Jornal O Estado do Triângulo - Sacramento
Edição nº 1783- 18 de junho de 2021

EE Coronel promove debate

Edição nº 1367 - 21 Junho 2013

A EE Cel. José Afonso de Almeida reuniu na segunda-feira, 17, às 16h, educadores e autoridades da cidade para a I Audiência Pública dobre Violência', como um dos projetos realizados no ano de seu 80º aniversário. A diretora Mônica Vieira Almeida falou da importância do tema, 'Violência nas escolas'.

“Essa primeira audiência foi intermediada pelo nosso professor de Filosofia, Fabiano Leite, para juntos, educadores e pessoas de vários segmentos da comunidade,  discutirmos esse tema extremamente relevante. Esperamos que  juntos possamos encontrar respostas e buscar soluções, metas, ações e construir uma cultura de paz em nossas escolas, para cidadãos  que possam fazer a diferença na sociedade”, justifica.

Convidadas como palestrantes, debateram o assunto a psicóloga e professora da UFU, Marcionila Rodrigues da Silva Brito, e Alessandra Fracarolli Perez, pedagoga da Unaerp,  de Ribeirão Preto. 

Para a psicóloga Marcionila, são várias as causas da violência nas escolas. “E nenhuma delas é mais ou menos importante, mas a principal causa é a sociedade e a família, hoje, muito desestruturadas. Hoje a famílias trabalha fora, as crianças ficam desamparadas, não têm um referencial, ficam soltas, sem limites, sem diretrizes, enfim sem um norte e acabam envolvidas por tudo o que não presta: drogas, criminalidade, vadiagem. E, um dos  agravantes,  hoje, além da TV,  é a internet, coisa que toda criança tem acesso e na maioria das vezes sem acompanhamento nenhum”. 

Prosseguindo, afirmou que a internet é um instrumento que traz inúmeras vantagens, mas tem também seus malefícios. “Não que a internet seja algo ruim, ela é boa, o que sai dela é que é maléfico. Hoje, exercita-se a violência através da internet, incita-se  a violência através da violência, corrompe-se através da internet, ameaça-se através da internet, alicia-se através da internet, compra e vende-se drogas através da intenet. Já vi mensagens trocadas entre jovens com dizeres, 'Sua mãe devia ter te abortado. Por que você não se mata?'. É fácil teclar isso do outro lado, não há o olho no olho, não há o respeito em o compromisso com a vida e, essas práticas todas são muito violentas e vão mexendo com a cabeça de cada dos usuários, especialmente adolescentes e jovens. Os adultos responsáveis têm que tomar pé disso”, recomendou.

Para a psicóloga, uma das formas de minimizar a violência crescente é o acolhimento desde a infância em atividades de lazer,  esporte, artes, atividades que ocupem a mente das crianças e direcione-as  as crianças. “Nossos avós não eram psicanalistas e já diziam que, 'Cabeça vazia é oficina do diabo'. E tinham razão nisso. As cabeças das crianças, dos jovens precisam ser ocupadas, aproveitando-se a energia que eles têm para produzir alguma coisa, extravasar e aproveitar o  seu potencial”, recomendou.

Alessandra Fracarolli Perez, pedagoga da Unaerp,  de Ribeirão Preto, destaca que “a violência está generalizada. Ela não está na escola, pública, na particular, na universidade, no colégio técnico, na escola de bairro, ela está em todo lugar. E, maior que a violência física é a violência psicológica. A violência física, alguém acode, socorre, a polícia prende, mas a violência psicológica fica ali corroendo e acompanha a pessoa, às vezes, a vida inteira”, analisa, ressaltando a importância da família e do professor. 

 “- Além da família, o professor tem um papel muito importante  na vida dos alunos, mesmo com as quatro horas por dia, que são insuficientes, o professor é ainda quem pode ajudar para reverter essa realidade. Sabemos que o professor está preparado para tanta coisa que é exigida dele, mas ainda assim,  o professor  é o agente transformador sociedade, o principal agente na formação dos cidadãos”, afirma, lamentando o seu desprestígio atual. 

Prestigiaram a I Audiência Pública sobre Violência nas Escolas, além dos diretores das escolas, o promotor José do Egito de Castro Souza; o deputado do PT, Pompílio Canavez, de Alfenas; o vice-prefeito Geraldo Carvalho; Profa. Angela Faria, da secretaria de Educação; o secretário Izan Magnabosco e o Prof. Carlos Alberto Cerchi, presidente do Sind-UTE, aplaudido ao afirmar que o governo também comete violência ao obrigar o funcionamento de salas com número excessivo de alunos.