Jornal O Estado do Triângulo - Sacramento
Edição nº 1783- 18 de junho de 2021

Sacramentana tem joia premiada

Edição nº 1351 - 01 Março 2013

 

A sacramentana, designer de acessórios e de jóias, Taciana Scalon, está brilhando lá fora, já usando sua própria grife, com a marca de seu nome. O final de 2012, particularmente, foi um momento que a tornou conhecida mundialmente. Isso mesmo,  ao concorrer em um evento internacional, patrocinado pela AngloGold Ashanti, empresa da África do Sul, a maior mineradora de ouro no Brasil e a terceira no mundo, Taciana foi uma das 12 classificadas no concurso de jóias, que teve como tema, Brasilidade.

O evento que levou Taciana a expor sua peça em várias exposições realizadas nas principais capitais do mundo, teve a concorrência de 1.386 designers inscritos. Com a sua peça, 'Identidade', nada menos do que meio quilo de ouro trançado, formando um belíssimo colar em tramas de cestarias indígenas e típicas do nordeste abrangendo ainda pinturas corporais indígenas, Taciana é uma das 12 mais designer do país. 

 

O talento de Taciana ganha o mundo

 

 

Ainda estudante na Faculdade de Modas, da Unifran, Taciana Scalon fez sua primeira criação para o concurso da AngloGold Ashanti. “Foi a segunda edição do concurso de jóias da empresa. Participei na categoria 'Revelação', para estudantes de várias áreas. No primeiro concurso, nem muito obrigada. No segundo, já no último ano de faculdade, também não obtive respostas. Após formada, fui trabalhar em Patos de Minas quando participei do terceiro concurso. Também, nada”, conta. 

Até que, no ano passado, na quarta edição do concurso, Taciana, já como designer de jóias, participou mais uma vez do concurso que teve como tema, 'Brasilidade', nas categorias, “Prêmio AuDITIONS”, com 12 peças premiadas; e “Prêmio 10 anos AuDITIONS”, com seis peças.  “Como eu já estava com o trabalho de tramas, resolvi fazer uma peça em ouro em tramas. Um colar com tramas de cestaria, enorme, todo em ouro. A peça foi classificada entre as 100 e, depois, entre as 12, que vão agora para uma exposição ao redor do mundo. Fiquei louca de alegria”, conta feliz, agradecendo ao patrocinador, Ricardo Azevedo, do Atelier Pulsar BH.

Para Taciana, as expectativas agora são grandes, muitas portas podem se abrir e ela, claro, vai se dedicar e investir no ramo de jóias. “Agora é esperar pra ver o que virá, mas as expectativas são boas”, antevê. 

Hoje, vendo o sonho começar a se concretizar, Taciana dedica todo carinho e gratidão às avós Terezinha e Dirce. “Elas são as duas maiores fãs que tenho. Cada produto que sai, elas ficam maravilhadas. É como um filho que nasce. Eu digo pra elas que é um bebê novo que ponho no mundo e pelo que sinto, elas têm esse mesmo sentimento. E com razão, porque tudo começou com elas. Sou-lhes muito grata por isto”, reconhece.

As 18 peças foram usadas pela Golden Girl 2012, tendo como modelo a atriz Thaís Araújo, que foi fotografada em estúdio e nas Cataratas do Iguaçu, por J.R. Duran, para o catálogo do concurso, assinado por Amir Pastore, agora na fase de divulgação e marketing, por dois anos. 

Sacramentana, filha de Leonel Scalon e Marly Jerônimo Scalon, Taciana, nasceu, cresceu e estudou em Sacramento. Após concluir o Colegial na Escola Coronel e, concomitante, o Técnico em Administração na antiga EE Maria Crema, foi para os estudos superiores na Universidade Federal de Uberlândia (UFU), no curso de  Decoração de Interiores, que abandonou pouco tempo depois, por não se identificar com o curso.

Passando por duas experiências de trabalho em Uberaba, retorna a Sacramento, onde foi secretária de imobiliária, até decidir a um novo curso superior, o de Moda e Estilismo, na Universidade de Franca (Unifran). 

“Sempre quis fazer moda, mas quando fiz vestibular, curso de moda só era ministrado nas capitais e meu pai ficou doido. Então optei por Decoração de Interiores,  um curso mais próximo de moda, na UFU. Mas vi que não era o que eu queria e parei. Apesar de que, o que eu aprendi sobre decoração foi muito útil, vou carregar pra sempre, utilizo muito, foi uma experiência que só me ajudou, inclusive na faculdade de moda”, justifica. Durante os estudos, em Franca, Taciana começou a trabalhar no setor de criação de desenvolvimento de produtos da Carmen Steffens.  Estavam abertas as portas para o sucesso. 

