Jornal O Estado do Triângulo - Sacramento
Edição nº 1783- 18 de junho de 2021

ET entra no 45º ano e é tema de debate na CMS

Edição nº 1334 - 02 Novembro 2012

Nesta quinta-feira, 1º de novembro, que pelo calendário católico é consagrado a Todos os Santos, o Jornal “O Estado do Triângulo” completou 44 anos. Na capa estampamos o início do 45º ano de circulação, tendo, portanto, a primeira edição ido às ruas no dia 1º de novembro de 1968. 

O Jornal ET nasceu no auge das lutas pela divisão das Minas Gerais, vividas por nós nos tempos de estudantes. Nesses anos todos, o jornal muito se alegrou fazendo a cobertura de casamentos, festas, formaturas, nascimentos... Encontrou pessoas e promoveu reencontros, mas também muito chorou com a cidade e  famílias inteiras pelas perdas.  

Nesses anos todos o ET viveu muitos embates, na linguagem figurada, resistências, oposições,  que de fato fez e continua fazendo, sempre pautado nos fatos presenciados, fotografados, gravados ou vindos de pessoas e fontes críveis. 

O leitor nunca, com certeza, parou para pensar em quantos prefeitos foram eleitos e reeleitos nesse tempo: são, exatamente, 12. Pela ordem, José Sebastião de Almeida (1967/70), José Alberto Bernardes Borges (1971/72, 1977/82), Hugo Rodrigues da Cunha (1973/76), Luiz Magnabosco (1983/1988, 1989/1992), Joaquim Rosa Pinheiro (1993/1997, 2005/2008), Nobuhiro Karashima (1997/2000, 2001/2004), Wesley De Santi de Melo (2009/2012) e Bruno Scalon Cordeiro, eleito este ano. 

Vereadores foram mais de uma centena, 129, incluindo as reeleições. Todos registrados,  desde a primeira edição, no início, mensal, depois a cada quinzena e, hoje, semanalmente; todas,  zelosamente encadernadas a cada ano e arquivadas.  E como sempre, o jornal nunca conseguiu agradar a todos, sobretudo a classe política, “carente de adulação do ego”, como bem expressou o presidente da Câmara, José Maria Sobrinho, na última reunião da Câmara, 29. Foram muitos “arrancas”, muitas contestações, mas nenhuma dada como inverídica.  

Denúncias vêm da população e sempre averiguadas, ouvidas as partes e todas confirmadas em fontes fidedignas, e, quando devidamente identificadas,  são publicadas, muitas vezes preservando-se as fontes. 

Copidescadas, às vezes, as matérias editadas não ganham uma transcrição ipsis litteris, apenas por, às vezes, constranger o entrevistado ou orador. Aliás, tempos atrás, um dos ex-vereadores foi vítima da transcrição de sua fala, na íntegra, com todos os erros que a oralidade permite, por um jornal já extinto, o que deu “pano pra manga”. O que queremos dizer é que, ao editar uma matéria, respeitando o padrão coloquial da língua, jamais levamos o interlocutor ao ridículo. Mas a essência de seu discurso e sua fidelidade, disso nunca abrimos mão. 

Já nos desculpamos, muitas vezes, pelo que erramos. Tivemos e temos essa humildade, visto que o ET se preza pela ética, dignidade e, sobretudo,  por  mostrar fatos que, muitas vezes, querem manter ocultos, mesclados ou nas  entrelinhas. Por isso, sempre seguiu os  princípios internacionais que regem o jornalismo, dentre eles, o de nº V - O público tem acesso e participação: A natureza da profissão demanda que o jornalista promova o acesso da informação ao público e a participação do público na mídia, inclusive o direito de correção ou retificação e o direito de resposta”. 

 

Vereador Danylo critica carta de jornalista 

 

Na reunião da segunda-feira, 28, com a presença de oito edis, no grande expediente, o vereador Danylo Gonçalves Silva saiu em defesa deste semanário, por conta de uma carta da Sra. Gê Alves, jornalista do prefeito eleito, Bruno Cordeiro, que qualificou o ET de mentiroso – editando “pseudas informações, completamente descabidas...”, o que mostra “um comportamento abominável, unilateral...” , publicada na última edição, 26. 

Disse o vereador: “Quero me manifestar sobre uma correspondência publicada no Jornal ET, onde  a jornalista Gê Alves faz críticas a matéria publicada pelo jornal sobre as eleições. Eu não quero me manifestar aqui sobre questões políticas, porque a eleição já passou. Como Berto e José Carlos falaram, agora é hora de torcer para o bem da cidade. É descer do palanque e começar a trabalhar. 

Mas eu não poderia deixar de comentar que uma senhora que chegou à cidade agora, está vindo aqui há pouco tempo e já vem criticando uma pessoa que tem um jornal há mais de 40 anos. Um professor, um ex-diretor de escola... Acho que chegar ao ponto de fazer uma crítica tão dura a uma pessoa dessas, tem que estar habilitada’’, disse. 

Prosseguindo, afirmou: “Essa mesma pessoa, a jornalista Gê Alves, em 2010, me chamou de 'menino atrevido', e de 'moleque',  no Jornal da Manhã, de Uberaba, porque eu havia concedido a medalha de Honra ao Mérito do Legislativo ao Dr. Biro. E hoje, ela já pensa diferente. Ela já concorda comigo, vê que eu estava certo. Isto quer dizer que o 'menino atrevido' estava certo”.

