Jornal O Estado do Triângulo - Sacramento
Edição nº 1783- 18 de junho de 2021

Entrevista: Ilke Padro

Edição nº 1567 - 21 de Abril de 2017

A Madu Desirè, a loja rosa da Vigário Paixão, está em festa, comemorando 10 anos, cronologicamente, uma criança ainda, mas com cara de adulta, pela qualidade, aceitação, qualidade e competência da empresária Ilke Prado e equipe. Na movimentada manhã do sábado de Aleluia, com mais uma promoção que lotou a loja, Ilke tirou um tempinho e recebeu o ET para contar um pouco de sua história na cidade, que a adotou como filha da terra através de Título de Cidadania recebido em 2016. E começamos perguntando se ela estava feliz... “Muito feliz, realizada, por todo o carinho da cidade que me prestigia a cada evento, cada promoção”. E foi desfiando sua história...

 

Loja Madu completa 10 anos


Sou paulista de Itaberá...

bem divisa com Paraná, sul de São Paulo, aliás, toda minha família é de lá. E Sacramento apareceu na minha história, porque uma irmã de papai já morava aqui e o marido dela, meu tio, trabalhava na Setril, hoje Madeflora. A gente veio passar o carnaval e conhecemos Sacramento.  Foi amor a primeira vista. Aos 17 anos, entrei na Faculdade de Direito, em Salto (SP), uma cidade muito grande. Como tinha uma filha, minha mãe foi morar comigo. Mas permanecia aquele desejo de minha mãe: 'Ainda vou morar em Sacramento. Meu sonho é morar em Sacramento'. E a gente acabou vindo por causa dela. E hoje somos só eu e meu irmão Kilder aqui, os tios voltaram para o Paraná, mamãe morreu há quatro anos. Papai já mora nos Estados Unidos há 17 anos... Casei-me com Lucas Scalon de Oliveira e estamos aqui.


Comecei como funcionária pública...

da Prefeitura Municipal, através de concurso, mas sempre alimentando o sonho de meus pais, Luiz Carlos do Prado e Ana Lia Padilha Prado, e meu também, de abrir uma loja. Aliás, eu sonhava cursar Moda, não Direito, mas concluí o curso, só não tenho OAB. Foi assim que nasceu a Madu. E foi engraçado, porque eu era recém-chegada a Sacramento, muito jovem, ninguém acreditava, e me deram seis meses de loja e hoje completamos 10 anos”.  Paralelamente ao curso de Direito, Ilke fez cursos de Estética e Cabeleireira.

 

Nosso primeiro endereço...

foi fora desse centro comercial. A Loja Madu foi inaugurada na rua Clemente Araújo, próximo à praça Homilton Wilson, como um presente do meu pai. Foi ele quem investiu, eu entrei com a ideia e o trabalho. A loja começou ali, mas com um perfil muito diferente do que é hoje, porque eu sonhava em ter uma boutique, uma loja bonita, transada, feminina e masculina. Mas com o decorrer dos meses não deu certo. Quase fui à falência.

 

Foi quando nasceu a ideia...

conversando com minha mãe sobre um novo rumo. E veio a luz: Vamos fazer uma loja mais popular, com preços acessíveis, mas de roupas bonitas e de qualidade. O primeiro estoque que eu tinha botei tudo de R$ 5 a R$ 25,00. Vendi tudo, tudo, tudo e tive de fechar a loja por três dias, porque não tinha mercadoria. Reabri com preços de R$ 5 a R$ 25. De repente, aquele endereço ficou pequeno. E há cinco anos estamos na Vigário Paixão. 

 

Nasceu aqui a Casa Rosa...

outra ideia que também devo a minha mãe, aliás é uma homenagem que fazemos a ela, pois ela adorava a cor rosa.  Minha irmã e eu só usávamos roupas na cor rosa, o quarto era rosa, tudo era rosa e isso foi passando de geração para geração. Hoje, minha filha, se for pra escolher uma cor, é o rosa, inclusive para a casa. Aliás são duas homenagens na loja: o rosa para a mamãe e Madu para minha filha, Maria Eduarda”, revela, afirmando que “o rosa chama a atenção, e é engraçado, pois o rosa também é tudo ou nada. Se tudo está bem ele é intenso e se está mal ele é intenso também. Não tem meio termo, mas para mim significa muita força”, além do forte apelo publicitário.

