Jornal O Estado do Triângulo - Sacramento
Edição nº 1783- 18 de junho de 2021

Atílio é o novo provedor da Santa Casa

Edição nº 1565 - 07 de Abril de 2017

O subsecretário da Controladoria da Prefeitura, Atílio César Servato, é o novo provedor da Santa Casa de Misericórdia de Sacramento, eleito dia 31 último, três meses depois de vencido o mandato do provedor sainte, José Alberto Borges (Bertim), por falta de chapas inscritas para concorrer à eleição. 

Realizada na Capela da Santa Casa, das 19 às 21h, a eleição transcorreu dentro da normalidade. Dos 142 irmãos ativos, 115 compareceram para votar. Atílio foi eleito com  67 votos contra  46 dados a Paulo Sérgio Cândido (Patché) e dois votos brancos. 

Compõem a diretoria administrativa com Atílio os seguintes membros:

Alzira Jerônimo de Melo Almeida (vice-presidente); Marinez Aparecida Magnabosco Lobato e Thallys Andrey Nunes Rodrigues (secretários), Andreza Silveira Borges e Fábio Luiz Sebastião (tesoureiros). No Conselho Fiscal estão os membros efetivos: Pe. Vanildo Massaro de Brito, Maria Elena de Jesus, Luciano Caetano de Souza, Maria Clara Devós Araujo Souza e Márcio Antonio de Oliveira e os suplentes, Carlos Eduardo Araújo, Emílio Luiz de Freitas  e Valdair Cândida da Silva.

 

