Jornal O Estado do Triângulo - Sacramento
Edição nº 1783- 18 de junho de 2021

Sarah e Victoria: Mais duas atletas do vôlei exportadas

Edição nº 1557 - 10 de Fevereiro de 2017

Sarah Cristina Martins Barros 17 e Victória Luisa Ferreira Berlese 16 são duas jovens sacramentanas que se despedem de Sacramento para integrar a equipe da Associação Francana de Voleibol. A despedida cheia de emoção aconteceu no último sábado, quando as duas atletas se despediram dos pais, logo após falarem à reportagem do ET sobre como estão encarando essa nova fase de suas carreiras no esporte.  

Filha de Isabel Cristina Martins e Almir Francisco Barros, a jovem Sarah concluiu o primeiro ano do ensino médio no ano passado na Escola Coronel e prossegue os estudos no ETEC, em Franca. Depois de quatro anos nas mãos da Profa. Maria Bethania Silva Melo, como integrante da equipe de ponta da URS, Sarah enfrenta o desafio com determinação. 

“- Estou indo com tudo, quero crescer e chegar a um nível muito bom, e quem sabe chegar à seleção brasileira. Estou muito focada e vou correr atrás, não vou me rebaixar pra ninguém, ser bastante agressiva. Vou pronta para encarar os desafios que vierem pela frente”, afirma convicta.

Recordando sua formação como atleta, diz que iniciou no vôlei quando tinha 12 anos com a técnica Maria Bethânia Silva Melo. “Foi um tempo de muita aprendizagem, porque  não sabia nada, mas muito bom. Tive de aprender a jogar. Tive um tempo difícil, mas vim me adequando. Meus familiares me deram muito incentivo, me convencendo de que eu tinha potencial. Treinei em todas as posições. Comecei como atacante, passei para central, até me firmar como oposta, que é a posição que vou treinar em Franca.  Mas eu ouvia muito a Bethania. Levei muitas broncas, mas valeu, porque me serviram bastante. E vou com tudo ”, recorda. 

 Sarah, que tem 1,82 m de altura, finaliza destacando que “tudo tem seu tempo. Bethânia falava que basta a gente acreditar nos nossos sonhos que eles acabam se realizando, eu foquei nisso e realmente estão se realizando”.

A levantadora Victória, filha de Zeli Maria Ferreira e Vladimir (Mirim) Berlese é outra atleta talentosa da URS que este ano sai de seu berço materno para jogar na Associação Francana, mas antes de tudo, garantem os pais, os estudos têm prioridade. Egressa do Colégio Rousseau, vai cursar em Franca o 3º Colegial no Colégio Soberano. 

A sua história no voleibol começou cedo, quando tinha apenas sete anos, com o Prof. Artur Pereirinha e Adriana Canhota. Nos últimos quatro, treinou com Bethânia, quando despontou como levantadora. Ao ser convidada pelo clube francano manifestou, como Sarah, a sua garra de enfrentar o desafio.  

“- Estou feliz, sempre foi meu sonho, sempre corri atrás e espero muito que dê certo, porque vou chegar lá com tudo, mostrando tudo o que aprendi”. Com 1,72 m, Victória tem oito anos de experiência no vôlei, destacando principalmente o período em que esteve com a Profa. Maria Bethânia. 

“- Os quatro últimos anos foram os melhores de minha vida, porque passei por muitos técnicos. Treinei com Pereira, com a Canhota, mas nunca ia para a frente e, quando a Bethânia começou, pensamos que talvez desse certo pra realizar meu sonho e ela me ensinou muita coisa. Sem a Bethânia... (emocina-se, começa a soluçar e não consegue falar por instantes...) eu não chegaria onde cheguei. Cada bronca valeu a pena. Eu gostava de manchete e odiava dar toques, mas depois que ela me colocou como levantadora, a coisa se inverteu. Amo o toque. Eu não gostava de saltar no passe e hoje não passo sem o salto, tudo isso mudou. Fiz tudo pra dar certo”, recorda, agradecendo.

