Jornal O Estado do Triângulo - Sacramento
Edição nº 1783- 18 de junho de 2021

Missa marca os 50 anos da Ciju

Edição nº 1526 - 15 de Julho de 2016

Uma missa em ação de graças, presidida pelo arcebispo metropolitano Dom Paulo Mendes Peixoto, no último domingo 10, marcou a comemoração dos 50 anos de fundação da Casa Infanto Juvenil São Vicente de Paulo (CIJU), entidade fundada em 1966 por Iralva de Souza Almeida e Selma Afonso Rodrigues da Cunha e, desde 1971, administrada pelas Irmãs de São José de Cluny. 
A celebração contou com a presença da provincial da congregação, Ir. Hermínia Maria Genaro, da atual diretora, Ir. Joana, e das irmãs que serviram a instituição nos últimos anos, também de voluntários, funcionários, usuários e pais, todos num momento de fé  e agradecimento, na missa concelebrada pelos padres Sérgio Márcio de Oliveira e Vanildo Massaro de Brito.
Na homilia, depois de refletir a palavra das leituras do dia (Dt.30,10-14; Cl 1,15-20) e o Evangelho de Lucas (10,25-37), Dom Paulo lembrou o serviço da vida, destacando  a atitude samaritana da saudosa de Iralva de Souza Almeida e de Selma Afonso Rodrigues da Cunha, que culminou na fundação da Escola Profissional São Vicente de Paulo, em 08/07/1966, destinada ao atendimento de meninas de dois a 12 anos. No final dos anos 90, a entidade mudou o nome para Casa Infanto Juvenil São Vicente de Paulo, mais conhecida hoje como Ciju. 
As irmãzinhas de Cluny, de fato, seguiram as palavras de Jesus Lc (10,27),  “Amarás o Senhor, teu Deus, de todo o teu coração e com toda a tua alma, com toda a tua força e com toda a tua inteligência; e ao teu próximo como a ti mesmo!” . E com esse ideal, a casa não parou mais de crescer, atendendo atualmente cerca de 150 crianças.

 

CIJU: 50 anos de história escrita por muitas mãos

 Escola Profissional São Vicente de Paulo nasceu do ideal das senhoras Iralva de Souza Almeida e de Selma Afonso Rodrigues da Cunha, então esposas de dois prefeitos da cidade, respectivamente, José Sebastião de Almeida e Hugo Rodrigues da Cunha. Orientadas pela Legião da Brasileira de Assistência  (LBA), as samaritanas idealizaram um internato para meninas com o objetivo de dar amparo e educação, o que podemos comparar com abrigo, hoje, na definição do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), porque não havia na cidade o atendimento para meninas.
Na época, apenas meninos eram atendidos no patronato do Instituto Maria Vicência, administrado pelo então vigário, Monsenhor Saul Amaral, na pequena comunidade do Cocal, em uma fazenda doada à paróquia de Sacramento, com a finalidade exclusiva de atender a crianças.
  Em 8 de julho de 1966, formalizou-se a criação da Escola Profissional São Vicente de Paulo, atendendo a dez  meninas de 2 a 12 anos, órfãs ou abandonadas, uma clientela com grande demanda no município na época.  Denominou-se “Escola Profissional”, porque era o objetivo dos fundadores dar às meninas uma profissão. São Vicente foi escolhido como patrono a pedido da Irmandade São Vicente de Paulo, que cedeu a casa onde antes funcionara o Asilo São Vicente de Paulo, hoje Lar São Vicente de Paulo, em outro local.
 Em 11 de dezembro do mesmo ano, aprovou-se em ata que a manutenção da casa seria responsabilidade da Paróquia da cidade com ajuda voluntária da comunidade e subvenção da Prefeitura. As idealizadores da obra, Iralva e Selma e, ainda, Marieta Borges ficaram na coordenação  da casa. As poucas crianças estudavam nas escolas e, no contra-turno,  frequentavam a entidade, ajudando nos afazeres e aprendendo a profissão de “empregada doméstica”, visão que os fundadores tinham nessa época para a profissionalização das internas, além de receberem orientação religiosa. A comunidade não expressava seu pensamento em relação ao trabalho da entidade mas colaborava para a sua manutenção.
Em meados de 1967, atendendo a um pedido das fundadoras à Congregação das  religiosas da Congregação de São José de Cluny, a superiora da Congregação no Brasil, Ir. Maria Benigna de Jesus Martins, designou irmão Mafalda Teixeira Brandão para ajudar na educação das meninas da Escola Profissional, mas ainda sem vínculo administrativo.
Três anos depois, em 1970, a cuidadora Marieta Borges manifestou o desejo e a necessidade de deixar Sacramento, surgindo então a preocupação de que a casa  poderia fechar. O então vigário, monsenhor Saul Amaral e as fundadoras, preocupados  pelo fato de a Igreja Católica não ter um atendimento para meninas, foi à procura de congregações que pudessem assumir a obra, entre elas a de São José de Cluny que estava em Sacramento administrando a Santa Casa.
Com o apoio de irmã Mafalda, que já trabalhava há três anos na obra, por ocasião da visita de Ir. Benigna à cidade, a solicitação foi aceita e, no dia 6/6/1971, as filhas de Ana Maria Javouey assumiram  a entidade iniciada, portanto há 45 anos, iniciando desde então um trabalho maravilhoso, nova pedagogia, reformas e ampliações. Apesar das dificuldades financeiras, a obra cresceu sempre, graças ao carisma das irmãs, o apoio da comunidade e do poder público. Procurando sempre aprimorar e melhorar o atendimento das crianças e das famílias, a instituição passou a atender usuários de ambos os sexos. Entre crianças e adolescentes, hoje, 150 usuários frequentam a Casa Infanto Juvenil São Vicente de Paulo.
  Por tudo isso, a diretoria, educadores, funcionários, voluntários, alunos e famílias têm rações de sobra para dar graças a Deus por todos que desde o início trabalharam e trabalham pelo bem da instituição. E receber da comunidade o aplauso justo e merecedor. Parabéns!