A falta de chuvas comprometeu sobremaneira as usinas hidrelétricas do país que, para preservar o nível dos reservatórios até o fim do período da seca, em novembro, está adotando a redução da vazão de água que passa pelas turbinas. A medida já foi anunciada na região, para o nosso vizinho, Delfinópolis. Por determinação do ONS (Operador Nacional de Energia Elétrica), a represa da Usina Mascarenhas de Moraes (Peixoto), no rio Grande, em Delfinópolis, terá seu nível reduzido em até 13 metros ao longo dos próximos meses. O comunicado oficial foi feito por Furnas à Prefeitura de Delfinópolis, no dia 30 de abril.
O rebaixamento do nível da água, de acordo com o documento enviado à Prefeitura, ocorre em razão da estiagem e tem por objetivo ajudar na recuperação do reservatório de Furnas, que está com apenas 28% de sua capacidade. O nível da represa de Peixoto será reduzido da cota máxima de 666,12 metros em relação ao nível do mar para a cota mínima de 653,12 metros. A baixa no nível da água afetará os bicos da represa, conhecidos como braços.
Como consequência, os ranchos e pousadas turísticas localizados nessas regiões ficarão secos. Haverá interferência na irrigação de produções agrícolas, na navegação e no meio ambiente. De acordo com o documento, Furnas ficará responsável pela construção de um novo porto para a cidade, já que a travessia se tornará menor em água e maior em terra. Por conta dessa medida, terão que desviar a estrada e o porto aproximará em 800 metros uma margem da outra.
A Usina de Peixotos tem uma área inundada de 250 quilômetros quadrados, que abrange também os municípios mineiros de Ibiraci, Cássia e São João Batista do Glória. Segundo Furnas, o rebaixamento será controlado e à medida que as chuvas regularizarem e estabilizar o nível dos reservatórios, vão soltar a água até um nível mais estável.
A travessia no lago de Furnas no trajeto Delfinópolis-Cassia, no sul de Minas é feito por balsas. Furnas é responsável pela manutenção das 15 balsas de transporte de passageiros e veículos no Lago, realizando serviços periódicos nessas embarcações sob a fiscalização da Capitania dos Portos. A Usina Mascarenhas de Moraes (Peixoto), construída pela Companhia Paulista de Força e Luz (CPFL), data de 1947, dez anos antes da fundação de Furnas, Em 1º de agosto de 1973, por determinação da Eletrobrás, a usina passou a ser operada por Furnas.
A Usina Hidrelétrica de Furnas localizada no curso médio do rio Grande, no trecho denominado "Corredeiras das Furnas", entre os municípios de São João da Barra e São Joao Batista do Glória, possui uma potência nominal de 1.216 MW (8 x 152 MW). O reservatório, um dos maiores do Brasil, com 1.473 km² e 3.500 km de perímetro, com capacidade de 22,59 bilhões de m³, banha 34 municípios de Minas Gerais. A construção dessa usina, uma das maiores da América Latina na época, permitiu que se evitasse o colapso energético do País, na década de 60.
(Fonte: Imprensa regional)