Jornal O Estado do Triângulo - Sacramento
Edição nº 1783- 18 de junho de 2021

Orquestra Experimental de Uberlândia dá show na cidade

Edição nº 1585 - 25 de Agosto de 2017

A Orquestra Experimental de Uberlândia, formada por 70 de seus mais de 100 integrantes apresentou-se na Gruta dos Palhares na manhã do último sábado 19, sob a regência do maestro Klêmes César Pires. A orquestra encantou o pequeno público presente, que preferiu participar da segunda apresentação, ocorrida na escada da Basílica, na noite do mesmo dia, como parte das festividades do aniversário da cidade, 24 de agosto.  

A apresentação na Gruta dos Palhares foi uma mistura poética que teve o efeito de  quando Orfeu tocava sua lira: “Os pássaros paravam de voar para escutar e os animais selvagens perdiam o medo. As árvores se curvavam para pegar os sons no vento”. Um verdadeiro show, repetido no entardecer do mesmo dia, na praça Getúlio Vargas, para um grande número de expectadores.

A Orquestra idealizada e conduzida proponente e produtor cultural, Ângelo M. Nascimento surgiu há 15 anos, com um pequeno grupo de crianças, transformando-se hoje num projeto de fama estadual. São 130 crianças com cordas friccionadas, madeira, metais e percussão e 120 crianças no canto coral, musicalização e flauta doce.

Segundo o produtor cultural, devido à limitação no transporte, não pôde trazer todos os integrantes. “Vivemos hoje num país falido, mas estamos aqui”, afirmou, brindando os públicos presentes nos dois locais de apresentação com um rico repertório. Na 1ª parte, Trenzinho Caipira (Heitor Villa Lobos), Happy Day ((Philip Doddridge), Amigos para Sempre (Andrew Webber), Let it Go (James Bay), Star Wars/Missão Innpossível( John Williams e Lalo Scrifin) e IXª Sinfonia (Beethoven); 2ª parte: Pompas e Circunstâncias (Edward Elgar), Sinfonia 27, I.Alelegro Molto (Joseph Haydn), Hallelujah (Leonard Cohen) e Jurassic Park (John Williams).

Destaque-se que a vinda da orquestra a Sacramento, deu-se por sugestão de um funcionário da Caixa Econômica Federal, Celso Rodrigues, que sugeriu ao proponente e seu amigo, Ângelo Nascimento, que a apresentação fosse na Gruta dos Palhares. “Entramos em contato com a Prefeitura da cidade e fomos muito bem atendidos e recepcionados nas pessoas do prefeito Wesley De Santi de Melo e do secretário de Cultura, Carlos Alberto Cerchi, a quem agradecemos, assim como aos nossos patrocinadores”, disse Ângelo.

O prefeito Wesley De Santi de Melo, na sua mensagem aos músicos e público presente parabenizou a Secretaria de Cultura pela presença da Orquestra na abertura das festividades dos 197 anos de Sacramento. “A cultura é muito rica em nossa cidade, sabemos que vocês estão maravilhados com esse local turístico, que temos mas a música trazida por vocês nos maravilhou igualmente, nos encheu de emoções diversas. Parabenizamos a Secretaria de Cultura, na pessoa do secretário Berto, por esse feliz iniciativa”, disse o prefeito. 

Fazendo os agradecimentos à orquestra, Berto Cerchi ressaltou o valor da cultura para a vida. “É isso que vale em nossa vida: a emoção, o sonho, a utopia que construímos”, disse e exaltou a importância da música e passou às mãos do produtor cultural, Ângelo Nascimento, o certificado de participação na solenidade do aniversário da cidade com uma homenagem, a recitação de um poema e uma canção sobre lendas da Gruta, na pessoa do cantor Luiz Carlos (Feliz), com Lísia Sales ao teclado.

 

OEU nasceu a partir do Coral Clara Voz

A Orquestra Experimental de Uberlândia nasceu em 2002 como coral, o Clara Voz, formado por 40 crianças e apoio do Hospital Santa Clara. “Entre 2002 a 2009 gravamos um CD através incentivos fiscais. Vendemos o CD e compramos 22 violinos e aí começou a orquestra com a oficina de violino e hoje somos o que somos com toda estrutura necessária e mantemos o coral infantil que foi a base de tudo, atendendo 250 pessoas, em dois pólos  cedidos, um pela Escola Municipal Shopping Park e outro pelo grupo comunitário Sal da Terra”, explicou o produtor cultural da orquestra, Ângelo M. Nascimento. 

Os recursos para manter a OEU, de acordo com o maestro Ângelo, para os concertos em Sacramento, Ituiutaba, Patrocínio e Araxá, a OEU teve o apoio financeiro da  Dot Lib, que faz a confecção de livros digitais.  “Além desse apoio nos concertos, temos também o apoio da Lei de Incentivo à Cultura, do Ministério da Cultura, Lei Estadual de Incentivo à Cultura e, da prefeitura de Uberlândia. Temos ainda empresas que nos apóiam voluntariamente, sem abatimento nos impostos, um apoio muito importante esse do voluntariado”, reconhece.

  De Sacramento, a Orquestra recebeu todo o apoio logístico, incluindo a alimentação, da Prefeitura Municipal. 

 A OEU tem uma abrangência grande. Atende crianças a partir de quatro aos 21 anos de idade que estejam estudando, inclusive curso superior, mas, de acordo com Ãngelo, há donas de casas, mães de alguns alunos, pessoas com déficit de aprendizagem escolar e jovens diversos. “A OEU pensa na inclusão, na formação profissional, e no futuro das pessoas fora da rua, nosso objetivo é tirar as pessoas do risco de situações perigosas”, esclarece. 

A orquestra conta com oito músicos profissionais, violino, violoncelo, percussão sinfônica e contrabaixo, além dele que é o proponente e o maestro Klêmes. Ao todo são 70 alunos de violino, 20 de violoncelo, além dos grupos  de percussão e metais. “Ensaiamos de terça a sábado. Mas para os concertos, ensaiamos de segunda a segunda”, informa. 

Filho de potiguares (Rio Grande do Norte), Ângelo nasceu em Goiás, onde viveu  até a juventude. “Iniciei os estudos musicais aos 17 anos e de lá pra cá nunca mais abandonei a música, como profissão, como estudo, como família”, conta, informando que é pianista clássico com especialização em música grupal, com ênfase em canto coral, regência de orquestra e coral infantil e adulto. Mas a regência da Orquestra fica a cargo de Klêmes César Pires e ele na função de proponente cultural, organizador e produtor.  

Recorda mais o pianista que desde cedo tinha essa visão de ajudar pessoas que precisassem mais de uma direção por não terem o acesso à arte musical. “E hoje trabalho com essas pessoas. Além disso trabalho 30 horas semanais no Sistema S, no SESC Minas, desde o início”, finaliza.