Jornal O Estado do Triângulo - Sacramento
Edição nº 1783- 18 de junho de 2021

UHE Igarapava realiza encontro ambiental

Edição nº 1588 - 15 de Setembro de 2017

A Usina Hidrelétrica de Igarapava reuniu na  terça-feira 5 representantes de diversos segmentos ligados ao meio ambiente e serviços afins, dos municípios de Igarapava, Conquista, Delta, Sacramento, Rifaina e Ituverava, no Encontro Ambiental 2017, para prestação de contas das ações da empresa, entre julho de 2016 a agosto de 2017.  O Encontro visa, sobretudo, mostrar os resultados dos programas socioambientais da usina a esses municípios cujas terras são banhadas pela represa, a exceção de Ituverava. Os principais assuntos tratados foram o reflorestamento de matas ciliares, o programa de monitoramento dos peixes a montante, a jusante e na escada e, sobre o programa de educação ambiental. De acordo com a analista socioambiental, Joelma Mendes, o encontro é de extrema importância tanto como prestação de informações quando de estreitamento de laços com os municípios que fazem parte do entorno do lago.

 

Cuidar de nossa ‘casa comum’ é cuidar de sua integridade e vitalidade

O Encontro, que teve início às 9h, foi aberto pelo gestor geral da usina, Cláudio Antônio Silva, que convidou a jornalista Maria Elena de Jesus, do jornal O Estado do Triângulo, para uma palavra sobre a encíclica do papa Francisco, Laudato Si, que fala sobre 'nossa casa comum'. Lembrando que o Brasil é um dos países onde as contradições entre um modelo de desenvolvimento predatório e a responsabilidade com a Terra, nossa casa comum, se manifestam de modo mais forte, Elena elogiou o trabalho da Usina de Igarapava em relação à preservação do ecossistema que envolve o lago da usina. 

Cláudio Antônio abordou a seguir o primeiro tema do encontro, Gestão do Reservatório, mostrando o que a usina realizou nessas ações que envolvem a preservação do meio ambiente, ressaltando o apelo desse grande estadista mundial, o papa Francisco. Concluindo, fez um convite a todos para que cuidemos de nossa 'casa comum', principalmente cuidemos de sua integridade e vitalidade. 

O encontro prosseguiu durante todo o dia com a seguinte programação:

O biólogo Lucas Borges de Resende apresentou os dados relativos ao monitoramento ictiofauna do ciclo 2016/2017. Programas Socioambientais, pelas analistas socioambientais, Ana Paula Peres e Joelma Mendes. O engenheiro Agrônomo, Rodrigo Borsari apresentou os dados de limnologia (água) e macrófitas (plantas aquáticas) e encerrando a rodada de informações, a participação do juiz federal, Emerson José do Couto, da comarca de Franca, que proferiu palestra sobre mata ciliar: sua importância, legislação e aplicação.

 Os dados mostrados foram, na sua maioria positivos, observou o ET. No que tange ao programa de matas ciliares, são mais de 500 hectares de matas ciliares consolidados, através de 78 convênios com os proprietários ribeirinhos dos municípios de Conquista, Sacramento, Igarapava e Rifaina, mas os desafios são muitos e por essa razão o monitoramento é constante.

 No monitoramento de peixes, por exemplo, embora tenha sido constatado o aumento da população de Piracanjuba no lago, um peixe ameaçado de extinção, há um dado negativo: o aumento das espécies exóticas no rio Grande: o tucunaré amarelo, tucunaré azul,  corvina, pacu, tilápia, piranha preta, peixes de outras bacias que, uma vez lançados no rio Grande, são predadores das espécies nativas do rio.

Ponto positivo também para o programa de educação ambiental, que leva à usina estudantes para as mais variadas atividades, como Semana da Água, Semana do Meio Ambiente, além de atividades nas cidades do entorno, como as que serão realizadas em Sacramento no próximo dia 19, em comemoração ao Dia da Árvore (21 de setembro). 

Outro trabalho elogiável realizado pela Usina de Igarapava é a parceria firmada com os municípios do entorno em relação ao lixo, com doação de bags, lixeiras; financiamento de cursos de reciclagem, além de parcerias com entidades como a ASAA (Associação Sacramentana dos Artistas e Artesãos de Sacramento), AMITAM (Associação dos Municípios de Interesse Turístico da Alta Mogiana), dentre outras.

  O gestor Cláudio Antônio, ao abrir o encontro, deixou clara a posição da usina em estar aberta aos questionamentos, demandas e críticas de seus projetos. Foi esse, sem dúvida, um dos pontos mais positivos do encontro, o de manifestar essa abertura através de uma gestão democrática e transparente aos municípios que tiveram suas áreas inundadas pelo lago.

 De Sacramento, estavam presentes no encontro, os secretários municipais, de Meio Ambiente, Marinho Martins Severino Segundo e do SAAE, Osny Zago;  artesã Leila Maria Tiago, da ASAA; os militares da  Polícia de Meio Ambiente Sargento Anilton e Sargento Alexandre, além de representantes diversos de instituições ligadas ao tema dos demais municípios. 

O jornal O Conquistense, do jornalista Libório Firmino Leal, também cobriu o evento.

 

Professora aposentada é voluntária do meio ambiente

Eloísa Avilla é uma professora mestra em Língua Portuguesa que depois de aposentar-se tornou-se uma voluntária em defesa do meio ambiente, desenvolvendo um bonito trabalho com o projeto 'Elos de Elô',  com crianças na cidade de Igarapava em parceria com a UHE. E o trabalho já rendeu bons furtos, um deles, o livro infantil, “O livro que não tem fim”. 

A relação de Elô com o rio é quase materna. “Nasci nas margens do rio Grande, na extinta cerâmica São Pedro, que pertencia à usina Junqueira. Aposentada, o que fazer? Veio a ideia de ser voluntária do meio ambiente e trabalhar com crianças, coisa que nunca havia feito na vida. Sempre lecionei no ensino médio. E com as crianças descobri coisas incríveis e juntos vamos trabalhando em prol da natureza. Através do livro, cheguei à usina e essa parceria vem rendendo muito aprendizado e educação ambiental”, reconhece, já preparando um novo livro, que vai tratar das espécies exóticas do rio Grande.