Jornal O Estado do Triângulo - Sacramento
Edição nº 1783- 18 de junho de 2021

Pintura levou quatro meses de trabalho

Edição nº 1466 - 22 Maio 2015

A pintura da nova Basílica do Santíssimo Sacramento foi concluída na semana passada, passou por uma limpeza geral para a colocação dos bancos e, agora, uma equipe de artistas plásticos, arquitetos e decoradores trabalha os últimos detalhes da pintura, afixação dos quadros da Santa Ceia e colocação das imagens e do resplendor que vai adornar o lugar do Sacrário. Outra equipe trabalha na sonorização. Quase tudo pronto, mas como os detalhes são muito minuciosos, a corrida ainda é contra o tempo. 

Ao contrário do que muitos pensam, a pintura da Basílica foi feita pela empresa sacramentana, Armandinho Pinturas, do empresário Armando Carlos de Souza,  que dá risadas ao recordar os comentários a respeito da empresa responsável pelo serviço. “Perguntavam de onde era a empresa... Teve gente que perguntava pra mim e eu dava risada, pensando porque tanta gente acha que santo do lugar não faz milagre...”, conta entre risos e agradecido.

‘‘- Agradeço muito a Deus e  a Nossa Senhora que me deram o privilégio de pintar a casa dela. Eu já havia tentado isso duas vezes no passado, não deu certo, veio gente de fora. Mas  agora, eu me sinto realizado com a basílica pintada por Armandinho Pinturas”, destacando que a equipe também se sentiu gratificada. 

“- A equipe ficou muito feliz e agradecida por fazer esse trabalho. No dia que pintaram a imagem na torre foi demais... E temos que agradecer muito, porque  tudo correu muito bem, sem  um acidente sequer, tudo feito com muita segurança, graças a Deus e à padroeira da cidade, Na. Sra. do Patrocínio do Santíssimo Sacramento”, diz Armandin.

 

Mão de obra da pintura foi sacramentana

De acordo com Armando, é a primeira vez que pinta uma Igreja.  E a obra que iniciou no dia 9 de fevereiro, foi entregue no dia 13 de maio, dentro do cronograma da paróquia. 

Participando da licitação, onde compareceram três empresas, Armandin Pinturas foi escolhida pelo pároco, Pe. Sérgio Marcio de Oliveira que valorizou a mão de obra da cidade. “Preço a preço, o serviço fica com Sacramento, nos disse Pe. Sérgio. E deu certo, vencemos com um preço de R$ 72 mil, com um reajuste no meio da obra, no valor de R$ 9 mil”, informa, destacando que de toda a equipe, apenas dois pintores vieram de Uberaba. 

“- Todo o material foi adquirido aqui. As tintas adquiridas através de licitação na Decolores Tintas. Foram 70 latas de tinta nas três cores e mais o esmalte, verniz, fundo preparador, massa acrílica, enfim, todo o material necessário”, explica, agradecendo pelos quatro meses de trabalho bastante tranquilo.

“- Graças a Deus tudo foi muito tranquilo. Aliás, na primeira vez que estive com Pe. Sérgio, fiquei meio cismado, ele estava num apavoramento muito grande e pensei 'meu Deus, isso não vai dar certo, vou largar isso de mão'. Mas depois,  fomos conversando, as coisas foram se encaixando e ele se revelou uma pessoa muito boa, apavorado como sempre, mas foi muito bom trabalhar com ele, sempre atencioso,  sempre elogiando...”, afirma o experiente pintor, desmentindo o dito de  que a primeira impressão é a que fica. 

 

Armandin Pinturas: 43 anos de experiência 

O pintor Armando Carlos de Souza 56 está na profissão de pintor há 43 anos. “Comecei com 13 anos com o Vitalino Gomes de Moura e o José Eustáquio e com eles fiquei dez anos. Quando completei 22 anos passei a trabalhar por conta e sempre no ramo da pintura. Aprendi alguma coisa de pedreiro, porque ajuda muito”, revela. 

Com empresa própria, Armandin recorda que o início não foi fácil. “Tive que concorrer com grandes mestres da época, Vitalino, Tiãozinho, Onofre, mas devagarzinho fui encontrando meu espaço. Primeiro no  Águas do Vale, depois peguei outros serviços em Rifaina e fazia uns serviços em Sacramento. Da Rifaina fui pintar a Usina de Jaguara, em 1992, onde permanecei dois anos,  indo e voltando, mas sempre tinha serviços aqui também e assim fui firmando...”, lembra, informando que trabalhou também uns tempos na cidade do Rio Doce (Zona da Mata), onde pintou uma usina. ‘‘Atualmente, estamos com serviço em Igarapava”. E, há mais de dez anos, a empresa Armandinho Pinturas presta serviço para a empresa Scala.  

 Armando além de ainda pôr a mão na massa, ou melhor, na tinta,  administra a empresa, respondendo por  99% dos acertos dos negócios, com a ajuda do filho Cleyton, que trabalha na empresa com o irmão  Leonardo e  outros 13 funcionários. 

 

“Quando passo pela rua e olho para a igreja, sinto-me me tranqüilo e realizado”

De acordo com  Armando, as coisas correram muito bem, mas os quatro meses foram de muita preocupação.  “Quando passo pela rua e olho para a igreja, sinto-me me tranqüilo e realizado, porque foram várias noites de preocupação com a segurança, a chuva caindo... o tempo passando... e para piorar, o pessoal comentando que estávamos pintando paredes molhadas. Só que as pessoas não entendem. Eu sabia muito bem o que estava fazendo, não podia ficar esperando  o sol, então  a gente preparava as paredes,  e enquanto chovia de fora, pintávamos lá dentro. Não podíamos parar,tínhamos um prazo, a instalação da basílica tinha prazo, então tudo teria de estar dentro do cronograma. E graças a Deus  conseguimos”. 

Houve algumas especulações sobre o desgaste muito rápido da pintura do templo, que descasca em determinadas paredes, algumas mais, outras menos. Armando esclarece os motivos, citando dados de uma análise técnica feita por especialistas da Sherwin-Williams: “O problema ocorre pelo tipo de reboco utilizado na época da construção, areia de barranco, como dizem, ou areia de cavas, conforme ficou comprovado pela análise feita por técnicos da empresa de tinta, Sherwin-Williams, utilizada na pintura”, explicou, informando que os laudos acompanham a documentação entregue ao pároco. 

A solução definitiva recomendada seria tirar todo o reboco e fazer o serviço novamente com areia própria misturada ao cimento e à cal, só que é uma obra caríssima e que demandaria tempo. “Na pintura que fizemos, para dar maior durabilidade, usamos a  tinta Metalatex Microfissuras e, além da tinta indicada pelas análises, fizemos  um serviço de fundo muito bem preparado, mas será importante que se faça  uma manutenção periodicamente.” 

 Serviço concluído, na sexta-feira 15, Armando reuniu a equipe para uma confraternização, na companhia do padre vigário. Mas ele continua ainda na obra, fazendo os últimos reparos e a pintura do gradil  que   vai proteger a igreja e o jardim  cuja vegetação já está sendo plantada.