Editorial

Dia dos Pais

por Ivone Regina da Silva

O poema de autor desconhecido
realça bem o papel e a importância do pai:
Tem pai que ama,
Tem pai que esquece do amor.
Tem pai que adota,
Tem pai que abandona.
Tem pai que não sabe que é pai,
Tem filho que não sabe do pai.
Tem pai ...
Tem pai que dá amor,
Tem pai que dá presente.
Tem pai por amor,
Tem pai por acaso.
Tem pai que se preocupa com os problemas do filho,
Tem pai que não sabe dos problemas do filho...
Tem pai ...
Tem pai que ensina,
Tem pai que não tem tempo.
Tem pai que sofre com o sofrimento do filho,
Tem pai que deixa o filho esquecido.
Tem pai de todo jeito.
Tem pai que encaminha o filho,
Tem pai que o deixa no caminho.
Tem pai que assume,
Tem pai que rejeita.
Tem pai que acaricia,
Tem pai que não sabe onde está o filho
que precisa de carinho.
Tem pai que afaga,
Tem pai que só pensa em negócios.
Tem...
Tem pai de todo jeito.
E você???
Que tipo de pai você é?
Muitos ignoram a importância de um pai
e sua influência na vida de um filho.
Ignoram a extensão das conseqüências
de sua presença, ausência, acertos e erros.
Se eles próprios soubessem,
cuidariam melhor de valorizar os filhos,
transmitindo-lhes dignidade.
Ter um pai, ser adotado por um pai,
traz segurança ao filho
e lhe confere valor social.
A maior herança que se recebe
do pai é a dignidade.
Essa transmissão simbólica
é normalizadora.
Crescer como mato,
sem poda e sem adubo, isto é,
sem orientação e investimento,
faz o homem se sentir desvalorizado,
e humilhado por não
ter sido amado o suficiente.
E se sentir, também, culpado disso,
por alguma falha sua e não
do pai ou da mãe.
Não superproteger, não adular,
não suprir sua carência ou ausência
com bens matérias.
Ao contrário, frustrar,
repreender quando necessário.
Proteger o filho até dos excessos da mãe,
são funções do pai.
Muito se critica que
a autoridade do pai,
em nosso mundo contemporâneo,
esteja em baixa.
Antigamente tínhamos pais
que eram verdadeiros tiranos.
Devíamos respeitar e acreditar
naquilo que nos impunham,
sem criticar, pois era a verdade
que as autoridades manipulavam.
Este tipo de autoridade inquestionável
caiu por terra. Hoje temos
uma pluralidade e podemos optar
´por qual devemos ter respeito
e quais são os que não merecem respeito,
por não apresentarem, de fato,
posição respeitável.
O que nos valoriza nesta vida,
é um olhar atencioso,
firme e zeloso e não
pais liberais, que abandonam
seus filhos acompanhando
o vale-tudo atual, sem perceber
que os estão colocando em risco.
Abençoar é o que mais importa
na missão de pai.
A energia para punir nunca pode
dissociar-se da obrigação de abençoar.
A todos os Pais, um carinhoso abraço!
E que Deus Pai os abençoe!

(*) Ivone Regina é advogada e Conselheira Seccional da OAB/MG