Jornal O Estado do Triângulo - Sacramento
Edição nº 1783- 18 de junho de 2021

Para sempre lembrado

Ivone Regina Silva(*)

Entre as lindas datas a serem comemoradas no mês de maio, como o Dia do Trabalho, Dia das Mães, Abolição da Escravatura e outras, incluímos também o dia 18 de maio, data do nascimento do querido e saudoso Papa João Paulo II.

No dia 02 de abril completou-se um ano de sua morte e sua falta não será nunca suprida.
Apesar de todos os sofrimentos, João Paulo jamais perdeu a lucidez e prosseguiu pastoreando com mão firme a barca de Pedro.

Todo o mundo considera-o como um dos grandes, senão o maior, personagem do século XX.
Sem ele, não teria desmoronado o império soviético. Não teria sido derrubado o Muro de Berlim e ainda hoje estaríamos em plena e ameaçadora Guerra Fria entre o Ocidente e a ex-União Soviética.

Nenhum papa teve a autoridade moral e a ampla audiência de João Paulo II. Ele cerceou com pulso forte os excessos da Teoria da Libertação; trouxe os presbíteros e os fiéis da igreja à grande disciplina de que era carente depois do concílio Vaticano II.

Os seus escritos, deram eco em todo o mundo, à verdade de Jesus Cristo e da Igreja.

Ninguém como João Paulo proclamou tão alto a dignidade de todos, os direitos e valores humanos, entre eles os da vida e da família, da justiça, da fraternidade e da paz.
Valorizou e promoveu o ecumenismo e o diálogo religioso entre cristãos e judeus, muçulmanos e budistas.

A igreja do Brasil ficou devendo-lhe muito em suas três visitas históricas, nos anos de 1980,1993 e 1997, quando ocorreu o desmembramento da grande arquidiocese de SP, em três outras dioceses, em 1989.

A eleição de cerca de 350 dos nossos 420 arcebispos e bispos, mudando significativamente o perfil do episcopado brasileiro de "político" para pastoral.
A relativação e o cerceamento da influência da Teologia da Libertação e a médio prazo seremos, ainda mais, uma igreja marcadamente fiel à própria missão evangelizadora.
Repletos de pesar assistimos João Paulo subir o seu calvário abraçado à sua cruz com uma fortaleza que edificou a todos, católicos e não católicos, crentes e descrentes, Karol Wojtyla seguiu adiante até o fim de seu 27º ano de fecundo pontificado.

Finalmente, não se pode esquecer de que João Paulo II era movido pela idéia inabalável de que tinha uma missão a cumprir e para a qual se preparou com firmeza inquebrantável: a de conduzir a Igreja.

E o fez até o fim!
Sua personalidade, vida e pastoral merecem não apenas uma crônica, mas, um dos mais belos e densos capítulos da bimilenar história da Igreja.
Pois, está ele, certamente, entre os maiores dos 265 sucessores do apóstolo Pedro e será para sempre lembrado mundialmente.
Parabéns, João Paulo, pela sua coragem, fé, ternura e seu inesquecível carisma.

(*) Ivone Regina Silva, é advogada e Conselheira da OAB/MG