Jornal O Estado do Triângulo - Sacramento
Edição nº 1783- 18 de junho de 2021

Cidade tem surto de Dengue com dez casos confirmados

Edição nº 1454 - 27 Fevereiro 2015

O educador em Saúde, Bergson Evangelista dos Santos, que participou da entrevista, reforça que a população tem razão em estar preocupada. “Essa é uma preocupação de todo ano, não só pela população e a vigilância, mas por todos. Vários trabalhos e ações foram feitas durante a seca, já prevendo o período das chuvas, quando há a proliferação do mosquito, mas o maior problema é que boa parte da população não ajuda”, justifica, ressaltando que o trabalho deve ser conjunto. 

“- O combate à dengue é uma união de esforços entre poder público e população, porque é uma questão de limpeza, não deixar expostos coisas que vão servir de criadouro do mosquito. Quando digo que a população tem a sua parcela de culpa é porque a vigilância recebe verba, mobiliza  pessoal, faz a limpeza e daí a 15 dias volta ao local e encontra lá o lixo acumulado”, revela.

De acordo com o órgão, que abrange as seções de vigilância sanitária, epidemiológica, ambiental e vigilância do trabalhador, o último mutirão de limpeza recolheu até o momento 70 caminhões de lixo. “A maioria deles retirados de residências”, informa, Bergson, destacando que, “no ano passado, numa única residência, limpeza da qual eu participei, retiramos dois caminhões  de lixo”.

 Nos últimos dias, de acordo com a assessoria de imprensa da PMS,  já foram realizados  mutirões de limpeza na maioria dos bairros da cidade, faltando apenas alguns.  

 

Surto maior é no centro

Ao contrário do que a maioria pensa, que a maior incidência do mosquito Aedes Egipt está na periferia, em Sacramento o surto maior vem do centro da cidade, com a maioria dos focos encontrados em piscinas, no plástico/lona que cobre piscinas, ralos, pratinhos de vasos de plantas...

Alerta Bergson que os proprietários de casas com piscinas justificam que a água é clorada, mas muitas vezes, os agentes observam que os cloradores estão sem as pastilhas de cloro. “Acredito que seja até por descuido, mas isso não pode acontecer. E eu digo, que saber como se combate a dengue todos sabem, mas vemos que entre saber e fazer há uma distância  muito grande”. 

Ainda sobre o centro da cidade, Bergson informa que a região onde os agentes encontram maior resistência durante as visitas domiciliares, vistorias que são feitas é no centro da cidade. “O agente bate, a pessoa abre uma janelinha, um vidro e fica ali, não abre a porta, ou às vezes, responde: 'Aqui na minha casa não tem nada' ou 'volta outra hora'. É difícil o trabalho de visitas no centro”, segundo os agentes. 

No caso de residências fechadas, um agente faz a visita no final de semana. “Temos um controle, um relatório das casas visitadas em cada uma das doze zonas da cidade, aí no final de semana, um agente escalado faz a visita nesses locais”, informa Gabriela, justificando a ausência do carro fumacê na cidade. 

 

 

O ‘fumacê’ não depende da Vigilância ou da Prefeitura

A cobrança pelo 'fumacê', veículo pulverizador que faz o combate em vias públicas, tem sido grande nos últimos dias, mas Gabriela explica que ele é uma solução que resolve 20% do problema, porque ele mata apenas o mosquito adulto.

 - “Quem determina o trabalho do 'fumacê' não é a Prefeitura, é a Secretaria Regional de Saúde em Uberaba. A cidade tem que ter um certo índice para requerer o 'fumacê', então quando o município chega a 1,5% ele faz a solicitação, mas quem vai liberar é a  Regional que, infelizmente, tem poucos veículos para atender todos os municípios, e olha que tem cidades da regional que estão com epidemia de dengue, que não é o nosso caso”. 

Mas enquanto não chega o 'fumacê', de acordo com Bergson, o procedimento adotado nas regiões onde há casos suspeitos e confirmados é o minifumacê, feito no entorno com bombas de pulverização manuais. 

Gabriela e Bergson pedem que as pessoas fiquem atentas porque a tendência é aumentar o surto. “Em caso de suspeita procurem o  PSF, não tomem medicamento sem conhecimento do médico e podem até nos procurar aqui na vigilância e, mais uma vez eu repito, nós fazemos a prevenção, que é também dever de todos, mas não  há como  evitar que aconteçam casos”.  

 

De acordo com Gabriela e Bergson, a cidade teve no ano passado, no mesmo período, 56 casos suspeitos e 5 confirmados. Bérgson destaca que alguns desses casos já confirmados, não significam que as pessoas tenham contraído a doença em Sacramento. “Devido ao ir e vir das pessoas  para curtir o carnaval noutras cidades, muitas contraíram o vírus lá fora e retornaram infectadas”, conclui.