Jornal O Estado do Triângulo - Sacramento
Edição nº 1783- 18 de junho de 2021

Santa Casa acumula dívida de mais de R$2 milhões

Edição nº 1457 - 20 Março 2015

A crise porque passa a Santa Casa de Sacramento ganhou as páginas dos jornais no dia 19/03, tanto a mídia escrita quanto televisiva com a manchete “Santa Casa de Sacramento acumula dívida de mais de R$2 milhões”. Na página de entrada do G1, a manchete: Triângulo  Mineiro “Dívida agravou devido a diminuição do repasse da Prefeitura”. 

A matéria divulgada pela TV Integração  inicia na sala de emergência, dando destaque a um dos respiradores, usado em casos de emergência, que está apresentando defeitos  há vários meses. “A administração do hospital alega que não tem dinheiro para o conserto. A situação é grave porque a Santa Casa de Sacramento só tem dois equipamentos para manter pacientes respirando e não é só. Um dos problemas que o hospital enfrenta é com ralação ao atendimento pediátrico”. 

De acordo com a matéria, o plantão pediátrico é feito apenas quatro dias, de domingo a quarta-feira, nos demais dias, se uma criança precisa de um atendimento de urgência, passa  por um clínico geral e é encaminhado para Uberaba. Na matéria, o administrador Juliano Almeida explica que “Se eu contrato um pediatra para fazer procedimentos particulares ou convênios, eu vou colocá-lo para fazer SUS também”. Situação que não é atraente para o profissional, diz o administrador.

 A situação da Santa Casa ganhou destaque na  mídia 10 dias após o Administrador Juliano  usar a Tribuna da Câmara (9/3), quando passou todas as informações, inclusive anunciando o déficit que beira da R$ 2,5 milhões.  Como apresentado na Câmara, o pronto socorro esteve na pauta da matéria da TV destacando que “o pronto-socorro da unidade realiza, em média, 100 atendimentos por dia, quase 20 vezes mais do que estabelece o contrato do hospital com o SUS”.

“- Nós somos contratualizados para fazer 173 atendimentos/mês e fazemos entre 3 mil a 3.100 atendimentos”. A reportagem mostra em gráfico  como é dividido o orçamento da SC: 20% de atendimento particulares ou por convênios; os 80% restantes, apenas 10% são financiados pelo SUS, os outros 70% vêm da verba da prefeitura. ''E é nessa parte que a fatia do bolo diminuiu', diz a matéria. 

O ET já divulgar essa matéria. A subvenção da PMS em 2013 foi de R$ 3,9 milhões; em 2014, R$ 3,6 milhões e em 2015, R$ 3 milhões, uma diminuição de R$ 600 mil reais. “A redução na verdade é um reflexo de toda situação financeira do Brasil, que é uma questão de déficit na arrecadação de todos os municípios, só que a gente tem que trabalhar da mesma forma. Se entra menos dinheiro, a oferta de serviços diminui. Então muitos dos serviços que não somos contratados a fazer temos diminuído a oferta deles”, justifica o administrador. 

O secretário de Governo, Adriano Magnabosco, em entrevista à TV explica que “Sacramento perdeu uma arrecadação muito grande com a falta de chuvas no ano passado. Um dos grandes recursos nossos venham das usinas hidrelétricas, que não trabalharam e houve uma demanda 'de não dinheiro' na prefeitura. E a falta de recursos reflete na população”, justificou. 

A reportagem conversou com a aposentada Cleide Ferreira Vilas Boas, que depois de ficar internada por 15 dias com pneumonia, precisava fazer um exame cardíaco, mas recebeu alta sem o diagnóstico. “Eu precisava fazer um ecocardiograma. Só que porque seu estava internada,  o hospital é  que tinha que pagar, aí ficaram jogando para o hospital  e para a prefeitura”, relata Cleide. E o repórter completa: “Cleide só conseguiu fazer o exame em  Uberaba e que acabou confirmando um entupimento de veia. Ela está se tratando na cidade vizinha”.  

Para o diretor clínico, o médico Renato Melo, “a situação só não é mais grave porque a administração tem priorizado os investimento. A gente tenta dar a melhor abordagem possível, transferindo o paciente da ação dessas especialidades via SUS Fácil para a região, geralmente Uberaba.