mons. Valmir Ribeiro, anunciada no mês de novembro e  que se consolidará no próximo dia 30. Enquanto a comunidade se acostuma com a ideia da saída do pároco, esta semana, mais duas partidas. Primeira, a da irmã Maria Letícia Soares, a Irmã Letícia da Casa do Menor Rosa da Matta, que deixou a cidade na terça-feira, 18 e, nesta quinta-feira, 20, a partida das irmãs da Congregação São José de Cluny, Célia Tomoko Saito, da Casa Infanto Juvenil (CIJU) e Idalina de Jesus Ferreira, que realizava trabalho pastoral com visitas aos doentes, além de cuidar da capela e da clausura, das irmãs. 

No lugar das irmãs Célia, que se transfere para Lucélia (SP) e Idalina, para Paranavaí (PR), chegaram á cidade as irmãs, Cecília Horikoshi e Maria Rosa. “Nossa vida é norteada pela obediência. Quando assumimos uma casa, não sabemos quanto tempo vamos ficar, mas saímos felizes, com a certeza do dever cumprido,  sabendo que outros precisam mais de nós. Quem sabe um dia a gente volta, como já voltei outras vezes”, declara irmã Célia, numa entrevista ao ET.

 

Quatro anos à frente da CIJU

Há quatro anos irmã Célia Tomoko Saito esteve à frente da CIJU S. Vicente de Paulo, mas ela tem um histórico de dez anos de serviços na cidade. Os primeiros cinco, vividos na clausura, ao lado da Capela Na. Sra. de Fátima; passou depois pelo Educandário Santíssimo Redentor, durante um ano, com os freis franciscanos, quando se mudou pela primeira vez, retornando no ano seguinte para dirigir a CIJU.
“- Minha saída é obediência que faz parte da nossa vida religiosa. As crianças saem de férias no dia 20 e eu parto para Lucélia. As crianças voltam no dia 4 de fevereiro já com as irmãs Maria Rosa e Cecília. Pra Sacramento é um ganho, porque até então só eu coordenava toda a CIJU e agora serão duas”, informa, resignada.
 Irmã Célia deixa a entidade e a cidade e parte para Lucélia (SP) com a certeza do dever cumprido e as contas fechadas. “Tivemos dificuldades, mas graças a Deus superamos os contratempos e encerramos o ano muito bem, graças á participação da comunidade nas nossas promoções e dos voluntários. Isso é muito importante para a entidade, as crianças, os funcionários, as famílias e para nós que somos as responsáveis pelas obras. Saímos tranquilos, porque fizemos o que podíamos fazer, demos o máximo de nós, dentro da nossa capacidade. Deixamos a casa sem dívidas, os funcionários com os salários em dia e agora é pensar para o  próximo ano”, informa.
 Esses quatro anos foram de muito convívio entre irmã Célia, as crianças, os pais, os funcionários, os voluntários e a comunidade católica de modo geral. Para ela, cada partida é um momento de despedida, embora saiba, como religiosa que sua vida é uma peregrinação constante. “Eu, particularmente, não sabia de minha transferência. Foi meio repentino, mas o que posso dizer é que não é fácil a gente deixar uma obra, uma comunidade, mas temos que fazê-lo. Hoje estamos aqui, amanhã acolá, mas quem sabe um dia a gente volta, porque nas idas e vindas, já tenho dez anos em Sacramento. E, se por um lado há a partida, a despedida, por outro, há alegria de deixar a casa nas condições em que está, organizada. As crianças tiveram um bom desenvolvimento, um crescimento muito grande. trabalhar com crianças é muito bom, porque a gente vê os frutos do trabalho muito rápido”, avalia.
Irmã Célia lembra que a parceria com a Congregação Redentorista durante algum tempo e encerrada no início   deste ano muito contribuiu para a realidade atual da casa. “A parceria nos ajudou muito a fazer uma economia que  nos permitiu encerrar o ano sem dívidas e preparados para iniciar o novo ano de trabalho”.  
A CIJU encerrou o ano com 70 crianças, embora tenha capacidade para atender 80,  e 15 funcionários, sendo dois cedidos pela Prefeitura. 
Bem vindas irmãs Cecília  e Maria Rosa 
Irmãs Cecília Horikoshi, ex-provincial da Congregação, e Maria Rosa dos Santos chegaram a Sacramento na segunda-feira, 17. Irmã Cecília, natural de Meridiana (SP), 30 anos de vida religiosa,  chega a Sacramento, vindo  de Santa Fé do Sul (SP) onde trabalhava numa comunidade terapêutica. 
