Enem 2011: Para estudantes prova é muito cansativa

Em sacramento, o ET foi ao ponto de ônibus, no segundo dia,  conversar com estudantes que seguiriam para Uberaba fazer a prova do Enem. Mauro Júnior, do segundo ano e Míriam do terceiro, ambos da escola Coronel, falaram  com o ET. Mauro fez a prova pela segunda vez e avaliou. “Achei a prova melhor elaborada que a do ano passado, não apresentou erros e, no ano passado eu estava no primeiro ano, consequentemente  achei a prova desse ano bem  mais fácil. Há muita interpretação de textos. Eu acho importante o aluno fazer a prova nos três anos do ensino médio, porque no primeiro ano sofri com a ansiedade. Quando vi  90 questões na minha frente, apavorei e perdi o controle do tempo. Este ano já foi bem melhor. Os professores dão dicas do Enem, mas para mim, a prova depende de o aluno buscar mais do que a escola está dando, tem que estudar”, disseram. 

Miriam, do terceiro ano, fez a prova pela segunda vez. “Tem que estudar, se não tiver uma base não dá. É muita interpretação de texto, precisa ter base e um pouco mais na parte de exatas. Outro aspecto  negativo que vejo é o cansaço, é muito cansativo. São 90 questões e  a gente tem que fazer um sacrifício grande”. 

Igor, da EE Sinhana Borges também achou a prova cansativa. “Achei a prova muito cansativa, longa, muitos textos pra ler, dá um cansaço visual muito grande. A prova traz questões relativas a matérias estudadas na escola, mas é mais conhecimentos gerais, conhecimentos de tudo o que a gente vem estudando desde as séries anteriores e depende de muita interpretação”, explica destacando que os professores dão discas sobre as questões e muitos alunos buscam as provas anteriores do Enem. 

Outros estudantes alegam que não houve tempo suficiente para a prova de exatas. “Fui resolvendo a prova, mas as últimas questões tive que chutar, porque não dava tempo”, diz Felipe, apoiado por Vinícius e outros. 

Abstenção do Enem chega a 26,4% 

Segundo o Instituto Nacional de Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira – Inep, o índice de abstenção do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) ficou em 26,4%. No sábado, dia 22, a abstenção chegou a 25%, e no domingo, dia 23, a 27%. O índice de 2011 foi  menor que a média do ano passado,  28%.

De acordo com o Inep, a edição de 2011 bateu recorde de candidatos, com 5.367.092 inscritos. E informa que não foram registradas ocorrências de incidentes. Porém,  de acordo a mídia virtual,  o  jornal O Globo,  divulgou o  tema da redação - “Viver em Rede no Século 21: os limites entre o público e o privado” - uma hora antes do horário previsto. Informando ainda aos candidatos que deveriam escrever sobre as redes sociais, como Twitter e Facebook, com o foco no relacionamento pessoal. 

De acordo com  a imprensa  virtual (Veja, Uol, Folha, O Estado de São Paulo e outras), a divulgação do tema  antes do horário previsto teria sido feito por um repórter do jornal “O Globo”,  na condição de candidato. “Uma hora antes do término do prazo mínimo de permanência nos locais de prova, quando os participantes do Enem podem sair e se comunicar com pessoas fora do exame, o site do jornal O Globo publicou o tema da redação do Exame Nacional do Ensino Médio 2011. A proposta, "Viver em rede no século 21: limites entre o público e o privado", foi divulgada pelo site às 13h59. Os participantes poderiam deixar a prova a partir das 15h. 

Segundo a nota do site, "os textos de referência são os artigos 'Liberdade sem fio', da revista Galileu e 'A internet tem ouvidos e memória', do portal Terra. Eles ainda citaram uma tirinha da série Quadrinhos dos anos 10, do cartunista André Dahmer". De acordo com o jornal, a informação foi passada à redação por um dos participantes do Enem, o que comprova o vazamento”, diz a Veja. A nota foi publicada no site de “O Globo” às 13h59, menos de uma hora do início do exame. 

 Segundo a mídia, “O repórter teria afirmado, em reportagem publicada na segunda-feira, 24,   que “bateu vontade de ir ao banheiro. Como não havia nenhum fiscal por perto, decidi testar a segurança da prova e mandei um SMS para a equipe de reportagem do Globo com o tema da redação: "Viver em rede no século 21: os limites entre o público e o privado". Que ironia! Eu, em frente à privada, tornando pública uma informação através de comunicação em rede. Deu tempo até de mandar outro torpedo com os títulos e autores dos textos da coletânea”, teria se justificado o  repórter na edição de “O Globo” nesta segunda-feira”, mas não conseguimos acessar o jornal. 

Segundo a imprensa  nacional, o MEC estuda processar "O Globo" e o repórter pelo vazamento do tema da redação. O MEC, porém, não fez nenhum pronunciamento oficial ainda.