José Alberto Borges, o Bertin, continua provedor da Santa Casa de Sacramento no biênio 2015/2016. O seu nome e dos membros da diretoria, Vânia Bonatti (vice-provedora), Fabiano Amâncio e José Américo de Oliveira (secretários), Nilda Iva de Oliveira e Maria Regina Kondo, (tesoureiras) foram aprovados por aclamação em assembleia na última segunda-feira 12 pelos irmãos da Santa Casa.
Reassumindo o compromisso de um trabalho sério junto à instituição, que precisa de inúmeras melhorias em toda a estrutura e que vêm sendo conseguidas graças a ajuda da sociedade e de voluntários, Bertin relacionou um pouco do que foi feito pela Santa casa na sua primeira gestão: a troca do telhado dos três blocos do prédio e da lavanderia; a instalação de 15 novas caixas dá água; aquisição de lençóis e chuveiros, dentre outros. E agora a reforma dos quartos do bloco do centro cirúrgico, que começa dia 19 de janeiro.
“- Além da grande ajuda do empresário José Humberto Ramos, que deu o ponta-pé inicial, as campanhas prosseguem através de vários voluntários, entre eles Meire Lucy Rodrigues e Paulinho Paché, que já conseguiram todo o material, como pisos e louças para a reforma dos apartamentos e, agora, arrecadam o dinheiro para o pagamento da mão de obra. Dessa forma, vamos melhorando a estrutura da Santa Casa, que está bastante precária, graças exclusivamente à essa grande ajuda que vem da sociedade organizada”, reconheceu.
A próxima meta é buscar recursos para a reforma dos quatros do SUS. “Trata-se de um projeto do ex-administrador Antonio Cassimiro, aprovado pelo Ministério da Saúde, através de um trabalho do vereador Mateus Pereira e do ex-vereador Hélio Nunes de Aguiar junto aos deputados Aelton Freitas e Marcos Montes”, explicou, detalhando a destinação da verba de R$ 359.750,00:
“- Será trocado o mobiliário do hospital: camas e colchões, poltronas para acompanhantes, mesas de canto, suportes para soro, escadas auxiliares, berços e, duas lavadoras, sendo uma supersônica e termodesinfectora e aparelhos para vídeo-cirurgias”.
Informando que as dívidas da instituição foram renegociadas e estão com os pagamentos em dia, Bertin elogiou o trabalho do administrador Juliano Felipe da Silva Almeida, na recuperação das perdas acumuladas na Santa Casa nos últimos dois anos, por falta de atualização de relatórios de AIHs e cumprimento de metas, situação que já está sendo solucionada.
SC fecha 2014 no vermelho
A Santa Casa de Misericórdia de Sacramento fechou o ano de 2014 no vermelho. A afirmação é do provedor Bertim Borges, justificando que o grande gargalo da Santa Casa é o pronto socorro. “A SC tem um convênio com a Prefeitura de repasse mensal de uma subvenção anual, para atender os casos de urgência e emergência, limitados a 173 ocorrências, porém chegamos a atender 3 mil pacientes, cuja maioria deveria estar sendo atendida pelas UBSs, os chamados 'postinhos', pois são casos de 'pronto atendimento' e não de urgência, o que ocasiona esse déficit há alguns anos”, explica.
O ET registra na edição de 31 de janeiro de 2014, os valores das subvenções dos dois últimos anos. Em 2013, primeiro ano da administração do prefeito Bruno Scalon Cordeiro, o repasse anual foi no valor de R$ 3,9 milhões; em 2014, caiu para R$ 3,6 milhões e, para este ano, Bertin adiantou que vai cair mais.
De acordo com Juliano Felipe, “o pronto socorro da SC tornou-se, na verdade, uma Unidade de Pronto Atendimento (UPA), pois 90% dos atendimentos são de pessoas que vêm dos 'postinhos' da prefeitura. “Isso significa que, se atendermos 173 pacientes recebemos por 173, mas se atendermos 3 mil, vamos continuar recebendo só pelos 173. O pronto socorro é responsável por 3% da receita da Santa Casa, mas tem um custo de mais de 50%”. E isso quebra qualquer hospital”.
“O Plano de Trabalho no convênio com a prefeitura – explica o administrador - prevê pagamento de médicos plantonistas; folha de pagamento dos funcionários da Santa Casa, sem incluir o 13º salário e, como excedente, compra de medicamentos. Só que sobra o mínimo, quando sobra e aí temos que rebolar para taparmos o buraco”.
O déficit da Santa Casa causou atraso no pagamento dos salários dos funcionários, incluindo o 13º, com repercussão nas redes sociais, falando de uma possível greve, o que não é desmentido pela diretoria. “Desde setembro estamos tentando levantar um empréstimo para honrar o pagamento, mas não conseguimos. Hoje, banco nenhum quer negociar com as santas casas e não é só com a nossa, não, é no Brasil inteiro, as santas casas estão se arrastando...”, destaca Juliano.
No próximo dia 1º, a Paróquia Na. Sra. da Abadia e a Santa Casa promovem um bingo cujo resultado financeiro será destinado para a construção da Igreja de S. Brás e para quitação das dívidas pendentes com os funcionários da Santa Casa.
Para o provedor José Alberto Borges, uma das soluções para o problema do pronto socorro é transferir os casos de pronto atendimento para as UBS (Unidades Básicas de Saúde), os 'postinhos, permanecendo a SC só com os casos de urgência e emergência. “É um absurdo a cidade ter um CRES desse, ter postinhos em todos os bairros e quatro horas da tarde estarem todos fechados. Sábados, domingos e feriados todos fechados, aí cai tudo na Santa Casa. Pelo menos alguns postos teriam que ter plantão 24 horas, responsabilizando-se por esse pronto atendimento. Poderiam até diminuir o repasse para a Santa Casa”, afirma Bertin.
Finalizando, o provedor informa que as contas da SC estão abertas para análise de qualquer cidadão. “Queremos ser transparentes, as contas estão abertas para todos tomarem conhecimento das receitas e das despesas, isto é, onde está sendo gasto o dinheiro”.
Finalizando, Juliano Felipe elogiou a aprovação de José Alberto, destacando a importância de um trabalho conjunto entre a diretoria e o administrador. “A Santa Casa não funciona só com o provedor nem só com o administrador. O provedor é aquela pessoa que está ligada à imagem da instituição, enquanto o administrador fica permanece na correria do dia a dia. E o mais importante disso é o trabalho em parceria que temos. Sempre tivemos o seu respaldo e isso me estimula. Não há aquela limitação, 'você vai até aqui, o resto é competência minha'. Isso nunca houve, pelo contrário, fazemos um trabalho conjunto em prol da Santa Casa, isto é, falamos a mesma língua e isso vem trazendo muitos benefícios. É claro que há divergências, mas sem imposições, pois temos metas a curto, médio e longo prazos”, ponderou.