A paulistana irmã Maria Rosa Mendes dos Santos, que tem 25 anos de vida religiosa na Congregação, vem de São Paulo, onde permaneceu por cinco  anos em estudos de Teologia e trabalhando na catequese religiosa. Ambas já conhecem Sacramento, onde trabalharam em missões na Semana Santa e irmã Cecília, um pouquinho mais pelas  visitas como provincial. Ambas vão trabalhar na Ciju.
Irmã Maria Rosa, pedagoga e teóloga será a coordenadora  pedagógica da instituição; irmã Cecília, professora  e psicóloga será a diretora  geral da Casa  e psicóloga.   As duas confessam que receberam com alegria a incumbência de vir para Sacramento. “Nossa missão é essa, servir onde for preciso”, afirma irmã Maria Rosa e irmã Cecília emenda: “Com muita tranquilidade, porque oito anos fiquei na coordenação e fazia as irmãs irem de lá pra cá (risos), agora chegou a minha vez de obedecer. Nós estamos numa vida de doação e não escolhemos onde queremos ir ou o que vamos fazer. Estamos onde há povos a evangelizar, obras a conduzir, essa é nossa missão”, afirma.
 Para Irmã Cecília,  que por oito anos foi provincial, é preciso um trabalho para o despertar de novas vocações.  “A messe é grande, mas faltam irmãs, faltam vocações. Por enquanto continuamos em Sacramento, não sabemos no futuro. Precisamos de pessoas vocacionadas  para continuar a missão. Se não surgirem novas vocações, chegará um momento que vamos partir e não haverá mais irmãs para assumir as obras”, alerta.
Ir. Cecília lamenta a Congregação ter deixado a Santa Casa. “Foi uma grande pena as irmãs terem que deixar a Santa Casa, tudo porque não temos mais pessoas para esses trabalhos e o mesmo pode acontecer com outras obras”, disse, lembrando que é papel de todo católico trabalhar por novas vocações. “Todos nós, batizados, temos que ter este compromisso de ajudar nesse despertar, principalmente as comunidades que precisam das religiosas”, finaliza. 
A Congregação na cidade
Se por um lado a saída de irmã Célia entristece  os voluntários, os amigos, os pais  e crianças da CIJU e comunidade como um todo,  por outro, a vinda de duas irmãs Maria Rosa e Cecília é a certeza da permanência  da Congregação São José de Cluny na cidade. 
A Congregação se instalou aqui em 02/01/1963, data em que assumiu a Santa Casa de Misericórdia de Sacramento. No próximo dia 2 de janeiro, completam, portanto, 50 anos da chegada das pioneiras, as irmãs, Antônia Fernandes, Maria Benigna de Jesus Martins, Mafalda do Menino Jesus, Izabel Vieira e Tereza Vaz. As irmãs de São José de Cluny, além da Santa Casa, logo se engajaram no trabalho da comunidade, passando a atuar nas pastorais, nas escolas e na Obra Social João XXIII, fundada Por Ir. Maria Benigna de Jesus, no bairro que levou o mesmo nome. 
Até assumir a então Creche São Vicente de Paulo, atual Casa Infanto Juvenil (Ciju) São Vicente de Paulo, em 1971, as irmãs deram nova vida à decrépita Santa Casa. E,  recentemente pairou no ar a possibilidade de as irmãs deixarem a cidade, o que felizmente não aconteceu. 
“- Hoje, a congregação conta com um número muito reduzido de irmãs, a maioria já bastante idosa. Nós mesmas tínhamos dúvidas se a Congregação continuaria aqui. A nossa preocupação sempre foi essa, porque faltam irmãs para assumir as obras”, explica, acrescentando que a clausura e a capela pertencem à Congregação.
“A capela e a clausura estão sendo muito bem cuidadas, porque são obras que foram doadas à Congregação enquanto ela aqui estiver. O que é uma alegria muito grande para nós, porque Sacramento é a nossa segunda obra no Brasil; a primeira foi a Creche Ana Maria Javouhey, em Lucélia, onde está a nossa primeira casa de formação. Temos história em Sacramento e com a vinda das irmãs para a CIJU nossa preocupação não tem razão de ser, por enquanto, porque vieram duas irmãs”, finaliza Ir. Célia. 
Fonte: 

Seções

Serviços

Na rede