O advogado Dr. Robertson Costa Santos – Rubico, 87, que trabalhou em Sacramento 1989 a 2001, morreu no último dia 30 de dezembro, em Curitiba, onde residia com a esposa, Odorica Terra dos Santos, irmã do músico, Maroca. Os laços com Sacramento eram tão grandes que Rubico manifestou junto à família o desejo de que suas cinzas fossem jogadas no ribeirão Borá, na ponte próxima à casa do irmão Nenê Terra, ela Mariinha.
E assim foi feito. Após sua cremação, as cinzas foram depositadas em uma urna e guardadas pela família até que surgiu a oportunidade. Aproveitando o feriado de carnaval, Odorica, acompanhada das filhas, Miriam, Tânia, Kátia, a cunhada Mariinha, genros, netos e uma bisneta dentre outros, espalhou as cinzas na ponte da praça do Santíssimo Sacramento, às 10h do último domingo, 10.
“- A cerimônia foi celebrada no ritual espírita. Fizemos uma prece, lendo um trecho do Evangelho e a mamãe jogou as cinzas. Ele pediu também pra tocarmos a música dos soldados quando voltaram da guerra e assim foi feito. Fizemos a vontade dele. Ele retornou para o lugar de onde veio”, diz a filha Kátia, tentando lembrar a Canção do Expedicionário: Por mais terras que eu percorra, / Não permita Deus que eu morra / sem que volte para lá...”, que o pai recomendou também que cantassem.
Falando da emoção do momento, a esposa Dorica recorda os bons momentos que viveu com o marido, em Sacramento. “Vivemos momentos muito felizes em Sacramento. Hoje, retorno para cumprir este desejo dele. Foi uma emoção maravilhosa, muito choro, porque a saudade é grande”, afirma e a filha Kátia completa: “Estávamos a família toda reunida, dias antes do Natal, todos tomando café e papai disse que queria suas cinzas jogadas no rio Borá. A gente ainda brincou com ele, dizendo: 'Pai, vamos fazer isto aqui perto mesmo”, mas ele reafirmou: “Quero que sejam jogadas no Borá, perto da casa da Mariinha”.
Rubico e Dorica foram casados durante 62 anos, alternando residência no Mato Grosso, Sacramento, em Cianorte (PR) e, finalmente Curitiba.
“- Papai morou em Sacramento 12 anos e em 2001, deixou a cidade. Nesse tempo que papai viveu aqui, morou no Jardim Alvorada”, conta mais a filha Kátia, que trabalhou na agência da Caixa local.