Homens de cor (III)
O quilombo do Tengo-Tengo, em Araxá, era formado por negros perigosos, destemidos, que, para vingar dos brancos, os perseguiam, assaltavam os viajantes, invadiam as fazendas e povoados para roubar e matar, espalhando o terror por toda a parte. Diversas expedições foram pelo governo de Minas para destruir o quilombo, mas sem êxito, pois os pretos estavam bem armados e se defendiam ferozmente.
Os negros viviam em boa paz com os índios, que tinham neles poderosos aliados na defesa de seu território. O quilombo Tengo-Tengo era um dos desses poderosos negros fugitivos. Bem defendido por um muro de pedras, ocupava uma área de muitos quilômetros, chefiado por um negro inteligente, astuto e corajoso chamado Ambrósio.
Para destruição do poderoso quilombo, o governador de Minas, Gomes Freire de Andrade, o 'Conde de Bobadela', em 1746 ou 1748, enviou uma expedição composta por 300 homens fortemente armados chefiada por Antônio José de Oliveira, e reforçava o pelo em uma escolta sob ordens do capitão Manuel de Souza Portugal. Atacados de surpresa, os quilombolas sofreram uma grande derrota, tendo sido morto o Rei Ambrósio.
(Do livro, Fagulhas de Histórias do Triângulo Mineiro, de Maura Afonso Rodrigues)