Jornal O Estado do Triângulo - Sacramento
Edição nº 1783- 18 de junho de 2021

UHE Igarapava apresenta relatório de Estudos Socioambientais

Edição nº 1469 - 12 Junho 2015

O Consócio UHE Igarapava reuniu representantes de diversos segmentos, no Centro de Apoio ao Produtor 'Anésio Gonçalves de Melo', dia 19 último, para o 3º Workshop de Estudos  Socioambientais. Na reunião realizada entre 7h30 e 13h, foram apresentadas uma pauta abrangente (Veja box).

Falando ao ET, o coordenador Socioambiental, Késsius Morais, explicou a importância  da divulgação dos dados do monitoramento, um trabalho constante realizado junto aos municípios que margeiam o reservatório da hidrelétrica. “Temos participação ativa, nas atividades ambientais dos municípios banhados pelo lago e é importante divulgarmos os resultados desses estudos, até para dar transparência das ações realizadas pela usina”, destacou.

 

Resultados positivos significam que lago está em equilíbrio

De acordo com Kessius, além de projetos de educação ambiental  e outras ações em parceria com os municípios, a hidrelétrica faz um monitoramento dentro do reservatório e seu entorno: monitoramento da qualidade da água, população de peixes, processos erosivos,  da vegetação aquática, e outros.

“- Tudo isso diz respeito a Sacramento também, porque o município faz parte do entorno. E são dados muito positivos em relação à população de peixes, à eficiência da escada para transposição de peixes, uma água de excelente qualidade, enfim os resultados são positivos em quase todos os aspectos, o que significa que a gestão de todo reservatório está sendo feita pela usina”, informou, mostrando como os profissionais agem. 

“- Alguns pontos agimos corretivamente e noutros deixamos que a própria natureza faça a recomposição naturalmente”, explicou, afirmando mais: “Na formação de um reservatório há impactos ambientais e, a obrigação do empreendedor como gestor do reservatório é tentar mitigar ao máximo esses impactos e monitorá-los ao longo do tempo e é isso que vimos fazendo e mantendo a sociedade informada das ações”. 

O biólogo Lucas Borges Resende (foto), responsável pelo monitoramento da ictiofauna na represa, destacou em entrevista ao ET, que a população de peixes no lago é altamente satisfatória. “A represa tem em abundância as curimbas, mandis, piau três pintas e quatro espécies de cascudos. E há, além de espécies exóticas, peixes que não são nativos do rio Grande, mas que foram introduzidas na represa por soltura, como o tucunaré, tilápia e carpa”.

 Questionado sobre a presença do dourado, peixe nativo no rio Grande, não contemplado na sua relação, Lucas respondeu que o dourado já foi muito abundante, porém com a construção das barragens, além da de Igarapava, Jaguara, Volta Grande e Furnas, os peixes nativos como o dourado e o surubim, diminuíram muito. 

“- Eles existem, não estão em extinção, são capturados, mas é raro, é um ou outro que aparece”, revela e destaca que a pesca do dourado e do surubim não está proibida. “O que temos aqui é a proibição da pesca do jaú e da piracanjuba, que pelos laudos do Ibama  são definidas como espécies ameaçadas de extinção. O dourado e o surubim ainda não chegaram a  este ponto, a diminuição se deve às barragens que interromperam a migração dos peixes de piracema, isto é, que precisam subir os rios para a reprodução”. 

Infelizmente, a única usina que tem a 'escada de peixe' na região é a de Igarapava, uma das razões que prejudica a reprodução do dourado, cuja pesca está proibida nos estados do Mato Grosso e Mato Grosso do Sul, até 2017. E conforme estudos, já está comprovado o aumento da espécie na bacia. 

Para o secretário de Meio Ambiente, Mauricio Scalon, a prestação de contas dos resultados através do monitoramento do lago é extremamente importante. “O trabalho mostra os  resultados da vida aquática e a qualidade da água compatível com as nossas necessidades”, afirma o secretário, elogiando  a iniciativa do UHE Igarapava de realizar a reunião nos municípios do entorno do lago.

“- O fato de saírem para os municípios é uma oportunidade de outras pessoas terem conhecimento dos dados. Embora tenham sido convidados representantes de vários segmentos, a participação não foi a esperada, mas é  uma iniciativa interessante e  com certeza os que estão aqui presentes vão tomar conhecimento dos procedimentos do consórcio e da realidade do lago no nosso município”. 

 

PROGRAMAÇÃO

- O engenheiro agrônomo Rodrigo Borsari apresentou  dados do monitoramento de macrófitas aquáticas (vegetais terrestres que ao longo de seu processo evolutivo, se adaptaram ao ambiente aquático); 

- o biólogo Breno falou sobre o monitoramento de Limnologia (qualidade da água); a analista socioambiental apresentou os resultados dos programas socioambientais; 

- o engenheiro civil, coordenador socioambiental Kessius Morais de Lima e Silva apresentou os resultados do plantio e manutenção das matas ciliares;

- e, finalizando, o biólogo ambiental,  Lucas Borges Resende, apresentou os dados do monitoramento da ictiofauna e sistema de transposição de peixes.