Jornal O Estado do Triângulo - Sacramento
Edição nº 1783- 18 de junho de 2021

Médicos querem fundar Ong para combater criminalidade

Edição nº 1484 - 25 Setembro 2015

Os médicos, Nobuhiro Karashima (Dr. Biro) (foto) e Francisco Olívio Bereta querem transformar uma pesquisa iniciada há alguns anos em seus consultórios e na Santa Casa, em programa de combate à criminalidade e dependência química, na cidade e região. Com a finalidade de expor seu intento, os médicos levaram à Casa da Cultura, na noite da última quarta-feira 23 um grupo de cidadãos de vários segmentos.  

Em entrevista ao ET, Dr. Biro, que foi prefeito da cidade por dois mandatos, explicou como nasceu o programa. “A iniciativa partiu do Bereta e de mim mesmo. Começamos com um pré-natal com alta qualidade técnica e veio crescendo. A iniciativa cientifica é do Bereta e o trabalho e mão de obra são meus, mas temos toda abertura e apoio da  Secretaria de Saúde e do próprio prefeito Bruno, para trabalhar o programa”, destaca, ressaltando que da reunião quer tirar uma Ong (Sociedade não governamental) para gerenciar o programa. 

“- Não podemos deixar um trabalho tão importante, ser interrompido por humores de governantes. A própria comunidade é que tem de gerenciar o projeto”, enfatizou.

De acordo com o ex-prefeito de Sacramento, “ninguém sabe como manejar a criminalidade e a dependência química, mas nós, fundamentados num amplo trabalho de pesquisa,  metodologia cientifica,  sabemos que é possível a gente ter um Brasil melhor. Eu tenho uma fé muito grande no Brasil”.

 Baseados em pesquisas com metodologia científica, Biro afirma que podem mudar dois grandes problemas existentes na cidade, hoje: a criminalidade e a dependência química. “E, a solução desses problemas não depende somente de um líder, do poder público. A solução passa, fundamentalmente, pelo envolvimento da comunidade”, salienta, destacando que podem acabar com os drogados.

“-  Nós não podemos trabalhar na base do ' eu acho', como esses projetos de prevenção da criminalidade e dependência química. Nosso projeto está  fundamentado em ciências, em trabalhos de pesquisa recentes, em que nós provamos que, com compromisso e metodologia cientifica podemos diminuir a criminalidade e quase eliminar a dependência química”, afirma.

Sobre os recursos para sustentar o programa, Biro esclarece que “o projeto não é caro, é reaplicável, isto é, ele tem escalabilidade. E a primeira coisa que vamos fazer é consolidar o Conselho de Estresse Tóxico  na nossa comunidade, depois  pretendemos levá-lo  para outras cidades, outras organizações”. 

Começando pelo município, o Conselho pretende, em primeiro lugar, apresentar o programa nos bairros e na zona rural. “Ainda este ano, queremos fazer 45 apresentações  em todas as comunidades, fundamentalmente,  para as famílias. Nós queremos provar que podemos  resolver  o problema da criminalidade em Sacramento”. 

Finaliza, afirmando que, mesmo diante de crises, o cidadão não pode perder a fé. ‘‘Todo mundo fala de crise, mas nós precisamos aprender a viver num ambiente hostil, com criatividade, paciência, trabalho para superar a crise, cuja solução não depende só dos governantes, mas de todos nós. Precisamos ter fé, esperança, mas parece que nesse país perdemos a esperança. E,  na vida, na comunidade, o fundamental é a esperança de uma vida melhor, um mundo mais justo’’. 

Finaliza, afirmando que o trabalho que propõem é muito legal´. ‘‘A gente está sendo muito ousado, não temos que ter medo de fazer as coisas. Vamos mudar a nossa cidade, o Brasil, vamos mudar nós mesmos, que é o mais importante”. 

O secretário de Saúde, Adriano Magnabosco, também ouvido pelo ET, destacando a importância da reunião, explica que o programa de Estresse Tóxico, conhecido como doença infantil do século XXI, é uma metodologia  nova que os países desenvolvidos têm usado e que há uns dois anos os médicos, Dr. Biro e Dr. Bereta vêm trabalhando e já vem sendo inserido  no acompanhamento às grávidas e aos bebês.

Nessa reunião de hoje vamos apresentar uma sequência de slides de como funciona o programa, que começa desde cedo, a partir dos 12 anos. A Secretaria de Saúde vai dar o apoio, mas o  Biro e o Bereta não querem que o programa vire institucional, isto é, de prefeitura, que não seja um programa político, porque políticos mudam e o projeto tem que ser perpetuado, não só em Sacramento, mas nas outras cidades. 

Finaliza afirmando que o programa representa uma das boas saídas para que a sociedade acabe de vez com a droga e a violência. “É lógico que pode ser uma utopia, mas se não começarmos, nunca teremos o primeiro passo, então estamos dando o primeiro passo hoje”.