Neste momento de profunda reflexão
em que o Sr. Jorge nesta passagem terrena
e transitória parte para a eternidade,
lembrei-me de quando eleita e neófita vereadora
à Câmara Municipal de Sacramento
nos idos anos da década de 90,
num dia de muita importância em minha vida,
assinando o termo de posse lavrado por ele,
secretário daquela egrégia Casa de Leis,
formulou-me verbalmente um inesquecível voto
desejando que eu fosse uma grande vereadora
voltada ao compromisso de resgatar da pobreza
e do abandono, significativa parcela da população,
dando-lhe melhores e mais dignas condições de vida.
Desde então, nos três mandatos que assumi
junto à Câmara Municipal ao lado do Sr. Jorge
conseguiu enriquecer-me com sua extraordinária
presença de ser humano de singularíssimas qualidades.
Cumpre-me, pois, expressiva homenagem a esse
grande vulto que foi o servidor público
Jorge Fidélis Cordeiro, que impregnou nos anais
da Casa, exemplos extraordinários de discernimento,
de espírito público, de humanista que era,
cristão e o ministro das exéquias sempre solícito.
Condutor responsável e medianeiro da secretaria
da Câmara, primava pelo escopo inamovível
da ética, ínsito ao amor à instituição.
E na mesma esteira, Sr. Jorge dedicou-se
com grande conhecimento que ele sempre teve
dos seres humanos, com sua concepção
do que era servir à vida pública e do estar
umbilicalmente vivenciando a vida ao lado
da própria família naquele plano de amor,
ternura, lealdade e generosidade.
Foi assim que o Sr. Jorge também assumiu
e administrou a sua coragem e determinações,
suas instituições, a fim de alcançar os objetivos
em prol do interesse público.
Como Serventuário da Justiça
e Juiz de Paz por muitos anos,
voluntário no Asilo Lar São Vicente de Paulo,
além de Irmão atuante da Irmandade
S. Vicente de Paulo,
Igreja Católica, Sacramento Clube,
Clube Atlético Sacramentano,
Educandário Lar de Eurípedes,
Escola Estadual Maria Crema, Casa do Caminho,
Associação Musical de Sacramento e na
Santa Casa de Misericórdia, onde foi provedor,
membro da diretoria várias vezes e fez parte
da irmandade do hospital desde 1946.
Dotado de personalidade forte, enérgico e exigente,
portador de grande visão e capacidade de realização,
foi um homem de extrema compostura e bondade pessoal.
Amou, todas as instituições às quais pertenceu
com o amor acendrado e egoísta dos iluminados
por uma missão que cumpriu com apurado
denodo e competência.
Deixa, portanto, sr. Jorge, uma lacuna verdadeiramente
imprescindível, porque foi um cidadão de peregrinas
virtudes e que servirá sempre de exemplo
para as futuras gerações de nossa terra.
Rogamos, pois, a Deus que faça descer sobre
seus queridos familiares, especialmente sobre
D. Amália, a companheira notável e extraordinária
de todas as horas e de todos os momentos
que o privilegiou em ser sua mulher.
À sua querida filha Maria Beatriz, esposo
e filhos, verdadeiros baluartes do sr. Jorge
e D. Amália em todas as vicissitude da vida.
Aos seus amados e saudosos filhos
Ricardo e Jorge Luiz, que tão jovem partiram
para a eternidade, os quais também tinham
verdadeira veneração pelos pais, numa ligação
extremamente espiritual, amando-os
de todo o coração e profundamente.
Rogo por fim, para que Deus derrame sobre
suas noras, netos, bisneta e familiares,
as bênçãos necessárias, força e coragem
para que possam suportar o doloroso transe.
Temos a certeza que sr. Jorge já se encontrou
com Deus, com seus filhos Ricardo e Jorge Luiz
e uma plêiade de parentes e amigos.
E na vida eterna está fruindo a merecida
felicidade conquistada pelo que aqui plantou,
pelo exemplo, pela bondade, pela compostura,
pela dignidade e sobretudo, pelo seu acendrado
sentido de compreensão da vida.
Descanse em paz, sr. Jorge!
(*) Ivone Regina Silva é advogada e Conselheira da Seccional da OAB-MG