Jornal O Estado do Triângulo - Sacramento
Edição nº 1783- 18 de junho de 2021

I FLIT nasce de um estalo cultural

Edição nº 1540 - 14 de Outubro de 2016

A I Feira Literária do Triângulo nasceu de um estalo cultural, como bem definiu ao abrir o evento, o jornalista Marco Aurélio Cordeiro de Mello. “
A ideia da feira nasceu acidentalmente, conversando por telefone com minha irmã, Sumaia. A ideia primeira era fazer um sarau, mas a coisa foi
evoluindo e virou uma Feira Literária com sarau, luau, observação de estrelas e diversas atividades relativas à literatura e manifestações artísticas”, justificou, explicando o objetivo do evento.
“- Nosso intuito é juntar todo o pessoal que produz arte  (artesanato, alimentos, poesias, textos) na região e divulgar tudo isso fazendo na verdade uma festa cultural. Essa é a primeira, bem modesta, sem grandes ambições, mas já temos ideias e sugestões para aprimorar já para o próximo ano”, disse Marco Aurélio, agradecendo, em nome do Instituto Cultural Leopoldina Geovana de Araújo, a presença de todos os artistas e amantes da arte.

 

Início de uma feira maior

A  prefeita da cidade de Conquista, Vera Lúcia Guardieiro, acompanhada por Hely de Souza e Silva, ex-secretário de Cultura e atual assessor de Gabinete, prestigiando a FLIT, destaca  a importância do evento e parabeniza os idealizadores. “Muito importante esse evento para nossa região e só temos que parabenizar os organizadores, porque falar de literatura e arte, é colocar para fora o que sentimos, o que vemos, ou seja,  é a expressão da alma. Esse é o primeiro ano, o inicio, com certeza, de uma feira maior, que poderá se estender por todo o Triângulo e as Minas Gerais”.
O secretário Hely Souza e Silva que, como secretário de Cultura fez diferença na promoção de eventos culturais em Conquista e o jornalista Libório Leal, editor do jornal O Conquistense, foram coesos ao elogiar a I FLIT. “Um evento muito importante para a Cultura de um modo geral, tanto para Sacramento como para Conquista”, disse Hely. Já Leal, apontou o evento como uma grande oportunidade para os artistas e poetas da região. “Será a redenção para nós que publicamos nossos artigos, jornais, revistas, livros e, sobretudo, para os pequenos e jovens autores se exporem. E que bom que a FLIT veio nascer aqui, no nosso quintal, na nossa porta, entre Conquista e Sacramento, aqui  onde o  córrego Lajeado une estes dois municípios, ora irmãos, ora pais, ora filhos,  é uma coisa muito importante. Muito feliz a iniciativa que veio para os nossos municípios”.

 

RBC lança Campanha Nacional de Alimentos Orgânicos

Maria de Fátima Fajardo Archanjo, da Rede Brota Cerrado (RBC), lançou na I FLIT a Campanha Nacional de Alimentos Orgânicos.
Em entrevista ao ET, parabenizou os organizadores da feira, destacando a fazenda Santa Maria.
“- Santa Maria é um lugar auspicioso biopsico e geomorfologicamente. Traz uma coisa muito boa por toda a história que existe aqui e que hoje está homenageando Carolina Maria de Jesus, que me ensinou  a educar o pensamento em harmonia com a terra . E é com uma muita alegria que a Rede Brota Cerrado  lança a Campanha Nacional de Alimentos  Orgânicos para toda a região. Nada melhor que um espaço de reflexão  como este, que no inspira para ser a semente que trazemos para valorizar os produtos orgânicos”. 
Maria de Fátima destaca ainda o almoço com alimentos orgânicos para o conhecimento de todos. “É um alimento saboroso, saudável para as pessoas perceberem o sabor com o respeito ao tempo natural de cultivo, respeito à agroecologia, à nossa cultura local enfim  para guardarem os tesouros da terra no coração. Tudo o que vimos aqui  foi um presente, cada discurso, cada testemunho, cada relato”, afirma.
Fátima afirma mais que a Rede Brota Cerrado ficou muito feliz em poder participar da I FLIT, um evento que adjetiva como “muito harmonioso e que enleva o espírito”.
Destacando a importância da alimentação orgânica, encerra, enfatizando que “a Campanha Nacional visa educar para a justiça social, educar para se alimentar melhor, educar para termos um planeta e um mundo melhor para todos. Aqui foi dado o chute inicial para valorizar mais a cultura e termos mais cuidado com a Casa Comum, isto é, o meio ambiente que é de todos”.  

 

A cura pela paciência e pela arte

O arquiteto José Luiz Simonetti (Joe), por vários anos trabalhou com arquitetura e  pintura,  quando residia em São Paulo. Vitimado pela Mal de Parkson, desenvolveu um programa terapêutico e psiquiátrico, para exercitar a  criação artística consciente, um trabalho  com condução mental para a si mesmo. 
“- Para mim, é uma terapia e uma felicidade muito grande poder mostrar o meu trabalho artístico. Já ofereceram milhares de dólares por eles, mas não estão à venda (diz, brincando e cheio de humor) e, na verdade, não tem como avaliar”.
Dentre os trabalhos expostos por Joe, estão uma roda gigante, que gira ao ligar um conjunto de pilhas; uma réplica da ponte de Londres e um guindaste, todos construídos em madeira (palitos de dentes, palitos de picolés e espetinhos para  churrasco). Outras três peças ficaram em casa, uma ponte estaiada, um ponte pênsil e o famoso 14 Bis, de Santos Dummont.
“- Normalmente uso madeira, mas há algumas arruelas, tampas de latinhas, cola branca e muita paciência, principalmente para esperar secar e com isso vou movimentando as mãos e, enquanto seca vou projetando o que vou fazer no dia seguinte para ligar treliças por exemplo”, 
Radicado em Sacramento há mais de cinco anos, Joe ficou maravilhado de ver o potencial da cidade, exposto na I FLIT.
“- Pessoas incríveis fazendo arte e penso até que deveria ter mais interesse por parte dos artistas e do público. Fico feliz por ver evento com estes”.


Estímulo à leitura é obrigação de todos

Os professores Carlos Alberto Cerchi e Renato Muniz destacaram a obra e a vida de Carolina Maria de Jesus, tema da I FLIT. Carlos Alberto é responsável pelo resgate da vida e obra de Carolina na sua cidade natal. O fato é que, até o início desse resgate por parte do professor, a sociedade sacramentana nunca ligou para ela, nunca lhe fez uma homenagem, nem mesmo quando, no auge de sua fama, editou 'Quarto de Despejo'.
Renato Muniz falou também ao ET sobre a importância da Feira. “Todo evento relacionado a livros, cultura, deve ser apoiado por todos,  A comunidade, as instituições, o poder público devem comparecer, porque o estímulo à leitura é obrigação de todos nós. Acredito que por mais que se faça e pelo muito que já foi feito, ainda é necessário fazer mais pelo livro, pela cultura que, pelo meu modo de entender, estão ligados à humanização do ser humano”.