Nesta quinta-feira, 1º de novembro, que pelo calendário católico é consagrado a Todos os Santos, o Jornal “O Estado do Triângulo” completou 44 anos. Na capa estampamos o início do 45º ano de circulação, tendo, portanto, a primeira edição ido às ruas no dia 1º de novembro de 1968.
O Jornal ET nasceu no auge das lutas pela divisão das Minas Gerais, vividas por nós nos tempos de estudantes. Nesses anos todos, o jornal muito se alegrou fazendo a cobertura de casamentos, festas, formaturas, nascimentos... Encontrou pessoas e promoveu reencontros, mas também muito chorou com a cidade e famílias inteiras pelas perdas.
Nesses anos todos o ET viveu muitos embates, na linguagem figurada, resistências, oposições, que de fato fez e continua fazendo, sempre pautado nos fatos presenciados, fotografados, gravados ou vindos de pessoas e fontes críveis.
O leitor nunca, com certeza, parou para pensar em quantos prefeitos foram eleitos e reeleitos nesse tempo: são, exatamente, 12. Pela ordem, José Sebastião de Almeida (1967/70), José Alberto Bernardes Borges (1971/72, 1977/82), Hugo Rodrigues da Cunha (1973/76), Luiz Magnabosco (1983/1988, 1989/1992), Joaquim Rosa Pinheiro (1993/1997, 2005/2008), Nobuhiro Karashima (1997/2000, 2001/2004), Wesley De Santi de Melo (2009/2012) e Bruno Scalon Cordeiro, eleito este ano.
Vereadores foram mais de uma centena, 129, incluindo as reeleições. Todos registrados, desde a primeira edição, no início, mensal, depois a cada quinzena e, hoje, semanalmente; todas, zelosamente encadernadas a cada ano e arquivadas. E como sempre, o jornal nunca conseguiu agradar a todos, sobretudo a classe política, “carente de adulação do ego”, como bem expressou o presidente da Câmara, José Maria Sobrinho, na última reunião da Câmara, 29. Foram muitos “arrancas”, muitas contestações, mas nenhuma dada como inverídica.
Denúncias vêm da população e sempre averiguadas, ouvidas as partes e todas confirmadas em fontes fidedignas, e, quando devidamente identificadas, são publicadas, muitas vezes preservando-se as fontes.
Copidescadas, às vezes, as matérias editadas não ganham uma transcrição ipsis litteris, apenas por, às vezes, constranger o entrevistado ou orador. Aliás, tempos atrás, um dos ex-vereadores foi vítima da transcrição de sua fala, na íntegra, com todos os erros que a oralidade permite, por um jornal já extinto, o que deu “pano pra manga”. O que queremos dizer é que, ao editar uma matéria, respeitando o padrão coloquial da língua, jamais levamos o interlocutor ao ridículo. Mas a essência de seu discurso e sua fidelidade, disso nunca abrimos mão.
Já nos desculpamos, muitas vezes, pelo que erramos. Tivemos e temos essa humildade, visto que o ET se preza pela ética, dignidade e, sobretudo, por mostrar fatos que, muitas vezes, querem manter ocultos, mesclados ou nas entrelinhas. Por isso, sempre seguiu os princípios internacionais que regem o jornalismo, dentre eles, o de nº V - O público tem acesso e participação: A natureza da profissão demanda que o jornalista promova o acesso da informação ao público e a participação do público na mídia, inclusive o direito de correção ou retificação e o direito de resposta”.
Vereador Danylo critica carta de jornalista
Na reunião da segunda-feira, 28, com a presença de oito edis, no grande expediente, o vereador Danylo Gonçalves Silva saiu em defesa deste semanário, por conta de uma carta da Sra. Gê Alves, jornalista do prefeito eleito, Bruno Cordeiro, que qualificou o ET de mentiroso – editando “pseudas informações, completamente descabidas...”, o que mostra “um comportamento abominável, unilateral...” , publicada na última edição, 26.
Disse o vereador: “Quero me manifestar sobre uma correspondência publicada no Jornal ET, onde a jornalista Gê Alves faz críticas a matéria publicada pelo jornal sobre as eleições. Eu não quero me manifestar aqui sobre questões políticas, porque a eleição já passou. Como Berto e José Carlos falaram, agora é hora de torcer para o bem da cidade. É descer do palanque e começar a trabalhar.
Mas eu não poderia deixar de comentar que uma senhora que chegou à cidade agora, está vindo aqui há pouco tempo e já vem criticando uma pessoa que tem um jornal há mais de 40 anos. Um professor, um ex-diretor de escola... Acho que chegar ao ponto de fazer uma crítica tão dura a uma pessoa dessas, tem que estar habilitada’’, disse.
Prosseguindo, afirmou: “Essa mesma pessoa, a jornalista Gê Alves, em 2010, me chamou de 'menino atrevido', e de 'moleque', no Jornal da Manhã, de Uberaba, porque eu havia concedido a medalha de Honra ao Mérito do Legislativo ao Dr. Biro. E hoje, ela já pensa diferente. Ela já concorda comigo, vê que eu estava certo. Isto quer dizer que o 'menino atrevido' estava certo”.
Espero que ela reflita também sobre o que disse sobre o professor Walmor, jornalista sério, proprietário do jornal O Estado do Triângulo. E que ela reflita da mesma forma sobre quando me chamou de ‘moleque e menino atrevido’ ao dar medalha a Dr. Biro. Hoje, ela vê que Dr. Brio não é aquela pessoa tão ruim como ela estava ensejando”, recomendou.
Bruno e Marcelino criticam jornal
Berto Cerchi defende Jornal
O vereador Carlos Alberto Cerchi, ao lado de Danylo Gonçalves, foi outro vereador que também defendeu o jornal. “...Um jornal que vai para quase meio século de existência nessa cidade, se não tivesse este jornal, isso aqui seria mesmo o que a Carolina Maria de Jesus falou, referindo-se à cidade de Sacramento, 'um pão sem fermento'. Sacramento deve muito a 'O Estado do Triângulo'”, afirmou.
Berto referiu-se também aos 44 anos de circulação do ET. “Sacramento tem um jornal importantíssimo, O Estado do Triângulo, talvez seja um dos mais importantes aqui do Brasil central, com todo respeito, porque é de Sacramento, mas é um jornalismo sério, de uma pessoa que tem compromisso. Agora, se vota em A ou B, isso não vem ao caso. A liberdade é tão boa, tão bonita, que dá essa prerrogativa ao jornalista, ao leitor, à pessoa que ouve rádio ou lê jornal, ela dá a liberdade de pensar o que quiser”, disse.
Presidente lembra homenagens ao ET