 

 

 

Talento nato aprimorado

O gosto por desenhos e bordados, nasceu com Taciana, mas sua arte tem também os dedos de duas primorosas bordadeiras, as avós, Terezinha Bianchi (Antero Jerônimo) e Dirce Castanheira Scalon (Clanter Scalon).  
“- Desde sempre, desde criança gostei de fazer essas coisas. Acho que herdei esse gosto com minhas avós. O engraçado é que quando criança, passei uma temporada nas casas de minhas avós, ora com uma, ora com outra. Elas, claro,  precisavam dar alguma ocupação para uma menina de 10, 12 anos e a ocupação foi me ensinar a bordar, fazer tricô, crochê. Só não aprendi a costurar. É feio uma estilista dizer isto, mas não sei costurar (risos). Faço a modelagem, sei se a costura está certa, perfeita, mas não sei sentar na máquina e costurar”, recorda. 
A menina de 12 anos era também ousada. Começou a pintar em tecidos. “Comecei a fazer testes de pinturas em tecidos, estraguei um monte de roupas”, recorda mais, sorrindo e justificando que foi assim que tudo começou, revelando-se também na escola. 
“- Sempre participava de todos os projetos da escola, achava muito bacanas, mas o mais significativo é que eu tinha um problema com  moda, em usar o que todo mundo usava. Aí eu comecei a fazer minhas próprias roupas. Quando eu comecei a sair, tinha um evento, os bailes no Sacramento Clube, por exemplo, eu criava minhas roupas. Eu tinha uma costureira que fazia aquilo que eu desenvolvia. Sempre fui assim, não sou de ficar comprando roupas, eu crio as minhas roupas”, diz.   
A trajetória de sucesso
Na faculdade de Moda e Estilismo, Taciana se encontrou. “Tive a certeza do que eu queria, trabalhando na parte de criação na Carmen Steffens. Ali vi que, de fato, o acessório era a parte fundamental da minha vida. Vi que faltava algo mais para a  roupa. E quando falo de  acessório, falo de sapato, bolsa, colar, brinco, pulseira e aí comecei a desenhá-los”, explica, ressaltando que as jóias são seu forte, a sua preferência, mas a base de sua marca são carteiras e bolsas em tramas.  
Concluído o curso de Moda e Estilismo, Taciana buscou aprimorar-se, fazendo especialização com Amanda Salgado, gemóloga da H. Stern, em São Paulo e logo  foi convidada para trabalhar na Vittoria Verh, em Patos de Minas, loja especializada em jóias e prata. 
“- Foi uma passagem rápida em Patos de Minas, alguns meses apenas. Em 2011, fui para Belo Horizonte, atendendo a um convite da B & S Import, loja que tinha como carro chefe o atendimento à terceirização de grandes marcas. Lá pude  desenvolver trabalhos para Arezzo, Carmim, Shoulder, Alphorria e Makenge, tendo como base peças de acessórios”, destaca.
Acrescenta que a sua marca nasceu meio que por acaso, em agosto de 2011. “Fiquei pouco tempo na B&S, mas permaneci na capital enviando currículo, esperando algo melhor, e só ouvindo 'nãos'. E nessa busca, comecei a ficar amiga de donas de lojas, aproveitando para mostrar minhas carteiras tramadas. Duas lojas gostaram do meu trabalho e apostaram. A demanda aumentou, aí comecei uma pequena produção, criando a grife com a marca, Taciana Scalon.  E aí comecei a  colocar as bolsas nas lojas”. 
O talento de Taciana a leva a fazer peças exclusivas. “Faço tudo, todas as peças, desde a criação, corte, costura, acabamento, tudo sou eu que faço. Não sei costurar roupas, mas a bolsa eu tive que aprender. Foi a necessidade (risos). Faço  tramas com fitas de cetim e cada bolsa é única, exclusiva. Cada uma tem uma história, uma personalidade, esse é o diferencial”, explica.
Taciana é uma profissional, definida como “Designer de Acessórios” e “Designer de Jóias” e hoje investe no aprimoramento da produtora. “A marca está criada e agora estou na fase de divulgação, de organizar tudo direitinho, uma coisa bonita e diferente. Fiz um bom estoque e agora estou fazendo contatos. Estive no Rio de janeiro, estive com a Mariana Rios, que já está usando a bolsa”, finaliza, contente, e esperando um futuro promissor. 
É o que nós também desejamos, Taciana.