Jornal O Estado do Triângulo - Sacramento
Edição nº 1783- 18 de junho de 2021

Ação de graças pelos 70 anos de pe. Gil

Edição n° 1307 - 27 Abril 2012

Hoje, Senhor, nesta feliz e memorável noite, religiosos e amigos de nossa querida terra de NS do Patrocínio do SSmº Sacramento acorrem para agradecerem a Deus aqui no saudoso Seminário do SSmº Redentor, os 70 anos de vida do querido e sempre lembrado Pe. Gil.

Nós, mais velhos, já algodoados pela brancura do inverno, nos lembramos com muita saudade, Senhor, daquele jovem missionário redentorista que aqui aportou com alma pura, forte, dinâmica e corajosa, como o ardoroso apóstolo, quando nossa fervorosa Paróquia era ainda campo pequeno, dado a vocação sacerdotal,espiritualidade e grandeza do seu coração. Assim, Pe. Gil logo mostrou a que veio.

Dotado de inextinguível ardor apostólico de sua alma, rapidamente conquistou toda a juventude sacramentana a quem ensinava através do TLC, da JUS e dos “Encontrões”, os caminhos do desprendimento, do amor ao próximo, do valor da amizade, da solidariedade e da vivência dos mandamentos do amor. E todos os jovens sentiram um chamado interior, percebendo a presença constante de uma inteligência divina que guiava suas vidas.  No magistério Pe. Gil também conquistou as normalistas do Curso Normal, não só pela sabedoria, mas sobretudo, pela sua beleza, elegância e parcimônia. 

Paralelamente, Pe. Gil, criou o Cursilho de Cristandade em Sacramento e realizou  grandes encontros de casais não só aqui, como em toda a região. Orientando-os para que caminhassem  juntos lado a lado, onde a vida pudesse acontecer, fecundada pelo respeito, pelo carinho, pelo amor e felicidade. 

E no trabalho pastoral comunitário, Pe. Gil levou aos encarcerados a presença da caridade cristã, a paciência de superar as vicissitudes em suas vidas e a esperança da liberdade. Aos pobres, a coragem de vencerem, aprender a confiar e a viverem de acordo com ela. Aos doentes, um gesto de amor, carinho e de conseguirem perceber o sopro de Deus dentro de seus corações. Aos responsáveis pela comunidade, autoridades civis, militares e religiosas, com a voz estrondosa de verdadeiro apóstolo do Senhor, apontou destemido o cumprimento do direito e da justiça, especialmente do respeito à integridade da pessoa humana.

No entanto, embora o padre seja a árvore da cruz conquistada por Cristo, ninguém é capaz de sondar o confronto apostólico que se processa  na consciência de um  sacerdote. Pois, na vida sacerdotal trava-se  cotidianamente, o duelo pascal  entre a vida e a morte. 

Assim, Pe. Gil teve de enfrentar  esse  terrível confronto de mudança de vida entre o sacerdócio,  o matrimônio e a fraqueza dos homens. Mas, não esmoreceu.  Confiou plenamente no Senhor, que o ungiu, o consagrou e o tornou forte para suplantar  os incrédulos, os espíritos endurecidos, a agressividade  e a deserção. Mas, encontrou  muitos confrades, parentes e verdadeiros amigos que o conheciam e o  amavam, que lhe deram força, coragem e fé para sobrepujar todas as vicissitudes daquele momento e partir em busca de sua tão sonhada felicidade.

Só assim Pe. Gil resolveu assumir seu verdadeiro amor por sua querida Alda, que também era religiosa. E dessa feliz e sublime união, trouxeram à luz, duas lindas crianças: Larissa e Tiago, razão maior de orgulho, amor e carinho de suas vidas.  Diante de tudo isso, a certeza de que  Deus não escreveu suas histórias  e não traçou seus destinos,  apenas os criou.

Este, Senhor, é o grande legado de vida que Pe. Gil nos deixou.

Por isto, esta festiva celebração comemorativa do seu 70º  aniversário, não é mero triunfalismo. Porque estamos conscientes de que foi uma sublime graça do Senhor ter chamado à luz da fé todos nós que aqui estamos para agradecer. Para com o olhar de gratidão a Deus,  pela vocação cristã e familiar de Pe. Gil.  E esta noite, de modo tão especial, é a expressão da alma de todos nós sacramentanos, que nos sentimos agraciados pela bondade de Deus em ter-nos enviado através de nosso querido Pe. Gil, a mensagem de Cristo e ter implantado em nossos corações, a fé, o amor e a realidade esplêndida e permanente de nossa Igreja.

Por tudo isto, obrigada, Senhor!