Jornal O Estado do Triângulo - Sacramento
Edição nº 1783- 18 de junho de 2021

Moradores da Carlos Uhleman pedem providências em relação a enchentes

Edição nº 1557 - 10 de Fevereiro de 2017

A rua Carlos Uhleman, no Jardim Alvorada, entra ano sai ano, entra prefeito, sai prefeito anualmente vem trazendo transtornos para os moradores e recursos que vão embora com o asfalto arrebentado... E este ano não foi diferente. Por duas vezes, nesta temporada das chuvas, o ET esteve no local. A primeira, registramos na última edição, quando dois motoristas encontravam-se em apuros na passagem da ponte da rua Antônio Augusto da Silva Neto (que liga o Chafariz ao Santo Antônio), onde se inicia a rua Carlos Uhleman, e agora, nessa terça-feira, quando durante a madrugadinha choveu 64 mm em Sacramento, conforme registrou o jornal 'Hora 1 da Notícia', naquela madrugada. 

A moradora Carmem Lúcia Santana, entrevistada pelo ET, disse que há quatro anos, o mesmo tempo em que reside no local, “toda vez que chove é este transtorno e não tenho nem como entrar ou sair da garagem. Tenho que ficar ilhada dentro de casa, e mesmo quando passa a chuva fica difícil sair por causa dos buracos como ali (mostra). A gente fica até com medo de afundar. Veja a situação desse buraco (mostra). Inunda meu pátio, trazendo muita sujeira. É um transtorno...”, lamenta, pedindo mais uma vez uma solução definitiva para o problema que, segundo ela, qualquer leigo entende. 

“- Eu não entendo desse assunto, mas qualquer leigo sabe que o problema está ali na tubulação. A água desce no córrego e a tubulação não comporta, ela transborda e invade a rua e as casas adjacentes”, explica, com simplicidade e indignada, Carmem 

Imaculada Conceição, que mora no Rio de Janeiro, veio passar as férias com a mãe, Da. Benedita 70, que reside na rua Antônio Augusto da Silva Neto, na primeira casa além da ponte, acordou assustada com a água invadindo a residência. 

“- Era 1h da manhã, quando acordamos assustadas, ficou alagado lá. Uma piscina... Ficamos em cima da cama e com medo de a água subir mais. Depois da chuva, deixamos a água baixar pra arrumar.  Venho do Rio de Janeiro passar as férias com minha mãe e vejo isso. Horrível! E isso já aconteceu outras vezes. Minha mãe tem 70 anos e é um perigo, porque ela mora sozinha na casa da frente e minha irmã nos fundos”, relata, apavorada com o drama que viveu.

    A advogada Geisa Aparecida Augusto Pires Pacheco, que mora na primeira casa após a ponte, já no bairro Santo Antônio, bem no encontro das duas vias, se quiser, tem matéria suficiente para mover uma ação contra os prejuízos sofridos. Uma das salas que serve como biblioteca de sua área de lazer, foi invadida totalmente pela água barrenta do córrego, enlameando tapetes, cortinas, móveis... 

“- Como sempre, vem a água muito forte lá de cima, o espaço pra ela passar nos manilhões é insuficiente, então acontece o que vocês estão vendo. Isso na verdade é uma vergonha administrativa, porque entra governo, sai governo e o problema está aí. Falei com o prefeito Baguá que ele teria muito serviço e, gostaria de chamá-lo pra ele ver a situação, porque vir aqui e maquiar não resolve o problema, que é grave e, que atrapalha muito, porque é muito lixo acumulado. Infelizmente, muitas pessoas não têm consciência. Jogam lixo na rua, no córrego e isso acaba atingido a população. Olhe minha biblioteca. Meus livros, tudo molhado, sujeira e lixo dentro de casa, tapetes sujos. A cortina, vou ter que jogar fora...”, afirma, muito insatisfeita.

Júlio Cesar de Jesus, morador na esquina da rua Ângelo Bonatti com a  Carlos Ulleman reconhece que o problema é grave e exige uma tomada de providência urgente.  “A água chegou até a esquina da minha casa, foi uma correnteza muito forte, tão forte que caiu uma caçamba num buraco na esquina. E como está entupida a tubulação, se chover vai acabar com o resto, porque a rua vira um córrego. Além de tudo, ela não tem galeria. Carro não passa e os moradores não têm como sair de casa”, denuncia, pedindo providências. 

“- Somos uns dos primeiros moradores aqui da rua Antônio Augusto, quase na esquina e há 20 anos venho assistindo a este filme, todo ano é o mesmo enredo. A Prefeitura vem, faz uma maquiagem só pra mostrar que arrumou, mas o problema persiste, porque está por baixo. Não limpam o córrego que está todinho entupido, a tubulação não comporta a água e os loteamentos abertos no entorno do córrego direcionam toda a água para ele.  Não resolve nada o que a Prefeitura faz”, denuncia também Elza Maria de Almeida,  funcionária aposentada da Prefeitura.

Lembra Elza que “a rua Carlos Uhleman, aberta quase em cima do córrego da Japonesa, no tempo do lançamento do loteamento Jardim Alvorada, pelo empresário Renato Crema, virou um trilho de pedestre, porque o loteamento foi sendo povoado lá pra cima e aqui em baixo a rua acabou virando um caminho, não tinha energia, nada... até que, bem mais recente, asfaltaram a rua. Até então era só o Jardim Alvorada, depois vieram os outros loteamentos, o Jardim das Oliveiras, o Maria Rosa, Morada do Sol e tudo veio desaguando aqui no córrego da Japonesa”

Em contato com o assessor de imprensa da Prefeitura, para saber quais as providências que serão tomadas pela Prefeitura para resolver o problema, o secretário de Obras, Sérgio Alves, informou que já está elaborando os projetos para resolver os problemas com as águas pluviais, iniciando pelas ruas Carlos Uhleman, Tomaz Novelino e outras que já vêm trazendo grandes prejuízos para a população. “Os problemas maiores são causados por falhas em projetos irregulares ou obras mal executados ou aprovadas pelo município”, afirmou o secretário.. 

 

Sandra

Sandra Abadia Santos Martins Umbelino moradora da rua Adauto Nascimento 35, no bairro Cajuru, mais uma vez teve a sua casa invadida pela água da chuva dessa quarta-feira, por volta das 15h30 e agora contabiliza o grande prejuízo. Com o BO em mãos, passou pelo ET para divulgar a denúncia. “Todo ano é a mesma coisa, dessa vez perdemos  guarda-roupa,  rack, estante, armário/cristaleira, o tanquinho de lavar roupa,  DVD e a minha geladeira, tudo danificado e não temos seguro”, lamentou

De acordo com Sandra, ela estava em casa com os filhos, mas tiveram que deixar às pressas a casa, devido à quantidade e a rapidez com que a água subia. “Não tinha condições de ficar dentro de casa, porque a gente não sabe o que pode ocorrer de pior. Depois, eu fui à Prefeitura e ninguém deu a mínima... Essa é a terceira vez. Nas duas primeiras enchentes, derrubou o muro. E sempre vou à prefeitura, mas como sempre, ninguém  dá respaldo. Apenas  o SAAE mandou material para esterilizar a casa, porque tinha muito lixo, até fezes, todo tipo de lixo”. 

E Sandra faz um apelo às autoridades: “O Poder Público tem que resolver essa questão, construir galerias ou o que for necessário para conter aquela água que vem lá de cima. E eu não sou a única prejudicada. Muita gente ali está sofrendo com essa enchente, porque não é a primeira vez”.