Jornal O Estado do Triângulo - Sacramento
Edição nº 1783- 18 de junho de 2021

Querida Tatá,

Edição n° 1236 - 17 Dezembro 2010

A sua risada contínua e “sacudida” ainda ecoa no meu coração. E as lembranças da nossa infância, adolescência e juventude foram passando pela minha mente como se fosse um filminho: lembra quando me ensinou musiquinhas de Natal? “Deixei meu sapatinho na janela do quintal...”; de nossas brincadeiras de roda... Lembra quando ficávamos aguardando no “Jardim” o cinema abrir lendo gibis? E da meninada de férias, esperando, do lado de fora, o Custódio abrir a Praça de Esportes (e nessa época nem existiam muros...). 

Brincávamos de pique-esconde nas águas esverdeadas e turvas da piscina e, por incrível que pareça, nunca tivemos doença de pele!... Mais tarde tínhamos um ritual: cinema, umas voltas pelo “Jardim” e depois íamos para o clube encararmos a imensa fita do ping-pong, ou ficávamos observando os casais na pista de dança. Nessa época o riso era fácil e freqüente... 

“Ai que saudade das coreografias” que criávamos ao som da “Santa Esmeralda” (nossos anos dourados...). E a Cinelândia? Marcávamos ponto todo final de semana, religiosamente...

Agora, mal consigo lidar com grande vazio e dor no coração. E se não fosse pela fé, esta dor seria insuportável!... Sei que ela transmutará em saudade, carinho, reconhecimento do legado de generosidade, compaixão, alegria, mansidão, doçura, companheirismo, fraternidade, humildade e solidariedade que deixou. Mas, no momento, o sentimento que tenho é de inveja dos anjos, que a terão para sempre.

Nancy