Jornal O Estado do Triângulo - Sacramento
Edição nº 1783- 18 de junho de 2021

Câmara desiste de passagem para cônjuge de deputado

Edição nº 1455 - 06 Março 2015

E não é que a voz do povo surtiu efeito? A Mesa Diretora da Câmara decidiu revogar integralmente a decisão de liberar passagens aéreas para cônjuges de deputados. A desistência da ideia, assumida como promessa de campanha de Eduardo Cunha (PMDB-RJ) à presidência, foi aprovada pela Mesa em reunião realizada nesta terça-feira 3. O colegiado desistiu de estender o benefício a esposas e maridos de parlamentares após a repercussão negativa da medida, bombardeada nas redes sociais, alvo de ação do Ministério Público Federal e de um abaixo-assinado com cerca de 300 mil assinaturas encabeçada pela Avaaz e contestada por seis partidos políticos, inclusive no Supremo Tribunal Federal (STF).

Passagens áreas para cônjuges dos parlamentares fazia parte do pacote de bondades para os deputados, aprovado pela Mesa Diretora a semana passada. O valor do cotão, que varia de estado para estado, aumentou 8,7%. A verba de gabinete, para contratar funcionários, saltou de R$ 78 mil para R$ 92 mil. Também foi reajuste o auxílio-moradia, que passou de R$ 3,8 mil para R$ 4,2 mil. Nesta legislatura, o salário dos parlamentares é de R$ 33,7 mil. 

De acordo com o site Congresso em Foco, cinco dos sete membros da Mesa Diretora da Câmara que votaram a favor da concessão de passagens aéreas para cônjuges, gastaram, na legislatura passada, aproximadamente R$ 2 milhões em voos. Dois deles, o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), e o vice-presidente, Waldir Maranhão (PP-MA), estão  entre os 15 deputados mais gastadores. Somente o deputado Waldir Maranhão gastou, na legislatura passada, R$ 592.409,41  em voos em todo o Brasil; uma média de R$ 12,3 mil em passagens aéreas todos os meses. O equivalente a duas passagens de ida e volta para China, mensalmente. Esse também é o custo de 24 bilhetes ao mês de ida e volta para São Luís, onde o deputado mora, com compra antecipada, diz o site. Já Eduardo Cunha gastou, sozinho durante a legislatura passada, R$ 527.786,10. 

Além de Cunha e Maranhão, também votaram a favor do benefício o 2º vice-presidente da Mesa, Fernando Giacobo (PR-PR) gastou R$ 275.409,58; o 1º secretário, Beto Mansur (PRB-SP) gastou R$ 151.710,65, e o 2º secretário, Felipe Bornier (PSD-RJ), gastou R$ 438.749,92. Dos sete membros da Mesa Diretora,  Mara Gabrilli (PSDB-SP) e Alex Canziani (PTB-PR), 3ª e 4º secretários a votarem contra a medida.   Fonte: Congresso em Foco/Redação ET)