Jornal O Estado do Triângulo - Sacramento
Edição nº 1783- 18 de junho de 2021

Igreja elogia desfile de Vila Maria

Edição nº 1560 - 03 de Março de 2017

Depois de quase três anos de um projeto que nasceu na escola de samba Unidos da Vila Maria, em São Paulo, para homenagear Nossa Senhora Aparecida no tricentenário de sua aparição nas águas do rio Paraíba do Sul, comemorado no próximo dia 12 de outubro, a escola desfilou em São Paulo, comoveu o público e agradou à Igreja. 

Embora a ala conservadora da igreja tenha criticado a ideia e até o próprio cardeal, dom Odilo Scherer, que apoiou a proposta da escola, a Arquidiocese de São Paulo e o Santuário Nacional de Aparecida, dos padres redentoristas, emprestaram todo o apoio à escola. “Durante dois anos, tanto a Arquidiocese de São Paulo quanto o próprio Santuário de Aparecida acompanharam os preparativos, que sempre se deram em clima de perfeita sintonia e diálogo”, disse em entrevista à Rádio Vaticano, o cardeal dom Odilo Scherer (veja box).

Padre Tarcísio Mesquita, coordenador do Vicariato de Pastoral, que assistiu ao espetáculo no Camarote da Cidade, a convite da Prefeitura elogiou o desfile. “Foi tudo muito bonito, não houve nada que desabonasse o desfile, foi uma bela homenagem, conforme o combinado”, avaliou, informando que enviou fotos para o cardeal dom Odilo Scherer, que acompanhava tudo pela televisão. 

O assessor de imprensa Rafael Alberto dos Santos, um dos integrantes da equipe que durante todo esse tempo orientou os diretores da escola no aspecto histórico e religioso, também elogiou o resultado da parceria. "Não nos arrependemos", disse o jornalista ao final do desfile, vestindo uma camisa da escola. Ele participou do desfile no carro alegórico dos devotos, uma deferência de última hora dos diretores da Unidos de Vila Maria em agradecimento por sua colaboração.

Os representantes da Arquidiocese de São Paulo que negociaram com os carnavalescos o samba-enredo e os figurinos do desfile de sexta-feira, na abertura do carnaval, ficaram muito satisfeitos com a apresentação. Nada de mulher seminua, nenhuma insinuação erótica, tudo com o esperado respeito à imagem da santa ao lembrar os 300 anos da aparição de Nossa Senhora Aparecida nas águas do Rio Paraíba.

O governador Geraldo Alckmin, assistindo ao desfile de camarote, interrompeu a conversa com admiradores e amigos quando começou o desfile da Unidos de Vila Maria. Gostou dos carros alegóricos e elogiou a fidelidade de reproduções do casario e da gente do Vale do Paraíba.  Já o prefeito João Doria continuou posando para fotos com seus fãs, enquanto a Vila Maria passava bem à sua frente.

 

Dom Odilo Scherer à Rádio Vaticano

O fato é que os responsáveis pela escola de samba Vila Maria mostram desde o início a boa vontade de receberem também uma supervisão, orientações, mostraram desde logo o desejo de não fazerem nenhuma apresentação mal feita ou de deboche ou de desrespeito à imagem ou à fé dos católicos. 

Nada disso eles querem, eles querem fazer uma coisa bonita, uma coisa que lembra o ecfeito de uma homenagem, de um tributo a Nossa Sra. Aparecida. 

E, assim, durante dois anos, tanto a arquidiocese de São Paulo quanto o próprio Santuário de Aparecida acompanharam os preparativos, que sempre se deram em clima de perfeita sintonia e diálogo.

Da parte da escola de samba, eles apresentaram os projetos daquilo que estavam pensando, pediram sugestões e assim elaboraram toda a temática do desfile. 

E nós não somos donos da história de Nossa Senhora Aparecida. Podemos zelar sobre a imagem de Na. Sra. Aparecida que, aliás, também é tombada pelo Patrimônio Histórico, e assim por diante, zelar pela imagem de Na. Sra. Aparecida. 

Agora, a história de Nossa Senhora Aparecida é o que vai ser apresentado no carnaval, mais do que tudo, a história de Nossa Senhora Aparecida. Nós não somos disso. Portanto, qualquer um pode fazer um filme, escrever um livro, fazer uma novela, um samba enredo, um desfile de carnaval. Seja lá o que for...

E se nós não acompanharmos, não orientarmos, aí sim as coisas podem sair tortas e extravagantes. 

Agora, neste caso, as pessoas quererem justamente fazer uma coisa bem feita, algo que fosse positivo. Então, nós achamos que era de fato de acompanharmos a elaboração, para que tudo fosse b em feito, saísse bem feito. 

(Fontes: Pe. Alberto Pasquoto, por WhatsApp ao ET; UOL Notícias)