Jornal O Estado do Triângulo - Sacramento
Edição nº 1783- 18 de junho de 2021

Hora da Saudade comemora 100 anos da memória de Eurípedes

Edição nº 1648 - 09 de Novembro de 2018

A manhã de quinta-feira, 1º de novembro, foi marcada por momentos ímpares de emoção, na tradicional Hora da Saudade em comemoração aos 100 anos da morte de Eurípedes Barsanulfo, com a presença de familiares, sobretudo sobrinhos, descendentes dos seus 14 irmãos, e fiéis da doutrina espírita. 

A presidenta do Grupo Espírita Esperança e Caridade, Alzira Bessa França Amui, na sua prece, agradeceu pela vida, a longa história de Eurípedes e o seu legado, se comprometendo como todos, a seguir o exemplo deixado. 

Para a sobrinha Rita da Paixão Bizelli, filha de uma das irmãs de Eurípedes, Edalides Milan de Rezende (José Rezende da Cunha) o momento foi de gratidão. “Em tudo na minha vida, tio Eurípedes está presente e desejo que ele seja sempre abençoado por Jesus, o divino amigo e que ele possa cumprir cada vez mais a sua missão no Brasil, no mundo e, sobretudo, em Sacramento, essa terra tão amada”, afirmou, recordando que desde a barriga da mãe já participava da Hora da Saudade. 

“- Quando mamãe me esperava, tio Eurípedes já havia morrido e eu já frequentava a Hora da Saudade. Nasci em 1931 e nunca deixei de participar, mamãe nunca deixou que faltássemos nas comemorações de 1º de maio e de 1º de novembro. Hoje estou aqui com muita emoção neste dia abençoado de tio Eurípedes”.  

Lúcia Helena Ribeiro foi uma das primeiras filhas de Corina Novelino a chegar ao Lar de Eurípedes, instituição fundada na década de 50, por Corina Novelino para abrigar meninas órfãs. Participando da Hora da Saudade, Lúcia recordou com emoção a sua história e vivências no Lar.  

“A minha história é única.  Vim para o Lar, quando Mãe Corina ainda trabalhava para a sua fundação. Eu tinha um ano e meio. Não sei quem são ou quem foram meus pais. Mãe Corina estava na plataforma da estação de trem de Campinas, onde ela havia ido para fazer campanha de donativos para a construção de sua obra. Antes que embarcasse para o retorno a Sacramento, uma mulher me entregou para ela. Mãe Corina me trouxe com ela e fui, assim, primeira interna do Lar de Eurípedes. Eram meados de 1956. Meus pais biológicos nunca os conheci, só conheço meus pais espirituais, a Mãe Corina e Eurípedes”, relata, destacando que permaneceu no Lar até os 27 anos, data do falecimento de Corina.

 Depois das morte de Corina, em 1980, o Lar passou por muitas mudanças, então, Lúcia se mudou para São Paulo. “Com as mudanças no Lar, cada uma de nós tomou um rumo diferente. Eu fui para São Paulo”, afirma, recordando que eram suas irmãs do Lar, na época: Sandra, Mariléia, Cleuza, Leozana, Dejanira, Maria Helena, Celma Aparecida Tiago, Maria das Graças, Leuza, Maria das Neves, Cora, Nazaré, Dalila, Mirian, Aldair, as três Evas: Ester, Maria e Zilda... 

“- Éramos muitas e éramos  uma família, aqui era o nosso lar, foi aqui que descobrimos o conceito de família, recebemos ensinamentos e formação e é sempre  muito bom voltar, isso são coisas que a gente nunca apaga da vida”.