Jornal O Estado do Triângulo - Sacramento
Edição nº 1783- 18 de junho de 2021

Empresas revelam as consequências da pandemia

Edição nº 1730 - 05 de Junho de 2020

Está longe, dizem os infectologistas, o fim da crise pandêmica provocada pelo novo coronavírus no Brasil. Os dados atualizados nessa quinta-feira, pelo Ministério da Saúde, apontam que 34 mil brasileiros já morreriam vítimas da covid-19. Vivendo esse drama histórico, o ET vem publicando uma série de matérias sobre a doença e seus reflexos no comércio local e instituições. Nossa intensão é de deixar um registro pela imprensa escrita às futuras gerações de como foi esse tempo. Por isso, nos valemos de vários depoimentos do governo municipal, empresários, comerciários e diretores de escolas sobre suas consequências e como estão enfrentando esse desafio. Infelizmente, nem todos os segmentos que foram consultados, responderam. Mas aqueles que deixaram sua opinião, com certeza, ela fará parte da história. Obrigado aos que colaboraram.  Nesta edição, divulgamos as opiniões dos empresários Helsio Santana (Servipeças) e Vilmar Lacerda (Esporte Lacerda) e do gerente administrativo do Posto Santo Antônio, Celso Almeida. 

 

Servipeças Sacramento

A mais tradicional empresas do setor de autopeças da cidade, a Servipeças, do empresário Helsio Santana (foto), atendeu gentilmente o ET, informando que, de março a maio, a loja apontou três índices de baixa nas vendas, o maior deles foi sentido em maio, com 22% de queda. 

“No início da pandemia, em março, a porcentagem de visita de clientes na loja caiu bastante, mais de 50%, o que nos obrigou a criar algumas alternativas de venda como, por exemplo, o Disk Peças, sistema delivery, com entregas tanto nas oficinas como na casa dos clientes,

evitando e diminuindo, por segurança, mais ainda o fluxo de clientes presentes na loja”, salientou. Ainda em março, por motivo de segurança dos funcionários e clientes, o empresário adotou o revezamento de equipes, metade trabalhava no período da manhã, a outra metade à tarde, com redução ainda de horários.

Sobre o impacto nas vendas, Helsio avaliou que o setor de autopeças foi pouco afetado. “Nosso ramo, comparando a vários outros, considerados não essenciais, afetou pouco, não sendo obrigatório fechar as portas, a não ser tomar os cuidados necessários com o uso obrigatório dos EPIs (Equipamentos de Proteção Individual) para os funcionários; distanciamento social, com entrada de no máximo dois clientes na loja; higienização do ambiente de trabalho, com álcool em gel e máscaras para clientes e colaboradores. Seguindo esse protocolo, em março, as vendas caíram 8%”; em abril, a queda foi maior, 22% e, em maio, a queda foi menor, apenas 4%”. 

Concluindo, o empresário informou que ouve nesse período da crise pandêmica uma certa escassez de vários produtos pelos fornecedores, em consequência das paralizações das fábricas, o que provocou alteração de preços em vários itens. “Mas felizmente, mesmo diante desse triste cenário, não houve demissões, a não ser um agendamento maior de funcionários colocados em férias já vencidas”.  

 

Esporte Lacerda

O setor calçadista e esportivo, representado pela mais tradicional loja da cidade, a Esporte Lacerda, sofreu uma queda de 60% na visita dos clientes na loja e uma perda nas vendas de 40%, nos últimos dois meses. A informação é do empresário Vilmar Lacerda (foto), afirmando que nunca enfrentou crise semelhante. “Nunca vi nada igual, o que nos obrigou a criar algumas estratégias com vendas online, divulgação em redes sociais, promoções, premiações e delivery (entregas em domicílios), além de sentir também a de alguns produtos na linha de importados”, disse, lamentando o fato de ter feito uma demissão. 


Posto Santo Antônio

Em entrevista ao ET, o gerente administrativo do Posto Santo Antônio, Celso Almeida (foto), fez uma avaliação interessante sobre o comportamento dos preços dos combustíveis (gasolina, diesel e etanol) no último bimestre (abril/maio) em relação às vendas e compra. 

“A queda nas vendas alcançou um percentual de 20% nesses primeiros dois meses da pandemia. Foi interessante, porque, enquanto o preço do barril de petróleo caiu no exterior, de US$ 80, US$ 70 (dólares) para até US$ 25, preço que, automaticamente, é repassado ao consumidor, as vendas nas bombas, que deveriam aumentar por conta da oferta barata, devido à crise, elas também caíram, em torno de até 20%”, explicou, mostrando as causas. 

“- É fácil reconhecer a causa da queda, tomando por exemplo apenas  segmentos: 'as escolas', o transporte escolar parou, o professor ficou com o carro na garagem, os pais no home-fficer deixaram de ir à empresa, a mãe que deixou de levar e buscar o filho na escola; no segmento 'popular', o cidadão, para manter o isolamento ficou em casa, não viajou... Só nesses dois segmentos tivemos uma queda de 15 mil litros/mês”.