O Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) avaliação realizada pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira, vinculado ao Ministério de Educação completou sua 19ª edição. Os estudantes de Sacramento fizeram as provas em Uberaba, pela primeira vez em dois domingos, 5 e 12 últimos.
Criado em 1998, nos dez primeiros anos, as provas eram todas realizadas em um único domingo. A partir de 2008 passou a ser aplicado dois dias seguidos (sábado e domingo) e este ano, em dois domingos consecutivos, com a redação no primeiro dia. Antes era no segundo. Aliás, com um título que surpreendeu: 'Desafios para a formação educacional de surdos no Brasil.
O Enem 2017 estreou a prova personalizada (já impresso o nome do candidato) e o uso de detectores de ponto eletrônico,
O exame que contou com 157.221 candidatos em 1998, hoje tem número recorde de inscritos, 6.731.344, em 2017 (59% mulheres e 41% homens), mas já houve números superiores, 9.276.328 (2016), 8.478.096 (2015) e 9.832.511 em (2014). Com esse índice de inscritos, o Brasil ocupa a segunda posição no ranking de candidatos em vestibulares, só perdendo para a China.
A prova servia para ingresso em cursos superiores através do ProUni (Programa Universidade para Todos, criado pelo governo Lula). A partir de 2009, o exame continuou a ser usado para o ingresso em universidades particulares através do ProUni e também como acesso ao ensino superior em universidades públicas através do SiSU. Além disso, passou a servir também como certificação de conclusão do ensino médio em cursos de Educação de Jovens e Adultos (EJA) antigo supletivo, substituindo o Exame Nacional para Certificação de Competências de Jovens e Adultos (Encceja).
Cerca de 3.500 pessoas farão o exame, nos dias 12 e 13 de dezembro, por falta de energia nos locais de prova no domingo passado em Teresina (PI), Olinda (PE) e Uruaçu (GO).
Dos 6.731.344 inscritos, 30,2% não compareceram no primeiro dia, maior índice de desistência dos últimos sete anos. Já no segundo dia, a desistência foi menor, 32%, que representa 2.156.449 de candidatos.
Os gabaritos do Enem 2017 foram divulgados na quarta-feira 14 e os resultados saem dia 19 de janeiro.
Estudantes avaliam provas do Enem
Escola Coronel
Os alunos da Escola Coronel, Dênnys Elias Pereira Santos e Víviam Alcântara Oliveira, do 3º ano, ela Direito, ele Matemática; e Amanda Zandonaide de Araújo, do 2º ano, Direito, os três com 17 anos, em entrevisa ao ET avaliaram sua participação no Enem.
“- Para mim, a prova foi muito extensa, a redação pegou todo mundo, porque foi um tema que ninguém pensava fosse abordado. O que considero positivo foi o fato de colocarem linguagens e redação no mesmo dia, porque nos anteriores eram no segundo dia e junto com Matemática, que exige muito tempo e várias questões bem bem complexas”, afirma Amanda, seguida por Dênny:
“- Concordo com Amanda que a prova foi extensa, mas gostei muito da divisão em dois domingos, isso foi um período pra gente esfriar a cabeça e esperar o segundo dia. Antes, a gente saia tenso no primeiro dia, vinha pra casa e voltava no dia seguinte pra mais uma prova. Quanto à redação, concordo em gênero, número e grau com o que Amanda disse, ninguém esperava esse tema”. E Vívian arremata:
“- O tema da redação foi inesperado...”, define e acredita que o segundo dia, devido à prova de Matemática, que exige muitos cálculos, deveria ter um tempo maior. Eram muitas questões e não consegui fazer todas”, avalia.
Sobre o fato de serem egressos da escola pública, foram unânimes em reconhecer que o tempo de estudo dos alunos das escolas privadas, seis módulos aula de manhã, contra as cinco aulas que o estado oferece, faz uma grande diferença.
‘‘- A conta é simples, com 200 dias letivos, são 200 aulas a menos. Esta deve ser uma luta dos estudantes, igualar esse número de aulas das escolas particulares’’, defendem.
Colégio Rousseau
Para Nicole, que vai cursar Relações Internacionais, a prova cobrou mais conteúdo. “Na minha opinião, a prova foi mais conteúdo, diferente dos anos anteriores que teve bastante interpretação nos dois dias. Este ano teve interpretação, mas achei que o grau de dificuldade foi maior e cobraram mais conteúdo. O tema da redação surpreendeu, mas já havíamos trabalhado em sala de aula com assuntos relacionados, então, não fugiu tanto do esperado”.
Júlia Lobato, que vai para o curso de Farmácia, concorda com Nicole em alguns aspectos e completa “o estilo da prova, pelo que percebemos, está mudando. Nos anteriores era mais interpretação, ela continuou, mas eles estão focando no conteúdo. O mais difícil é o tempo, é muito puxado, são muitas questões, algumas muito extensas. Quanto à redação já havíamos trabalhado temas relacionados, mas a dificuldade é por ter sido tema específico. Sinto que a cada ano que passa a prova vai se tornando cada vez mais difícil, vai ampliando o nível de conhecimento”.
Pedro Magnabosco, que fez a prova pela segunda vez, achou bem mais puxada que a anterior. “Principalmente nas áreas de Ciências da Natureza e Matemática achei bem puxada. A redação foi um tema surpresa, porque havíamos trabalhando temas mais complexos, mas acredito que o tema foi bem colocado, por ser uma área que precisa muito de atenção”. E Pedro Borges, no terceiro Enem, considerou a prova de Ciências Humanas mais difícil. “Os textos foram muito grandes, e exigiam muita interpretação. Também a prova de Ciências da Natureza foi puxada e, o tema da redação, embora precise de atenção, na minha opinião há outros temas que precisam de mais foco que esse. Sei que é um assunto importante, mas