Vamos ouvir e dar atenção à comunidade

O prefeito eleito, Wesley De Santi de Melo – Baguá (foto), promete Carnaval de graça no Parque de Exposição, gratuidade também para o transporte dos universitários e começa o governo contratando novos médicos para atender a população. As afirmações do prefeito Baguá foram prestadas esta semana em entrevista concedida ao jornal ET. Começa com a máquina bem enxuta, até por a casa em ordem nos 100 primeiros dias de governo. “Mas isso não quer dizer que as secretarias de governo não vão funcionar. Em todas elas haverá diretores responsáveis para coordenar os trabalhos”, justificou, afirmando que “é melhor começar de baixo para cima do que o contrário”. Veja a entrevista

ET - Na próxima segunda-feira, dia 2, o Sr retorna ao Centro Administrativo, mais uma vez para dirigir os destinos de Sacramento por mais quatro anos.  Quais as suas expectativas para este momento e os 100 primeiros dias?

Prefeito Wesley De Santi de Melo -As expetativas são as melhores possíveis, mesmo sabendo que todos os entes federativos estão em crise. Hoje nós temos mais experiência e podemos procurar alternativas viáveis para enfrentar a situação que está por vir. Os primeiros 100 dias serão para colocar a casa em ordem.

Vamos manter o bom relacionamento com os servidores públicos. Realizar um 'Mutirão de Limpeza'; dar início a reforma do maquinário, pois algumas máquinas estão sucateadas; estamos contratando mais médicos e vamos ouvir e dar atenção à comunidade. E muitas outras ações serão realizadas.

ET - Diz-se, normalmente, que o primeiro ano de governo é para “arrumar a casa”, mas ainda assim a vida anda, as necessidades do povo e da cidade começarão a aparecer.  Em tempos de crise, dinheiro curto, o Sr disse que começará com apenas cinco secretarias. Neste primeiro momento, além de atender àquelas relativas às pastas de Governo, Finanças, Assistência Social, Educação e Saúde, há outras prioridades?

Prefeito -Todas as pastas terão prioridade. O governo precisa de atender a todas as áreas de uma administração pública. Quando não tivermos secretários na Secretaria, não quer dizer que ela não vai funcionar. Teremos ali alguns diretores para preencher aquele espaço e o motivo dessa ação, na verdade, é para economizar. Não sabemos o tamanho desta crise. É melhor começar de baixo para cima, e não de cima  para baixo.

ET - Há três gestões, o serviço de limpeza da cidade (varrição e capina) vem sendo terceirizado e não tem se mostrado eficiente, além do problema gerado com o atraso de pagamentos, deixando os trabalhadores na penúria e, sobretudo,  na hora do acerto  com esse pessoal, por parte da firma responsável. Diante desses inconvenientes, o serviço continuará terceirizado?

Prefeito - Esta é uma situação que precisa ser analisada de uma maneira diferenciada. A experiência neste caso vai ajudar muito. O município não tem funcionários sobrando para realizar esse serviço. A Prefeitura fez um convênio para que os presos pudessem ajudar na limpeza pública. Isso está funcionando, mas não a contento. Nesse caso sobra a terceirização de partes desse serviço. O que temos que fazer é, quando do pagamento do serviço para a empresa, exigir todas as certidões existentes, pois, aí sim, saberemos se a empresa está em dia com as obrigações trabalhistas.

ET  -O sacramentano é um povo trabalhador e que está carente de diversão. Acabou carnaval, exposição e outras formas de lazer e alegria... Sem querer dar a conotação do  'panem et circenses', o que o Sr oferecerá de diversão e lazer para a população neste início de gestão, que ao que tudo indica será de 'vacas magras'? Teremos o  Carnaval gratuito para o povo? Os universitários continuarão tendo gratuidade no transporte escolar? As festividades de 1º de Maio? Exposição em agosto?

Prefeito - Concordo que o povo está carente destes eventos em nossa cidade.A ideia inicial é realizar o carnaval no Parque de Exposição. Seria um carnaval terceirizado, mas gratuito para a população. A empresa ganhadora iria explorar o estacionamento, praça de alimentação, camarote e bebidas. O resto seria gratuito, inclusive a entrada para a pista principal. Tudo isso porque temos que economizar, como já disse, ninguém sabe o tamanho da crise. Quanto às festividades do 1º de Maio e aniversário da cidade, serão da mesma forma. Vamos terceirizar o serviço, mas nunca deixar de realizar as festas.Quanto ao ônibus universitário, vamos manter da forma como está.