“Santa casa está estável”, afirma Bertim

O provedor que deixa o cargo, depois de dois mandatos à frente da Santa Casa (2011/ 2014), José Alberto Borges (Bertim), passa o cargo ao novo provedor, Atílio Servato, com a estável.
“- Ao assumir a Santa Casa herdei  R$ 2,5 milhões de dívidas antigas, por exemplo,  a dívida do SAAE vinha desde 2006 e todas foram renegociadas em parcelas compatíveis com o que poderíamos pagar  e até hoje todas as prestações vêm sendo cumpridas rigorosamente. A partir de 2013 até hoje,  não deixamos  um centavo de dívidas. Todas as compras efetuadas estão quitadas.  Então, na verdade, as dívidas da Santa Casa, hoje,  são aquelas da renegociação, que tinham que ser feitas para obtermos a  certidão negativa. Sem essa certidão não podemos receber recursos”, justifica, informando as verbas recebidas. 
“-  Recebemos do governo federal R$ 400 mil empregados na aquisição de 55 camas hospitalares e mobiliário para todos os quartos e estamos ainda aguardando a liberação de mais R$ 500 mil. Enfim, a Santa Casa hoje é uma instituição estável, financeiramente tranquila, mas precisamos terminar o trabalho que foi iniciado, que fica por conta desta diretoria atual. Mais um ano termina o pagamento das dívidas renegociadas. A partir daí, é pegar esse dinheiro pra recomeçar o investimento no hospital”, explica.
Contrato da SC com a PMS continua com o mesmo valor de 20 anos atrás
A Santa Casa hoje sobrevive graças ao repasse mensal da subvenção da Prefeitura que, na verdade, vem do governo federal via SUS, e é repassado à Santa Casa. “É uma parceria que existe desde 1997, no governo do ex-prefeito Biro. É uma parceria que não tem como ser desmanchada, essa relação de poder público e Santa Casa vem por força de lei há 20 anos e é salutar para ambos”, explica Bertim, lamentando apenas que os valores estejam muito defasados da realidade. 
“- Não há uma atualização desses repasses, uma correção inflacionária do período, são feitos apenas aditivos, mas que não correspondem à realidade. E ninguém tem coragem de consertar. Então, é preciso unir forças para poder consertar esse erro, porque não pode a Santa Casa receber R$ 7 mil do SUS para atender 100 pessoas por dia. O repasse do SUS vem através de contrato com a Prefeitura, ou seja, o Governo Federal repassa o dinheiro para a Secretaria da Saúde e ela repassa para a Santa Casa, que tem que prestar contas para o SUS.  Pelo que vemos, a tabela do SUS é muito defasada e ninguém, médico nenhum, quer trabalhar para o SUS para ganhar R$ 8,00 por consulta”, explica.
 O modelo de gestão de Bertim foi austero e centrado no princípio de que não se gasta mais do que arrecada. Dos 99 funcionários, por exemplo, que havia na entidade logo que assumiu o cargo, hoje são 80. “Não havia outra solução, infelizmente, tivemos que enxugar o quadro, demitir em razão do caixa deficitário. O repasse da prefeitura é utilizado para o pagamento de funcionários e médicos plantonistas. Os médicos que ficam de sobreaviso são contratados pela Secretaria de Saúde, através de uma empresa”.
Questionado sobre as constantes reclamações da comunidade, Bertim tem uma explicação: “Mesmo que tudo esteja funcionando bem, sempre haverá aqueles  que estão insatisfeitos. Aliás, tudo que a gente faz bem feito, sempre haverá meia dúzia que não vai estar satisfeita, sempre foi assim e assim será”. 
Paulo Sérgio Cândido (Patché), balconista comercial, foi um dos esteios na administração de Bertim. Alavancou com a comunidade várias campanhas que possibilitaram uma melhoria fantástica na Santa Casa. 
Em entrevista ao ET, revelou que, devido ao trabalho feito nos últimos anos em prol da Santa Casa, foi procurado por irmãos da Santa Casa para encabeçar uma chapa, e aceitei,   democratizando ainda mais o processo com duas chapas em disputa. Encarei a candidatura, mas perdemos. Está de parabéns a chapa eleita. Agora é continuar o trabalho,  sempre pensando na cidade e na instituição, ou seja, não ter  política dentro da Santa Casa, a não ser aquela estritamente necessária, porque a Santa Casa já esteve em condições melhores, mas depois que entrou a política há uns anos atrás, a situação complicou. Agora, graças a Deus, as coisas estão começando a se estabilizar, com a Santa Casa começando a se levantar. Então, temos que ficar de olho pra não fazerem da Santa Casa novamente um espaço para política”. 
Atílio agradece votação e assume compromisso de trabalho
O presidente eleito, Atílio Cesar Servato, agradecendo a Deus e à confiança dos eleitores que lhe deram 67 votos, aos companheiros de chapa que aceitaram o convite e aos irmãos que compareceram em grande número para votar, disse que “servir a Santa Casa é uma missão”. 
Em entrevista ao ET, Atílio prometeu fazer um trabalho diferenciado na entidade. “Trabalhar muito, contando com o povo sacramentano que sempre ajudou a entidade, porque aqui é o lugar onde todos nós, ou já passamos ou um dia vamos estar nas horas de extrema necessidade”, afirma e cumprimenta os companheiros da chapa de Paulo Sérgio. “Aqui temos que somar, vale o estatuto, que diz que somos uma irmandade, e todos com um só objetivo: a  Santa Casa”, afirma, informando que vários projetos em prol da instituição serão implementados. 
A vice-provedora Alzira Jerônimo de Melo Almeida é uma sacramentana que volta às origens. Depois de 40 anos residindo em Uberlândia, chega à cidade trazendo na bagagem,  além da vontade de trabalhar, uma vasta experiência em planejamento,  gestão de pessoas, administração e  projetos,  adquiridos em cursos, ao longo dos 29 anos de trabalho em vários cargos no Centro Universitário do Triângulo (Unitri),  onde se aposentou como Reitora.   
“- Minha formação inicial é em Psicologia, mas minha carreira foi construída  na área da  Educação Superior, em que comecei como professora e terminei como Reitora, ou seja, uma carreira construída num trabalho pautado sempre no cuidado com as pessoas. E, nesse período todo sempre me dediquei a atividades sociais, sempre na fronteira da Saúde com a Educação”, informou .
Sobre sua candidatura, Alzira justificou que um dos motivos de sua vinda para Sacramento foi o de poder realizar algum trabalho social, colocando seus conhecimentos a disposição da comunidade. “Foi quando recebi o convite para concorrer à provedoria da Santa Casa. Achei que seria uma oportunidade preciosa, porque trabalho com equipes, projetos, trabalhos que sei fazer, porque sou uma técnica. Não tenho conotação política nenhuma e decidi enfrentar esse desafio com o grupo muito rico, de formação e experiências diversificadas. E foi muito bom esse período de reuniões e de campanha divulgando nosso projeto e agora é arregaçar as mangas e trabalhar”, ressalta, agradecendo aos irmãos pelo comparecimento e à chapa de Paulo Sérgio, que espera continue  fazendo os seu papel”, explicou, conclamando a união de todos. 
“- Sempre penso e digo que, uma entidade é muito maior do que as pessoas que dela fazem parte, então, independente de resultados, de estarem ou não na diretoria, queremos que pessoas que têm essa experiência, como eles que ficaram quatro anos, que continuem trabalhando conosco e que enriquecessem nossa gestão”. 
A inauguração do novo espaço, na segunda-feira (3),  às 10h, marca um novo tempo da Cooperativa conforme afirma o presidente Mozart José Ribeiro. “Graças ao dinheiro do arrendamento para a empresa Jussara, que foi sendo aplicado,  agora podemos inaugurar este espaço e oferecer um atendimento diferenciado e exclusivo aos associados', explica.