Jornal O Estado do Triângulo - Sacramento
Edição nº 1783- 18 de junho de 2021

Morreu a congadeira Maria Inácia

Edição nº 1234 - 03 Dezembro 2010

Maria Inácia de Araújo, 77, mais conhecida por Maria do Alencar, morreu na madrugada da quarta-feira, 30, na Santa  Casa de Sacramento, onde estava internada desde o sábado, 27. 

Maria foi velada na sede do Cerea, entidade que freqüentou desde a sua fundação, há mais de 35 anos,  junto com o marido, Alencar Araújo. O casal era parte integrante do Cerea, com participação efetiva no Coral dirigido por Derly Silva Loyola, que há anos abrilhanta uma das missas dominicais. Maria participou ativamente da festa de São Francisco de Assis, promovida pelo Cerea, em outubro e da festa do Congado no dia 7 de novembro.

 No velório, familiares e muitos amigos, congadeiros e cereanos, enalteceram a pessoa de Maria Inácia entoando cânticos de despedida. Antes da partida do cortejo que a levou ao Cemitério S. Francisco de Assis, o marido Alencar Araújo, com a ajuda de amigos, depositou na urna a roupa da Congada, que Maria sempre honrou nas festas, sob aplausos dos presentes.   No cortejo fúnebre, às 18h00, os congadeiros  fizeram soar um  tambor, num lamento triste pela morte de mais uma companheira. 

Maria deixa o marido Alencar de Araújo, uma filha, Nide, sete netos e dois bisnetos, além dos filhos e irmãos do coração, conquistados ao longo de muitos anos no Cerea e nas apresentações da  Congada pelas ruas da cidade.

 

“Perdemos mais um esteio”, diz Zezeu

 

Para o presidente do Cerea, Olício Inácio dos Santos,  Zezeu, a entidade ficou órfã. “Perdemos mais um esteio, sentimos muito a perda de mais um dos fundadores do Cerea, que sempre foi exemplo para todos nós pela persistência e dedicação. É mais um elo que está sendo tirado da nossa corrente, mas com força vamos continuar no combate ao álcool. Deus sabe o que faz, Ele é Pai e nós  somos filhos.  Tia Maria era por nós como uma professora, humilde,  mas com muitos ensinamentos, só fazia o que era bom e nos deixa lições. Deus hoje precisou de uma professora e tirou-a de nós”.

José do Carmo Martins que puxou os cânticos de despedida disse: “Deus disse, “o que fizeres ao menor de seus irmãos  é a mim que o fazeis”. E foi isso o que Maria fez pelo Cerea e  cereanos,  pelo Congado e  Moçambique, pela  família. E peço a Deus que nos dê forças na caminhada, para que de  mãos dadas  caminhemos juntos. Somos fraquinhos, mas se nos unirmos seremos fortes e juntos venceremos e não é cada um pra si e Deus para todos nós, não. Eu nada sei, mas digo:  Sejamos um para todos e todos para Deus e que Maria vá com Deus”. 

A jovem Monica Inácio dos Santos, representando do Cerea Jovem, em emocionada mensagem também fez sua despedida: “Tia Maria, você foi e será sempre especial para nós. Grande devota de São Francisco de Assis, onde havia ódio, você levou o amor, onde havia ofensa, você levou o perdão, onde havia discórdia, você levou a união e a paz. Sempre a teremos em nossos corações. Sua ausência nos fará falta, mas sabemos que todas as quintas-feiras, você estará orando conosco, para darmos continuidade a nossas reuniões, pois a nossa corrente precisa continuar forte, nessa luta contra o alcoolismo”, disse, seguida por todos entoando o hino do Cerea que tem no refrão um convite:  “Venham todos / de mãos dadas / ajudar esse nobre ideal / que nasceu de almas carentes / pra combater e vencer o mal”.

  E Delcides Tiago, Cid, presidente do Terno de Congada São Benedito, disse que Maria Inácia, “não só plantou, mas regou com a sua presença ativa. A sua vida inteira foi plantando, semeando boas ações, plantando não só a semente nos cereanos, mas também na família, no trabalho, na Congada , sempre de coração aberto. Ela nos ensinou através do amor, da religião, da amizade, da participação  que podemos ser felizes”, disse.