ET - O Esporte, foi, digamos, a menina de seus olhos na sua primeira gestão (2009/20012), com Esporte para Todos, muito dinamismo e envolvimento de crianças e jovens nas diversas modalidades do JES,  JEMG, JIMI e outros campeonatos, que renderam, inclusive, uma cota razoável do ICMS Esportivo. Como o  Sr não divulgou ainda um nome para a Secretaria ou Diretoria de Esportes, os atletas começam a se preocupar.  Sabendo que logo após o  carnaval, começa a movimentação esportiva, ha algum nome definido para a pasta?

Prefeito - Sim, o diretor de esporte será o Wantuil Frois, que já está há muitos anos prestando serviços nesta área. O Wantuil já passou por várias administrações e tem competência para tal cargo. O ex-secretário, professor André (Djé), também, comprometeu-se com a gente e disse que vai nos ajudar dando no caso uma assessoria.Iremos movimentar as escolinhas dos bairros, onde no primeiro semestre será para treinos e o segundo semestre para competições.

ET - Há alguns anos, Sacramento tem se revelado como uma cidade que se destaca no voleibol, graças ao trabalho da Profa. Maria Bethânia, formando e exportando atletas para a Seleção Brasileira e para o exterior. Embora não a tenha contratado em seu primeiro governo, o Sr vai convidá-la a integrar o seu quadro de funcionários? Até porque, ela foi a responsável por um projeto ligado a Lei de Incentivo ao Esporte, através de duas empresas da cidade, que começa a render para o município, a partir deste primeiro semestre, R$ 200 mil de recursos por ano, para serem aplicados nessa modalidade.

Prefeito - De fato a professora Maria Bethânia é muito competente, uma excelente professora. Vou pedir para Wantuil procurá-la e ver se há possibilidade dela ficar. 

. ET- Na sua primeira gestão, o Sr. deu provas de que não governa olhando no retrovisor, isto é, foca no presente e vai solucionando os problemas ou  pendências do passado. Mas há três questões de sua gestão anterior, que confundem a população (em quem acreditar) e que gostaríamos que o Sr   esclarecesse...

Prefeito – Na verdade, quando eu assumi, o prefeito que deixava o mandato era o Joaquim Rosa Pinheiro. Passada a eleição, eu me preocupei com a Prefeitura e ele com a vida dele. Tivemos divergências políticas, mas não pessoais. Agora, quando perdi a eleição, em 2012, alguns membros ou integrantes do grupo político do prefeito atual, preocuparam demais com minha pessoa. A maior prova disso é que poucas reuniões na Câmara não deixaram de citar alguma coisa de meu governo. Eu vou governar olhando para frente. Qual a primeira questão?

ET - 1ª) A Creche  Maria Aparecida Loyola, cujo recurso no valor de R$ 940.500,00,  (Convênio Siafi:626218/Nº Original 710274/2008),  com contrapartida de R$ 9.500,00 foi liberado em 2008, sendo a última parcela de R$ 240.500,00 liberada em 30/12/11. Essa obra deu o que falar nos últimos quatro anos. O que de fato aconteceu que a obra foi paralisada?

Prefeito - Quem conseguiu o recurso foi o ex-prefeito Joaquim Rosa Pinheiro. Acontece que, para não perder o recurso, ele deu a escritura de um terreno distante da zona urbana, lá na Horta Municipal. Diante disso, já no meu governo, tivemos que pedir autorização ao FNDE para mudar a localização da Creche, pois naquele local não havia a mínima condição de se edificar a obra. Dada a autorização, compramos um terreno no loteamento do Marquinhos Ramos, local de fácil acesso e bem localizado. Depois, veio a fase de licitação, cabendo aqui mais uma explicação. O valor depositado pelo FNDE foi de R$ 700 mil, conforme valor do contrato. Durante a execução da obra, vimos que o valor seria insuficiente. Justificando, requeremos uma complementação e o FNDE concedeu um ajuste financeiro em 30.12.2011, no valor de R$ 240.500,00, ainda insuficientes para o término da obra. A empresa responsável realizou mais ou menos 70% do projeto. Com a demora na execução e o aumento dos preços, ficou inviável para a empresa continuar a obra. Foram feitas várias reuniões. Fomos várias vezes a Brasília para solicitar os recursos. Com isto veio o pleito eleitoral, quando perdemos a eleição, ficando o término da obra na responsabilidade do prefeito atual, que a concluiu em seu último ano de mandato. 

2ª) Findo o pleito eleitoral, o prefeito Bruno publicou no ET uma nota afirmando que o Sr havia deixado de demitir 86 servidores. Explique essa situação. 