Espero que ela reflita também sobre o que disse sobre o professor Walmor, jornalista sério, proprietário do jornal O Estado do Triângulo. E que ela reflita da mesma forma sobre quando me chamou de ‘moleque e menino atrevido’ ao dar medalha a Dr. Biro. Hoje, ela vê que Dr. Brio não é aquela pessoa tão ruim como ela estava ensejando”, recomendou.  

 

Bruno e Marcelino criticam jornal 

Marcelino, sem citar o nome do jornal O Estado do Triângulo, criticou o fato de o 'jornal local' não ter uma linha editorial definida. “Ele não tem uma linha editorial clara, mas basta ler o jornal periodicamente – eu conheço este jornal há 16 anos – este jornal sempre teve lado, sempre se pronunciou, não de uma forma clara. O que falta ao jornal local é uma linha editorial para clarear o ponto de vista dele”, criticou.
Já o vereador e prefeito eleito, Bruno Cordeiro, criticou a falta de respeito do jornal com os vereadores, ao afirmar, na sua última edição, que o Prof. Berto Cerchi deu uma “aula de formação política” na Câmara. “O jornal tem que ter respeito com os vereadores, aqui não tem professor, nem aluno, não... E não é o jornal que vai nos dizer quem dá aula e quem aprende aqui’’,   criticou.
Bruno voltou a criticar o jornal, desmentindo que teria feito crítica ao governo do prefeito Wesley. “Não critiquei coisa nenhuma!” – afirmou, dando a entender que o ET publicou uma mentira. Bruno referia-se à nota que o jornal deu de seu pronunciamento na reunião do dia 15/10, e divulgada pela Rádio Sacramento. Além de criticar o atraso da notícia, afirmou: “... acho extremamente deselegante por parte dessa administração ficar se esvaindo dos problemas que precisam ser resolvidos e mandando para minha casa”.  
A mesma manchete do Jornal ET foi também usada em notícias que circulam nas redes sociais, inclusive no site Tatu na Rede de responsabilidade do jovem Gustavo Maluf: “Bruno faz críticas aos Superintendentes e ao Governo Baguá, PMS responde em tom ameno” (www.tatu na rede.com.br,  postado na terça-feira, 16 Outubro, 2012 - 16:49 – vide foto). Essa nota não foi motivo de contestação pelo vereador.

 

Berto Cerchi defende Jornal 

 

O vereador Carlos Alberto Cerchi, ao lado de Danylo Gonçalves, foi outro vereador que também defendeu o jornal. “...Um jornal que vai para quase meio século de existência nessa cidade, se não tivesse este jornal, isso aqui seria mesmo o que a Carolina Maria de Jesus falou, referindo-se à cidade de Sacramento, 'um pão sem fermento'. Sacramento deve muito a 'O Estado do Triângulo'”, afirmou.

Berto referiu-se também aos 44 anos de circulação do ET. “Sacramento tem um jornal importantíssimo, O Estado do Triângulo, talvez seja um dos mais importantes aqui do Brasil central, com todo respeito, porque é de Sacramento, mas é um jornalismo sério, de uma pessoa que tem compromisso. Agora, se vota em A ou B, isso não vem ao caso. A liberdade é tão boa, tão bonita, que dá essa prerrogativa ao jornalista, ao leitor,  à pessoa que ouve rádio ou  lê jornal, ela  dá a liberdade de pensar o que quiser”, disse. 

 

Presidente lembra homenagens ao ET

Lembrando que o jornal O Estado do Triângulo foi homenageado pela Câmara Municipal, através de iniciativas dos vereadores, José Carlos e José Américo e, também pelo próprio vereador Bruno Cordeiro, por ocasião de seu 40º ano, com aprovação unânime da casa, o presidente José Maria Sobrinho também reconheceu “a grandeza do jornal O Estado do Triângulo”.
Recordando sua militância no jornalismo, como comunicador da Rádio Sacramento e como editor e proprietário de jornal, José Maria disse que é muito difícil ao jornal, agradar a todos. Lembrando o lado político, reconheceu: “Nós, políticos, temos uma necessidade constante de ter o ego massageado, temos dificuldade de convívio  com a crítica, aliás, não só nós políticos, mas todo  ser humano. Muitas vezes, ficamos procurando, queremos que encontrem todas as virtudes e todas as boas atitudes que tomamos; e ficamos sempre na expectativa de que nunca se desvendem as nossas dificuldades ou nossos insucessos, mas eles existem muito na vida  política...”
José Maria lembrou até mesmo alguns embates que ele próprio teve com o jornal por conta de equívocos. “Não acho que isso seja motivo relevante para que nós elevemos a grandeza do exercício da política, mormente quando estamos imbuídos do poder, colocando em questão a nobreza de um mandato popular que nos foi outorgado - como disse o Berto - isso é muito grande para colocarmos em cheque em comparação com questões de matérias jornalísticas. Eu absorvo todas as críticas que me foram feitas, respondendo aos equívocos”, afirmou o presidente.