 

Aliás, publicidade no comércio é tudo...

todo bom comerciante sabe disso, pois é o ditado mais antigo que existe, 'a propaganda é alma do negócio'. Penso da seguinte forma: posso ter a melhor mercadoria dentro da loja, o melhor preço, mas se eu não divulgar como as pessoas vão saber? E a publicidade engloba tudo: é jornal, é radio, é carro de som na rua, enfim, todos os veículos de comunicação. Eu já saí panfletando pelos bairros da cidade com as funcionárias. Batia de porta em porta e descobri que muita gente não conhecia a minha loja. E olha que a loja é chamativa, faço tanta propaganda, tanta promoção..., e que hoje são todos clientes”, afirma. 

 

Na verdade é um investimento...

tem gente que acha que é um gasto, para mim sempre foi investimento comprovado, retorno certo. Para cada promoção que fazemos, investimos mais e mais em publicidade, porque é ela que traz o cliente para a minha loja e com isso vou aumentando a loja, porque tenho que ter a mercadoria de qualidade e a preço acessível. Não posso fazer propaganda enganosa. A publicidade e o empresário têm que andar juntos. Tenho que vender aquilo que divulgo, do contrário perco a credibilidade e assim vou aumentando a clientela, o estoque e a publicidade para evidenciar minha marca, a Casa Rosa está sempre na memória das pessoas, quando se fala de roupa feminina.

 

Outro segredo que tenho... 

É a ótima relação que tenho com minhas funcionárias e com os clientes. Sou um tipo de empresária que priorizo meus funcionários, porque são pessoas importantes para mim. São a minha equipe. Não faço questão de rodízio de funcionário, porque gosto que o cliente chegue aqui e se identifique com cada pessoa que trabalha aqui. Nossa relação é de amizade, de confiança, de carinho, e sou muito grata aos clientes e funcionários. Grata aos clientes, porque as opções hoje são muitas. Um dos objetivos ao reabrir a loja foi exatamente este: decidi atender a todo tipo de consumidor e chegar ao cliente de uma foram carinhosa, valorizo cada pessoa, cada cliente para mim tem imenso valor e conheço todo mundo. Essa promoção no sábado de Aleluia foi atendendo a pedidos de clientes, que trabalham e não podem vir durante a semana. E grata aos funcionários, porque são a minha equipe”. 

Aos 10 anos e há cinco no atual endereço a loja já está pequena e Ilke tem planos de continuar em Sacramento e ter uma grande loja. “O cliente tem que entrar num aloja e ter opção, então não gosto de pouca mercadoria e o espaço vai minguando, vai ficando restrito. Meu sonho é comprar, mas a casa não está à venda. Eu queria aqui, mas tenho outras opções e planos”.  


Entre planos e sonhos...

quero ainda ter um espaço maior. Considero esse primeiro decênio como um aprendizado muito bom e tiro lições  desse tempo. Venho aprendendo com Sacramento, desde o momento que eu comecei a enxergar as pessoas da forma que elas merecem. Embora muita gente possa não acreditar, sou uma pessoa humilde. Aprendi que, com muita humildade e muito trabalho a gente chega no lugar que quiser, seja ele qual for. Não importa a condição social, o importante é o que vamos levar. E se algum dia eu sair de Sacramento, vou levar o meu coração cheio de amor e gratidão pela cidade, porque a loja Madu me ensinou a ser quem eu sou hoje, uma pessoa cada dia mais forte e mais feliz”

 

Então, meu projeto de vida...

é Sacramento, com uma grande e bela loja, mas exclusivamente feminina. Os homens que me desculpem, não nasci pra vender roupas masculinas. Homem é mais básico e eu gosto de mercadoria que gira. Mercadoria na loja parada um mês já me tira do sério. E o masculino tem um giro menor. O meu perfil de loja, eu ganho no giro, na quantidade que vendo e o masculino fica parado, então prefiro focar no feminino que eu gosto, as clientes acham que tenho bom gosto pra escolher. Já o masculino não é assim, ele é muito básico”.

 

Hobby - Trabalho

Lazer - Família 

Prática religiosa - Sou católica e acredito em Deus. Onde tem Deus, eu acredito.

Aborto - Contra

Política -  Opinião 

Esporte - No momento, nada

Corrupção - A sujeira do país

Estilo - Não tenho. O que ficar bom em mim está ótimo

Marca - Também não tenho, gosto de qualidade e preço bom

Perfume - Joop

Vaidade -  Tenho. Não minto, sou vaidosa

Felicidade - Estar com as pessoas que eu amo