Jornal O Estado do Triângulo - Sacramento
Edição nº 1783- 18 de junho de 2021

Anushka Jayant da Índia para Sacramento

Edição nº 1593 - 20 de Outubro de 2017

Anushka Jayant Kapare é mais uma intercambista rotariana que chegou à cidade. Indiana, de Kalyan, Anushka já concluiu o ensino médio, que no país acontece por volta dos 15 anos e iniciou a faculdade (College), no curso de Comércio. Em Sacramento, cursa o 2º ano do ensino médio na Escola Coronel.

 Ao lado do intérprete Rafael Crema, Anushka explica que inicialmente tinha três opções, México, Colômbia e Brasil, porém perdeu, mas deu certo, pois ela ficou com o Brasil, país que escolheria. “Gostei muito e acredito que vou aprender muito”.

 Muito simpática, visitando a redação do ET, com uma típica vestimenta indiana, questionada sobre o que veio buscar no Brasil, Anushka respondeu: “Primeiramente aprender a língua portuguesa, além de aprender sobre a cultura brasileira. “O futebol é muito, muito famoso, mas quero aprender sobre a música e a dança. E gostei do funk”.

Finalizando, fala desse primeiro mês na cidade. “Gostei muito, porque na Índia é prédio, prédio, prédio, todo mundo mora em prédio e é bom chegar numa cidade em que as pessoas não moram num prédio. Acho muito legal ver casas, casas, casas e as ruas e árvores, árvores... Na índia há muitas avenidas, aqui, não, há ruas estreitas e acho bonito ver as ruas estreitas. Mas o que mais gosto é que as pessoas são calorosas”, disse. 

O jovem Rafael, que recebe em casa o taiuanês Jason e agora Anushka, questionado como eles são em casa, explica com sinceridade que foi difícil, como filho único, ganhar, de repente dois irmãos. 

“- Não é fácil receber, principalmente pra mim que sou filho único e ganho dois irmão de uma vez. Mas eles são muito legais e têm hábitos muito diferentes. Pra começar, Anushka é vegetariana e caiu num covil de carnívoros,  mas a gente vai acertando. Trato-os como meus irmãos, porque penso o seguinte: daqui a três meses serei  eu a viver essa experiência de morar com outras pessoas. Em casa, fazemos de tudo pra eles terem a melhor experiência possível do nosso país e da nossa cidade”, destacou.

 

Uma rotina bem diferente que a do Brasil 

Falando da rotina de vida no país de origem, Anushka relata que é muito diferente do Brasil. “Lá, só andamos de ônibus. Saio de casa às 6h30 para a aula às 7h15. Diariamente, no início das aulas há um momento de oração e, em seguida, todos cantam o hino nacional indiano. O primeiro turno termina às 12h50. Almoçamos em casa, mas retornamos à escola para as aulas extra-classe, como a dança que é  uma tradição   muito forte no país. Mas no último ano, não pude fazer dança porque tinha que estudar muito”. 

De acordo com Anushka, não existe vestibular na Índia. “O ingresso na faculdade depende das notas acumuladas na décima série que é o último ano”, afirma, destacando que 95% das escolas são totalmente particulares, e as 5% restantes são mistas, ou seja, os estudantes pagam uma taxa. “Não há escola gratuita no país”, segundo a estudante.

Todos já ouvimos falar de Indira Gandhi, Mahatma Gandhi, Madre Tereza de Calcutá, grandes personalidade indianas. Questionada como essas personalidades são vistas na índia, Anushka  explica que são muito lembradas, principalmente Mahatma Gandhi, por causa da sua filosofia da não violência. Ele foi tão importante que até hoje o seu rosto está estampado nas rúpias, nossas moedas. É muito, muito  respeitado, mas há varias outras personalidades que se sacrificaram pela Índia”, afirma.