Jornal O Estado do Triângulo - Sacramento
Edição nº 1783- 18 de junho de 2021

Estudantes da USP chegam à cidade para levantamentos sobre saúde

Edição nº 1581 - 28 de Julho de 2017

Os universitários da USP, Iago Maniçoba Alves (4º ano de Medicina) e Letícia Belchior Fernandes (4º ano de Terapia Ocupacional) acompanhados do secretário de Saúde, Reginaldo Afonso dos Santos, estiveram em visita à redação do ET nessa quarta-feira 26 para falar do projeto de Extensão Universitária 'Bandeira Cientifica', que será desenvolvido no município a partir de dezembro próximo, em parceria com a Prefeitura Municipal. Estão também na cidade, os universitários, Lucas Maia Nogueira (4º ano de Odontologia) e Ana Carolina Monteiro dos Santos (4º ano de Terapia Ocupacional).

Explicou Letícia que esse primeiro momento é de estudos, coleta de dados e levantamentos para um planejamento que antecede a imersão dos universitários junto às comunidades, a partir de dezembro. “Até dezembro viremos várias vezes a Sacramento para conversar com a gestão, com os profissionais de saúde; para fazer o levantamento dos equipamentos de saúde e de toda estrutura e para elaborarmos o mapeamento das demandas do município. Dessa visita agora sairá um mapeamento geral, depois serão feitos mapeamentos específicos e, a partir daí estabelecemos os profissionais que virão e   as ações a serem desenvolvidas”, esclareceu.

 Iago completa, explicando também que “o projeto Bandeira Cientifica chega às cidades a partir de alguns critérios estabelecidos pelo projeto, como por exemplo o Índice de Desenvolvimento Humano (IDH), índices de saúde, distâncias em relação à cidade de São Paulo, total de população e, finalmente, o que a cidade poderá ganhar com essa escolha, detalha, já respondendo: “A cidade ganha um olhar diferente do que ela já está vivendo. Isto é, um olhar de fora para conhecer as demandas, a realidade da saúde no município e as necessidades. E, a partir disso trazer uma opinião que possa agregar na estrutura do sistema local”.

Letícia emenda, reconhecendo que o projeto é, na verdade, uma troca de conhecimentos.  “É uma troca mútua, tanto nós levamos muito de conhecimentos, como deixamos ideias dos modelos que temos. Embora nem tudo se encaixe aqui, porque São Paulo tem uma caracterização na estrutura de saúde bem diferente da de Minas e de todo Brasil, mas muita coisa pode ser aproveitada e melhorada nos municípios que recebem o projeto. Enfim, é uma troca de informações e, nada do que fazemos é isolado, tudo é feito junto com a gestão do município. Não estamos aqui para mudar o modelo de gestão, mas pensar junto com a cidade coisas que são possíveis”.

Letícia destaca ainda que ao chegarem em dezembro, eles não virão para substituir médicos. “Queremos nos aproximar dos médicos e demais profissionais de saúde, não queremos que fechem os postos de saúde, queremos  estar com os médicos, enfermeiros, técnicos nos postos e saber 'como o projeto pode contribuir?'”.

  Iago conclui, ressaltando que o projeto está apoiado em três  eixos: atendimentos clínicos em diversas áreas; promoção e educação em saúde e gestão nas áreas de economia, administração (no sistema gestor) e engenharia, que atua no saneamento básico e coleta de lixo, adaptações de acessibilidade em  residências e demais  espaços físicos, reforma de cadeiras de banho e rodas, etc.

Acompanhando os acadêmicos, o secretário de Saúde, Reginaldo Afonso dos Santos, tem grandes expectativas com o projeto na cidade. “Nossa expectativa é muito grande. Por exemplo, temos cinco mil crianças estudantes na cidade, os professores serão orientados a fazerem uma avaliação prévia e, toda criança que tiver suspeita de problema de visão,  vai passar por um oftalmologista  e toda criança  que tiver algum problema comprovado, vai receber de graça os óculos; na odontologia, o atendimento será para idosos que necessitam de dentaduras”, exemplificou, apontando algumas reivindicações feitas. 

“- Para os jovens, uma das reivindicações feitas na pré-conferência foi para um curso de  orientação vocacional e esse pedido poderá ser atendido através de uma equipe multidisciplinar do Bandeira Cientifica. Estamos pedindo capacitação para nossos profissionais, reuniões com toda a equipe de atenção básica e capacitação para a formação de associações de bairros  em toda a cidade. São muitas ações em vista.  Além disso, para os exames e consultas, eles trarão equipamentos e medicamentos que, inclusive,  ficarão na cidade”, informou o secretário.