Jornal O Estado do Triângulo - Sacramento
Edição nº 1783- 18 de junho de 2021

Um dos mais belos templos de Minas

Edição nº 1537 - 30 de Setembro de 2016

Neste sábado 30, às 16h, a Capela de Na. Sra. do Carmo, no Parque Náutico de Jaguara, recebe os fiéis para a segunda missa do mês, depois que foi reativada, graças ao trabalho do novo vigário paroquial, Pe. Vanildo Massaro. A pedido do empresário, Ivan Sebastião Barbosa Afonso, os moradores do parque vão também acolher, no 4º sábado de outubro, durante a celebração eucarística, a imagem fac-símile de Na. Sra. Aparecida, doada pelos padres redentoristas à cidade e que, anualmente, participa da procissão fluvial de Jaguara ao Cipó.

 

A Capela de Jaguara

A Capela de Na. Sra. do Carmo é, talvez, depois de Pampulha, uma das mais belas de Minas. De uma singeleza ímpar, em estilo moderno, a nave é um pouquinho inclinada, copiando um anfiteatro, e servida por bancos rústicos sem encosto, colocados em um piso de taco.  O presbitério é ligeiramente elevado por um único degrau, onde está assentado o altar mor em madeira de estilo reto, sobre o qual, na parede do fundo, foi afixada uma grande cruz de ferro.
À esquerda, no mesmo plano e no mesmo estilo, um pequeno pedestal para a imagem da padroeira da capela, Na. Sra. do Carmo. E, à direita, com elevação de um segundo degrau, há uma plataforma onde estão colocados o ambão e as cadeiras dos leitores.
Ao fundo, na sequência do presbitério, há um espaço reservado para guardar paramentos dos sacerdotes, toalhas, alfaias, cálices e âmbolas utilizados pelos acólitos e coroinhas para servirem o altar durante a celebração. No subsolo deste espaço, acessado por uma escada, há um apartamento com banheiros e quarto para o celebrante.
Em forma piramidal, em concreto aparente, o templo recebe uma claridade interna que chega de duas imensas aberturas em vidro da parede frontal e do fundo, que dispensa completamente a iluminação artificial que, mesmo assim, pende do teto em longos cabos para as cerimônias noturnas. É linda!
Assentada em um grande átrio elevado de concreto, por onde se chega através de uma escada que ocupa toda a largura da rua, a capela tem no seu lado esquerdo outra imensa cruz também em concreto, quase na altura da pirâmide. Caminhando pelas extremidades do átrio, é possível observar uma vegetação densa, tipo cerrado, que serve já de mata ciliar ao belíssimo lago da represa de Jaguara.
Infelizmente, não conseguimos o nome do autor do projeto. Sem dúvida, um artista. (WJS)

 

Histórico da Capela

Através de um dos funcionários aposentados da Cemig, Marco Aurélio de Almeida, que trabalhou desde o início na construção da Usina de Jaguara, e residiu na vila dos operadores, foi possível conhecer um pouco da história da Capela de Na. Sra. do Carmo.
“Visando a construção de uma Usina Hidrelétrica econômica, o comitê organizador de Estudos Energéticos da Região Centro Sul escolheu Jaguara, no médio Rio Grande, município de Sacramento.
Em 1º de maio de 1964, foi lançada a pedra fundamental da obra pelo então presidente Castelo Branco; iniciando a obra em 1966, pela Construtora Mendes Júnior.
Durante o período de construção e operação foi edificada a Vila de Operadores onde acolheria os novos moradores na comunidade.
Nessa estrutura, foi edificado um Templo Ecumênico para a comunidade. Porém, o “Templo Ecumênico” foi utilizado somente pelos católicos.
Desta maneira, oficializou-se a Capela, porém, com a estrutura religiosa nos moldes do Templo Ecumênico; sem qualquer aparato ou ornamentação religiosa.
Na década de 1980, o então arcebispo de Uberaba (1978 a 1996), atendendo ao manifesto dos moradores da Vila de Operadores de Jaguara, consagrou e introduziu na Capela a imagem de Nossa Senhora do Carmo como sua padroeira.
Foram seus celebrantes os padres redentoristas: Alberto Pasquoto, Antônio Carlos Vanim, Braz Romeiro Portes, José Marques Dias e Inácio de Medeiros, além de outros sacerdotes que serviam a capela, esporadicamente.
Com a saída dos redentoristas, a assistência religiosa foi coordenada pelo Pe. Dé, pároco da cidade de Rifaina - SP.
Com a falta de padres e avarias na estrutura do prédio, a Capela teve suas atividades suspensas em 1995, aproximadamente; considerando o gerenciamento pela Companhia Energética de Minas Gerais – CEMIG, para desativar a Vila de Operadores com a remoção de seus empregados”.

(Contribuição de Marco Aurélio de Almeida ao Jornal ET)