GRUPOS BUSCAM UNIDADE
Rose, do Grupo de Dança Afro Ziriguidum apoia a iniciativa. “Queremos unir todas as entidades num movimento só, cada um conservando as suas características, mas todos num único objetivo: a união da raça negra, resgate e valorização de sua cultura”.
A cultura afro começa também a ficar mais explícita em relação à moda. No encontro, foi possível observar que as mulheres estão aderindo o uso de penteados próprios, belos turbantes e vestidos estampados. Nos homens vê-se também o uso de batas coloridas.
IRENE FERREIRA
define a nova moda como uma tendência que tende a se generalizar.
“- É o negro assumindo sua negritude, o turbante é a coroa da mulher negra”, diz, completada por Rose: “Hoje, a tendência é essa, a mulher negra assumir a sua identidade. Há campanhas na internet nesse sentido e as meninas, as jovens e até as mulheres mais adultas estão adotando essa cabeleira 'black power', como chamávamos na nossa época. Essa meninada está deixando de lado o alisamento do cabelo, sentindo orgulho em mostrar os seus cachos”.
CARLOS ALBERTO
de Rezende, o Beto do Grupo de Capoeira Gunga de Ouro comemorou a iniciativa e o encontro. “Foi muito bom essa iniciativa, porque é uma forma de unir toda a comunidade e mostrar que juntos somos fortes e
podemos, sim, nos organizar e fazer e a ideia é estarmosnos eunindo sempre, ouvindo uns aos outros e nos apoiando uns aos outros”.
DELCIDES TIAGO
(Cid), outro defensor e incentivador da cultura negra, destaca também a importância do evento. “Há tempos, a comunidade não tomava a iniciativa de realizar o evento e isso é importante, mostra que estamos começando a caminhar com nossas próprias pernas, mostrar que nós temos condições de fazer um trabalho bem feito. Então, havendo parceria, tudo pode acontecer...”
CARLOS MAYER
Pereira, um dos grandes batalhadores para a união e fortalecimento da comunidade, ex-presidente da Escola de Samba XIII de Maio, encara positivamente a proposta de Carlos Testa.
“- Não é a primeira iniciativa feita para a comunidade negra se unir, outras foram feitas, mas, infelizmente, sem resultado. O Testa veio com uma proposta de trabalho diferenciado, de fortalecer a comunidade fundando uma espécie de liga ou associação da cultura afro, a exemplo do que já existe em algumas cidade da região. A ideia está em andamento, é precoce, mas fiquei otimista com esse primeiro evento, quero crer que daqui a um tempo estaremos fortes”.
LUSTER FERNANDES
prestigiando o evento, o vereador eleito, terceiro vereador mais votado na cidade, com 675 votos, acompanhado da esposa Graciene, do Grupo de Dança Ziriguidum, também apoiou a iniciativa:
“- Independente de eleito ou não, a gente tem que prestigiar as coisas da terra. Tenho participado das reuniões e me colocado à disposição para ajudar, naquilo que for necessário, como sempre me dispus, eleito ou não eleito”.