Jornal O Estado do Triângulo - Sacramento
Edição nº 1783- 18 de junho de 2021

Rede Brota Cerrado: por um mundo mais sustentável

Edição nº 1353 - 15 Março 2013

A Rede Brota Cerrado de Cultura e Agroecologia congrega pessoas e entidades que reconhecem a importância de se preservar o patrimônio cultural e ambiental de Sacramento, uma das portas de entrada do Parque Nacional da Serra da Canastra, situado em um dos biomas continentais do Brasil: o cerrado.

Maria de Fátima Archanjo Sampaio, doutora em Planejamento e Desenvol-vimento Rural Sustentável pela UNICAMP foi a criadora da Rede.  “Este movimento nasceu durante o Festival de Primavera, em outubro de 2012, fruto de uma reflexão coletiva para a busca de uma relação mais harmoniosa com a terra, de se pensar na qualidade da água, da biodiversidade, em um processo agroecológico de produção, de se pensar na saúde e na Segurança Alimentar Nutricional que é um direito de todos nós”, explica a idealizadora.

Justificando que a sociedade precisa buscar um futuro melhor para o planeta, Fátima diz que a rede nasceu a partir dessa proposta, razão de também trabalhar com a questão dos agrotóxicos e dos transgênicos. “Esses dois temas são muito difíceis de serem colocados para a sociedade, levando em consideração a complexidade envolvida, mas a sociedade precisa refletir sobre estas possibilidades de escolha para um futuro mais sustentável”, salienta.

Falando da inauguração da Sala de Literatura Carolina Maria de Jesus, Fátima destaca a importância da escritora na sua relação com a terra, especialmente depois que saiu da favela e foi morar em um sítio, em Parelheiros, onde vivenciou a generosidade da natureza. “A questão educacional é a menina dos olhos desse movimento por meio do projeto intitulado 'Agroecologia no Cerrado: educacão para o desenvolvimento sustentável'. Queremos levar a toda rede de ensino esse conhecimento. 'Diário de Bitita' é um livro que pode e deve ser trabalhado em projetos pedagógicos que garantam o exercício da memória, da cidadania, porque Carolina tem uma voz muito clara e de um valor heurístico que impressiona”, recomenda, sugerindo ampliar o debate. “Precisamos ampliar o raio de interlocução desse debate, seja por meio de um enfoque histórico e ou artístico, literário, teatral, da dança, musical, científico, ambiental, urbano, rural, comercial e politico, tendo a educação como alavanca para as transformações sociais”.