Povo vai à rua contra a Cosip

A Campanha #vetabaguá lançada nas redes sociais teve sua culminância nessa segunda-feira 25, às 17h, com um ato público que começou em frente à Prefeitura e dali seguiu em passeata até o Paço Municipal, sede da Câmara Municipal. Cerca de 200 pessoas com um carro de som, batuque e uma panela, lembrando as passeatas do impeachment da ex-presidenta Dilma, permaneceram no jardim da praça Getúlio Vargas, aguardando os vereadores para a reunião das 19h. 

Os vereadores que aprovaram a Cosip (Contribuição para o Custeio do Serviço de Iluminação Pública), a chamada ‘taxa de iluminação pública’, foram vaiados pelo público e os três vereadores que votaram contra, aplaudidos. Um pequeno grupo chegou a carregar o vereador Leandro Araújo, mas logo vieram as vaias quando um dos manifestantes lembrou a posição do vereador no último governo, ao fugir da Câmara, para não apreciar uma matéria. 

Nas redes sociais, a primeira postagem do #vetabaguá foi feita por Orlinda Aparecida Oliveira, que falou ao ET: “Eu votei 15, mas sou totalmente contra mais impostos.  Falar que haverá mais benefícios, todo político fala, o duro é fazer. Nós precisamos de ação e estamos pedindo mais administração sem ‘taxa de iluminação’. E está aqui no meu cartaz “Baguá foi  eleito como o prefeito do povo”, então que ele ouça a voz do povo: chega de impostos, chega de taxas. Só o povo é que é obrigado?”, questiona. 

Sobre a aprovação da lei por cinco vereadores, Orlinda reconhece   que, embora o projeto tenha vindo do Executivo, a casa poderia vetá-lo, conforme fez a Câmara no último mandato. “Estou indignada com os vereadores que estão aí pra votar e fazer o   melhor para a população, não jogar mais contas  nas costas do povo. Infelizmente é uma vergonha e espero que a povo guarde bem os nomes dos vereadores que aprovaram a taxa...”, afirma lembrando sua mãe, Dorcelina, que lutou muito e fez a diferença. “Mamãe era guerreira, ela ia à luta mesmo e não tinha internet não, ela reunia as pessoas e ia reivindicar seus direitos”. 

Thiago Scalon, outro dos organizadores da manifestação, afirmou ao ET que o objetivo da manifestação é de sensibilizar o prefeito para não sancionar a lei. “Essa contribuição é inoportuna, ela vem num momento em que o país se encontra numa de suas maiores recessões. E, diante diante de uma arrecadação tão grande que o município tem hoje, aumentar ainda mais imposto para o bolso do contribuinte que está passando por um momento difícil, não tem cabimento algum”,  afirma, acrescentando que o objetivo da manifestação foi estritamente contra a Cosip. 

“- Estamos demonstrando nossa insatisfação, é um movimento apolítico, isso aqui é a vontade do povo. A cor do movimento é o branco, a cor da paz. O objetivo não é brigar com ninguém, obrigar ninguém a fazer nada, é um ato suprapartidário, porque sempre há políticos que querem tirar vantagem”, esclareceu. 

Várias pessoas fizeram uso do microfone na praça, cobrando dos vereadores que votaram a favor da volta da Cosip. O motorista João Bosco, depois de pedir zelo com o patrimônio público, disse que a população precisa acordar. “Vamos olhar frente a frente nos olhos desses vereadores que estão votando contra nós, isso é um abuso contra a população sacramentana”, denunciou.

Cleide Jerônimo cobrou a participação de todos nas reuniões da Câmara. “Está na hora de participarmos das reuniões da Câmara, ver de perto o que está acontecendo, eles só fazem isso, porque ninguém está nem aí e paga calado. Chega de ficarmos omissos. Isso que está acontecendo é culpa nossa, porque colocamos gente errada lá dentro. As pessoas apenas votam, não procuram saber da vida do político. Também é cidadania saber de política. Vamos correr atrás do prejuízo. Essa taxa não tem como ser derrubada, mas vamos impedir que tenhamos novos impostos...”.  

Várias outras pessoas deixaram a sua mensagem de insatisfação contra a Cosip, que sancionada  se tornou a Lei nº 1.516, de 25 /09/17