Jornal O Estado do Triângulo - Sacramento
Edição nº 1783- 18 de junho de 2021

Sacramentanos aderem às manifestações

Edição nº 1457 - 20 Março 2015
  • A exemplo das manifestações ocorridas em todo o país, no domingo 15 sacramentanos também sairam às ruas para protestar contra a atual situação em que o Brasil se encontra, especialmente contra a corrupção. Segundo avaliação da Polícia Militar, cerca de 150 pessoas participaram do ato na cidade. A passeata começou com um grupo de mações da Loja Maçônica Acácia do Borá que, após as justificativas do venerável Ivan Rosa Gomide saiu em passeata do Hotel do Comércio, onde se concentrou, e se dirigiu até a praça Getúlio Vargas juntando-se a outro grupo de cidadãos, de onde partiram em caminhada até à praça José Valadares da Fonseca (praça do Rosário) e retornaram ao local de origem, encerrando com a leitura de um manifesto lido pelo advogado, Thiago Scalon. De aacordo com  o advogado, o manifesto assinado pelos sacramentanos será enviado a Brasília.

“O Brasil está exercendo a mais plena cidadania”

Ivan Rosa Gomide, venerável da Loja Acácia do Borá, justificou que “o ato cívico e democrático é uma manifestação pacífica sem cunho político, porque não somos contra governos nem autoridades constituídas,  desde que sejam justos. A maçonaria pugna pela justiça e pelo fim da corrupção e é isso que queremos ver em nível de Brasil, de estado e cidade. Combatendo esses desmandos poderemos ter melhorias na saúde, educação segurança, enfim em todos os setores”.

 

Thiago Scalon, um dos organizadores da manifestação no facebook: “São várias pessoas na organização em todo o Brasil, todos em busca de uma solução, de um Brasil melhor, do fim da corrupção e de tantos problemas que assolam o país. E a exemplo do que se vê na TV não há bandeiras de partidos políticos nem de militâncias outras, queremos um movimento apartidário, embora os partidos sejam  condição sine qua non pra se chegar ao poder. Como todo o Brasil, depois desse  manifesto, esperamos uma resposta. Essa é a esperança de todo o povo brasileiro”.


Danylo Gonçalves Silva, ex-vereador, outro mobilizador nas redes sociais: “Sacramento passa por momentos de tristeza, uma cidade que tem tudo para ser desenvolvida, mas o povo não tem mais voz, então, é com este  movimento democrático como povo, como cidadão, que podemos conseguir alguma coisa. Pagamos impostos e temos direito de reivindicar melhorias tanto no âmbito municipal, estadual quanto federal. O povo brasileiro não pode pagar a dívida dessa corrupção que assola o país”, afirma, e ressalta a pouca adesão do sacramentano: “Parece que fingem não ver, tipo 'isso  não é comigo'. Certamente  não vão ao posto de gasolina, às compras, não gastam energia e,  não veem que o aumento é consequência  do dinheiro que foi desviado”.

  

Pedro Teodoro Rodrigues Resende, o único vereador presente à manifestação. “O Brasil está exercendo a mais plena cidadania para mostrar  nossa insatisfação contra essa corrupção, esses desmandos que vêm ocorrendo no país”. 


José Carlos Basso De Santi Vieira, advogado e ex-vereador e um dos candidatos a 'prefeiturável' nas próximas eleições: “Essa manifestação que se faz hoje não busca a ruptura dos conceitos de democracia que vivemos, nem  revanchismo nem  busca de um terceiro turno eleitoral, pois, se assim fosse minha motivação estaria apenas revelando a total incapacidade de viver em uma democracia e, principalmente, de conviver com o regramento estabelecido pelas leis vigentes. Isso, na verdade, é uma manifestação da revolta  popular, em que o povo cansado de ver seus direitos dilapidados e a roubalheira que se instalou no poder público, seja federal, estadual ou municipal. O povo cansou dessa situação e vem para a rua para dizer que não  concorda com isso. O povo pretende com essa manifestação alcançar que seus direitos democráticos sejam realmente efetivados: direito à saúde, à educação, a um país livre, a um país onde os governantes governem para todos , a um país de leis iguais para todos e que essas leis sejam respeitadas e cumpridas indistintamente. Esse é um movimento extremamente legítimo. Estamos aqui na praça, embora com poucas pessoas, por razões diversas, mas nós que aqui estamos representamos todos as esferas   da sociedade que não concorda com o que acontece hoje, tanto em nível federal quanto municipal”. 


 

Danilo Padovani, advogado, criticou abertamente o PT, a presidenta Dilma e o prefeito Bruno: “A participação popular no estado democrático é legitima, só não pode confundir as coisas. Vimos aqui para protestar contra um governo que está péssimo, que está sufocando a sociedade, nivelando-a para baixo em vez de melhorar a vida do cidadão. O governo está detonando com o país e tem 'meia dúzia' achando bom. 

 

Manifesto pede moralidade

Leia o manifesto na integra:

“Em um momento de extrema dificuldade política em que o país passa, diante de notícias que bombardeiam nossos meios, assistimos, atonitamente, aos desmandos de um Estado ineficiente e despreocupado com a sociedade.

Com uma das mais altas cobranças de impostos do mundo, não temos o mínimo, que é saúde, educação e segurança de qualidade, que bastaria para que pudéssemos ficar em nosso conforto do lar nesta tarde de domingo, no entanto, ainda somos obrigados a conviver com a corrupção em todas as esferas, sem saber onde vamos parar. 

Esta reunião pública de pessoas livres e conscientes não possui objetivo de ser A ou B, vez que se assim fosse estaríamos apenas revelando a incapacidade de viver em uma democracia. O que certamente nos traz à praça pública neste 15 de março, dia que se torna histórico, é a certeza de que estamos bradando nosso grito contra tudo aquilo que violenta os princípios mais importantes para a vida em sociedade que deve ser livre, plural, democrática e regida pelo estado democrático de direito. 

Portanto, dentre outros motivos, reivindicamos:

- Punição máxima aos corruptos da 'Lava-jato';

- Seja o Ministro Dias Tóffoli considerado suspeito para julgar os processos da Lava-jato;

- Não queremos ser uma Venezuela, chega de usar urna eletrônica em eleição;

- Aumento da pena para crimes contra a administração pública, tornando-os hediondos;

- Somos contrários ao plebiscito constituinte, ou seja, em nossos direitos individuais ninguém põe a mão;

- Fim do foro privilegiado;

- Fim do financiamento privado de campanha política;

- Reforma política;

- Reforma tributária;

- Ministro do STF e do STJ têm que ser juízes de carreira, chega de nomeações;

- Revogação do art. 2º-C da lei nº 11.347/14, que se refere à nomeação pelo presidente da república do diretor-geral da Polícia Federal;

- Campanhas de conscientização demonstrando que pequenas corrupções favorecem as grandes.

Sacramento, aos 15 dias do mês de março de 2015.

 

Obs: A nota não veio assinada por nenhum movimento