  Sarah e Victória foram convidadas a integrar a Associação Francana de Vôlei depois de um teste com outras três atletas da cidade, Anya Maria, Duda e Gabi. 


“As portas se abrem para o vôlei de Sacramento...

O clime de despedida era forte... Isabel, mãe de Sarah, não conseguiu falar. Zeli, mãe de Victória, com lágrimas nos olhos, muito emocionada pela realização do sonho da filha e também por sua saída, agradece ao ex-prefeito Bruno, que trouxe Bethânia e Gabriel, e pelo que eles fizeram pela filha. 

Mirim Berlese falou em nome dos pais... “Para nós foi um presente de Deus essa inda da Victória para o vôlei de Sacramento. E temos que agradecer ao Murilo e ao Polaco, porque a Zeli, ainda menina tinha que sair de casa escondida do pai para jogar  nos Jogos Escolares, coordenados por esses dois professores. E hoje, Zeli recebe como presente essa conquista de nossa filha. Eu precisei vir para Sacramento para ter uma filha que se projetou, porque tivemos um prefeito, um departamento de esportes que acreditou no potencial de Sacramento. Esse potencial não poderia ser interrompido jamais nesse município. Por isso, temos um agradecimento especial   para a Bethânia, não só pela Victória e a Sarah, mas por tantas outras atletas que saíram de Sacramento para outros times lá fora. É um potencial espalhado pelo Estado de São Paulo”, elogia, ressaltando que os sacramentanos desconhecem o valor do voleibol para a cidade.

“- Nós, sacramentanos, não sabemos o valor do vôlei para o nosso município. Então, o momento é de agradecer. E aqui vai o agradecimento de um pai deslumbrado e eternamente agradecido a Deus. E por que não a minha esposa Zeli, porque, se Victória nos dá esse presente hoje, é em reconhecimento pelo tanto que ela gostou e lutou pelo esporte, em especial pelo vôlei, desde o início acompanhando nossa filha, vendo seus primeiros toques para ser uma pessoa maior. E quem sabe um dia possamos trazer esses atletas para Sacramento, montar um time e participar de uma Superliga”, exclama, cheio de entusiasmo.

 Mirim valoriza o vôlei e apoia essa iniciativa da técnica Bethânia em exportar atletas. “O vôlei é importante. Como sai do nosso município um belo agrônomo, um belo veterinário, podem sair também desportistas que poderão no futuro, resolver o problema financeiro de suas famílias e até do município, porque levam e elevam o nome de Sacramento. As portas de grandes equipes já se abriram para o vôlei sacramentano, assim como também, no exterior com Camila Brait, integrando a Seleção Brasileira, com Elis, hoje na França e tantas outras espalhadas por grandes times no país”.


“Elas foram guerreiras...

abriram mão de muita coisa e hoje são vitoriosas”, disse a técnica Maria Bethânia, ao participar da despedida das atletas Sarah e Victória. Falou também do potencial e da saída de Victória e Sarah para o vôlei francano. “Fico muito orgulhosa do sucesso e da conquista das meninas, porque fazer esporte no Brasil não é tarefa fácil. Elas conseguiram o primeiro degrau depois de treinarem aqui em Sacramento por tantos anos, se dedicaram muito, tiveram que superar muitos  desafios e elas ficaram firmes, porque era o sonho delas”, observa, afirmando que 'sonhar é muito bom'.  

“- E sonhar é muito bom, porque isso nos faz ter objetivos, metas, sem contar que o esporte é extremamente saudável. Se a cabeça da gente está ocupada com uma coisa que a gente gosta, nada de ruim vai entrar nessa cabeça. Elas foram guerreiras, abriram mão de muita coisa e hoje são vitoriosas. Tenho muito orgulho delas, que com certeza levam um pedacinho de Sacramento e um pouquinho de mim também”, ponderou Bethânia, muito emocionada”.