Prefeito – Não foi bem assim, na verdade, 55 desses servidores eram efetivos. Nesse caso, estavam designados, ocupando cargos em comissão. Portanto, não cabia demissão, mas sim, o seu retorno ao cargo de origem. Ficaram apenas 31 cargos de livre nomeação e exoneração para serem demitidos. 

3ª) O prefeito Bruno alegou ao tomar posse que o Sr deixou inúmeras dívidas, negadas pelo Sr, afirmando que deixou tudo empenhado.  Para esclarecer o leitor, o que é Divida Empenhada? De onde vem esse dinheiro? É verdade que a arrecadação até o 10º dia útil janeiro é relativa ao ano anterior?

Prefeito - Também não foi bem assim. As dívidas foram todas empenhadas, como o nome indica, com saldo financeiro para os seus devidos pagamentos. É o que chamamos de dívida empenhada. Ela fica pendente, mas com saldo para sua liquidação e/ou pagamento, até mesmo com os recursos que entram nos dez primeiros dias do ano subsequente, pois essa arrecadação de início de ano é relativa à última semana do exercício anterior. 

ET - Na sua primeira gestão o Sr firmou mais de 20 convênios com a União, alguns deles, como o do Sistema de Esgotamento Sanitário, obra do PAC (TC/PAC 0153/12) no valor de R$ 3.256.394,00, com vigência entre 5/3/12 a 5/3/14, cuja última liberação no valor de R$ 976.918,20, foi já no atual governo (18/3/14), além de vários convênios com o Estado. Após eleito, no dia 2/10, o Sr tem afirmado que tem corrido atrás de recursos em Brasília e Belo Horizonte. O resultado foi positivo ou diante da crise econômica, o Sr não tem encontrado portas fechadas?

Prefeito - Após o pleito eleitoral, eu e o meu vice Juninho Trevisan fizemos várias reuniões nos gabinetes de deputados (Federais/Estaduais) votados em nossa cidade. Inclusive fomos ao gabinete de dois senadores. As portas de todos estavam abertas. Conseguimos o compromisso de muitas emendas. Agora, se o governo federal e o governo estadual vão pagar essas emendas, nós não sabemos. Esse também é um dos motivos pelos quais estamos começando este mandato com os pés no chão.

ET - Homem ligado às lides rurais pela origem, em seu primeiro governo demonstrou seu apoio e carinho a esse sofrido trabalhador rural; seu vice, Juninho, também um empresário do setor. O que o homem do campo pode esperar do seu governo?

Prefeito - O homem do campo pode esperar muito trabalho por parte desta administração. Sabemos e entendemos os problemas da zona rural, sendo que o principal são as estradas. Como eu disse, vamos assumir com a frota sucateada. Mas, de início, tomaremos as medidas necessárias para o conserto. O que me admira é um administrador autorizar tirar peças de uma 'patrola' seminova, que ainda está em operação, para servir de sessão de peças para as demais. É um verdadeiro absurdo e desrespeito ao homem do campo. Mas vamos além, com o PAA, mata-burro, pontes, calcário, análise de solo, cascalhamento, etc. 

ET - Numa entrevista pela rádio Sacramento, no dia 21, ao ser questionado sobre como receberá a Prefeitura, o Sr disse que não faria prejulgamento, mas adiantou duas coisas que o preocupam: a) o fato de o Município estar negativado no Siafi, Calq e Caged; b) não recolhimento do PIS/PASEP. O que significa isso e quais as implicações ou consequências?

Prefeito - O município está negativado nos órgãos competentes, portanto não está apto a receber recursos do governo federal nem do governo estadual. Estas são as consequências do município estar negativado.

ET - Há muitos anos, a posse ocorre no Poliesportivo Marquezinho com arquibancadas lotadas. E este ano será na Câmara Municipal, às 10h. Por que a mudança de local e horário?

Prefeito - A mudança de local é para economizar. O município não pode, no momento que estamos enfrentando dar o luxo de dispender muitos recursos para a posse.A posse será de manhã, porque à noite teremos missa.Aproveitamos para convidar a todos para participar da posse.

ET - Prefeito Baguá, agradecemos e desejamos boa sorte em seu governo com as bênçãos de nossa Padroeira, assim como a toda sua equipe.  

Prefeito - Eu é  que agradeço a oportunidade de esclarecer a população através deste conceituado jornal com quase 50 anos de história em nossa cidade. Tenho certeza de que a nossa equipe estará preparada e pronta para servir nossa população. Agradeço a Deus, a minha família e a toda população que acreditou em nossas propostas. Eu e Juninho Trevisan trabalharemos dia e noite por uma Sacramento mais justa e próspera. A todos um Feliz Ano Novo, de muita paz e saúde.Até a posse. Muito obrigado.